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O escritório da contadora Meire Poza, que trabalhou para o doleiro Alberto Youssef, delator da Lava Jato, foi incendiado na madrugada de ontem. Ela contribuiu com as investigações de corrupção na Petrobras com informações sobre documentos que estavam sob sua guarda e pertenciam ao doleiro.

Um dos papéis que estavam em seu escritório motivou a Operação Carbono 14. Trata-se do contrato de empréstimo no valor de R$ 6 milhões entre o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado no esquema do mensalão, e uma empresa de Ronan Maria Pinto. Nesse caso, o papel foi encontrado durante ação de busca e apreensão na firma dela, no ano passado.

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O documento encontrado no escritório de Poza, em 2014, também antecipado pelo jornal O Estado de S. Paulo, foi o primeiro papel a materializar a confissão de Valério.

Poza evitou ontem relacionar o incêndio à operação deflagrada no mesmo dia pela Lava Jato. "Estou sem chão, sem rumo. Não tive coragem nem de entrar lá", afirmou. "Não faço ideia de como isso pode ter ocorrido. Se foi intencional ou não. Já tinha pedido uma proteção para os investigadores da Lava Jato, mas nunca quiseram me ajudar." O escritório da empresa Arbor fica no Itaim, em São Paulo, num prédio. Outras lojas também foram afetadas. Ela afirmou que ainda não sabe os danos do incêndio.

Carbono 14, segundo a PF, faz referência a procedimentos "utilizados pela ciência para a datação de itens e a investigação de fatos antigos". Ao menos 50 policiais cumpriram 12 ordens judiciais, sendo oito mandados de busca e apreensão, dois de prisão temporária e dois de condução coercitiva nas cidades de São Paulo, Osasco, Carapicuíba e Santo André, todas no Estado de São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma ex-contadora do doleiro Alberto Youssef resolveu colaborar com as investigações da Operação Lava Jato e afirmou que ele movimentava grandes quantias em dinheiro vivo "sem justificativa contábil". Ela revelou como o doleiro construiu um império, inclusive com participação na rede hoteleira, e contou que o esquema avançou sobre os caixas de prefeituras e Estados, que dirigiam recursos municipais para fundos operados por ele. Citou Paranaguá (PR), Cuiabá (MT), Petrolina (PE), Hortolândia (SP), Holambra (PR) e Tocantins.

Em dois depoimentos à Polícia Federal, Meire Bonfim da Silva Poza detalhou suas funções na GFD Investimentos, empresa de fachada de Youssef, e relatou as operações de empreiteiras. Youssef está preso desde março.

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Meire depôs pela primeira vez no dia 23 de julho. Dois dias depois, retornou à PF e disse estar disposta a colaborar com as investigações alegando que não participou de esquema criminoso. Ela relata que em julho de 2011 lhe pediram que elaborasse um contrato de serviços com uma construtora, sendo que "o objeto que deveria constar do contrato era o estudo de viabilidade de plataformas de petróleo, atividade estranha à GFD".

Segundo Meire, a GFD nada fez e apenas emitiu uma nota de serviços no valor de R$ 300 mil. A simulação se repetiu outras três vezes, com a empresa de Youssef fornecendo notas frias para a empreiteira e embolsando R$ 2,32 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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