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Com o Brasil já assegurado na Copa do Mundo, o técnico Tite quer aproveitar a reta final das Eliminatórias Sul-Americanas para aprimorar o jogo coletivo e observar jogadores que ainda pleiteiam um lugar no Mundial. Nesta terça-feira (1), o compromisso pela 16ª rodada será o Paraguai, que tem remotas chances de ir ao Catar. A bola rola a partir das 21h30 (horário de Brasília) no Mineirão, em Belo Horizonte, com transmissão ao vivo da Rádio Nacional.

São seis novos titulares em relação à equipe que empatou por 1 a 1 com o Equador na última quinta-feira (27), na capital equatoriana Quito. Três por necessidade. O lateral Alex Sandro contraiu o novo coronavirus (covid-19), enquanto o zagueiro Éder Militão e o lateral Emerson Royal estão suspensos. No treino de segunda-feira (31), Tite escalou Daniel Alves e Alex Telles nas alas e Thiago Silva ao lado de Marquinhos na defesa.

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As demais alterações foram opções do treinador. Na meta, dando sequência ao revezamento que tem feito nas Eliminatórias, Tite terá Ederson no lugar de Alisson. No meio, os volantes Casemiro e Fred serão poupados, com o volante Fabinho e o meia Lucas Paquetá, de volta após cumprirem suspensão, compondo o setor ao lado do meia Phillipe Coutinho.

A escalação nesta terça terá: Ederson; Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Telles; Fabinho, Lucas Paquetá e Phillipe Coutinho; Matheus Cunha, Raphinha e Vinícius Júnior.

“De 2016 a 2018, não houve tempo [para testes]. Hoje, há esse tempo. Inclusive porque fizemos uma campanha [nas Eliminatórias] que nos permite fazer isso. Quer dizer que estamos desprezando o jogo ou o adversário? Absolutamente não. Excelência é hábito, tem de performar, vencer, ser sólido. Bola parada tem de ser boa. Mas ela [campanha] amplia um pouco mais a possibilidade de buscarmos opções entre os atletas jovens ou mais experientes”, argumentou Tite em entrevista coletiva na segunda.

Se o Brasil vai a campo classificado e liderando as Eliminatórias com 36 pontos, quatro a frente da Argentina, o Paraguai tem chances remotas de ir à Copa. Os paraguaios somam apenas 13 pontos e podem chegar aos mesmos 19 pontos do Uruguai, quinto colocado e que, neste momento, estaria na repescagem mundial. Além de vencer os três compromissos, a equipe dirigida pelo argentino Guillermo Barros Schelotto necessita que os uruguaios passem em branco nas próximas rodadas e que Colômbia e Chile não ganhem mais.

O zagueiro Gustavo Gómez, do Palmeiras, expulso na derrota por 1 a 0 para o Uruguai, na última quinta, será o principal desfalque da Albiroja (como é conhecida a seleção paraguaia). Sem o capitão, Fabián Balbuena, ex-Corinthians, deve formar dupla com Junior Alonso (que atuará em casa, já que defende o Atlético-MG). No meio-campo, Matías Rojas também está suspenso. O provável substituto será Mathías Villasanti, do Grêmio.

O Paraguai deve ir a campo com: Antony Silva; Robert Rojas, Fabián Balbuena, Junior Alonso e Santiago Arzamendia; Alan Benítez, Mathías Villasanti, Richard Sánchez e Miguel Almirón; Braian Samudio e Carlos González.

A Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPro) apoiou a proposta da Fifa para que a Copa do Mundo de 2022, que acontecerá no Catar, seja disputada no fim do ano, em novembro. A principal entidade do futebol mundial propôs a alteração de data para que o torneio ocorra no período do inverno do hemisfério norte, o que modificaria pela primeira vez a data de seu evento mais importante.

A ideia é impedir que as partidas ocorram sob a altíssima temperatura comum ao Catar no meio do ano, ultrapassando muitas vezes os 40ºC. Preocupada com o bem-estar dos jogadores, a FIFPro se mostrou favorável à proposta, apesar da revolta dos clubes europeus, que avaliaram a possibilidade como "um desastre" para as ligas nacionais.

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"A FIFPro está convencida de que uma mudança para os meses de inverno é a única solução viável para proteger a saúde e o bem-estar dos jogadores que estarão competindo na Copa do Mundo de 2022", explicou o sindicato em comunicado oficial divulgado nesta terça-feira.

De acordo com a Fifa, a Copa com início em novembro é "a única opção". Isso porque o mês de fevereiro será destinado para os Jogos Olímpicos de Inverno, em Almaty ou Pequim. Já o Ramadã no mundo islâmico começa no dia 2 de abril, o que dificultaria as operações de um evento em um país muçulmano.

Ainda assim, foi levantada a hipótese de o Mundial ser mais curto, justamente para ser encaixado em um calendário tão cheio, mas a FIFPro fez ressalvas sobre esta possibilidade. "Qualquer discussão sobre uma redução proposta para os dias da competição é um problema que envolve os jogadores. Mudanças na agenda poderiam exigir esforço extra na carga de trabalho dos jogadores. É isso que a FIFPro avaliará com todas as partes interessadas no processo."

O sindicato ainda indicou que a mudança para novembro não é a única medida que a Fifa precisa tomar. "Uma mudança para ficar longe das condições climáticas que colocariam os jogadores em risco não deve ser tomada isoladamente. A FIFPro segue com a opinião de que há diversos desafios não resolvidos pela frente."

A decisão sobre a alteração da data ainda precisa passar pelo Comitê Executivo da Fifa, que se reúne em março para bater o martelo. Mas a proposta é uma aceitação generalizada de que, ao dar ao Catar a Copa de 2022, os cartolas simplesmente ignoraram o fato de que seria impraticável jogar futebol no deserto no verão.

Só que a FIFPro aproveitou as atenções voltadas para o Catar para também fazer críticas ao sistema de trabalho local para os imigrantes. O kafala exige que os estrangeiros busquem a permissão de seus empregadores para mudar de emprego. Se esta for negada, eles precisão deixar o país, mas os passaportes destes trabalhadores ficam em poder de seus chefes durante o contrato.

"Abolir o sistema kafala é um problema de direitos humanos que precisa ser resolvido porque afeta todos os trabalhadores, incluindo os futebolistas profissionais. Eles deveriam ter direito a se associar, a ter acesso a contratos justos e dispor de mecanismos de resolução de disputas aliados à comunidade do futebol internacional", opinou a FIFPro.

Uma delegação internacional de sindicalistas pediu nesta quinta-feira ao Catar, país sede da Copa do Mundo de 2022, que melhore as condições de trabalho dos imigrantes.

"Precisamos de medidas corajosas agora, não no futuro, para melhorar as condições destes trabalhadores", afirma uma nota divulgada após uma viagem de quatro dias da delegação da Federação Internacional da Construção e da Madeira.

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A delegação considerou que a legislação trabalhista do Catar não inclui "princípios bem definidos, não está ao nível dos parâmetros internacionais e não contempla o direito dos trabalhadores de entrar para um sindicato".

Além disso, destaca que as reformas das leis que as autoridades de Catar apresentaram como proposta durante a visita da delegação não apresentam nenhuma urgência para melhorar a situação dos trabalhadores imigrantes.

Sem citar a palavra escravismo, a delegação denuncia um "déficit das condições de trabalho aceitável e um clima medo" entre os trabalhadores que encontrou.

A pressão sobre o Catar para acabar com a exploração dos trabalhadores imigrantes aumentou, no momento em que país embarca em um programa bilionário de construção para a Copa de 2022.

O jornal britânico The Guardian informou no mês passado que 44 trabalhadores nepaleses morreram nas obras de construção no Catar.

O médico-chefe da Fifa disse nesta sexta-feira ser contrário à realização da Copa do Mundo de 2022 no intenso verão do Catar. Michel D'Hooghe comentou sobre os riscos que o forte calor do país árabe pode trazer e se posicionou à favor da possibilidade de transferir a competição para o inverno local.

"Pessoalmente, acho que seria uma coisa boa se pudéssemos jogar esta Copa do Mundo em melhores temperaturas do que as do verão no Catar", opinou. "Do ponto de vista médico posso dizer que estamos todos preocupados."

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A opinião de D'Hooghe é mais um forte argumento na questão que vem sendo debatida nos últimos meses. Recentemente, a Fifa admitiu a possibilidade de alterar as datas do torneio, depois de insistir que era o Catar que deveria oficializar o pedido para esta mudança, enquanto o país cobrava que a federação internacional fizesse a sugestão e se responsabilizasse pela medida.

Para D'Hooghe a alteração deve acontecer mesmo com a promessa da Fifa de que as partidas e os treinos acontecerão em estádios climatizados, que manteriam a temperatura entorno dos 21ºC. O médico-chefe lembrou que ainda assim os jogadores podem sentir o rigoroso verão do Catar quando não estiverem jogando, além de ressaltar o risco para torcedores, funcionários e outros envolvidos no evento.

"O problema, claro, é maior do que em relação aos jogadores. E o problema é muito maior para as outras pessoas que cercam a Copa do Mundo. O público que tem que se mover de cidade para cidade e que tem que viver com temperaturas que são muito elevadas", argumentou.

Apesar do posicionamento do médico, a Fifa ainda não definiu se a data da competição será mantida ou não. Recentemente, Joseph Blatter demonstrou que a entidade estava longe de tomar uma decisão. "Este é um problema sem solução", chegou a dizer o presidente da Fifa.

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