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Em greve desde o dia 29 de janeiro, os trabalhadores dos Correios se reuniram nesta segunda-feira (17) em mais uma assembleia em frente ao edifício sede da empresa no Recife, na Avenida Guararapes, no centro da cidade. De acordo com Roberto Alexandre, do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Pernambuco (SINTECT-PE), o grupo fez um apitaço e panelaço no local, e deu seguimento à contestação da mudança do plano de saúde dos trabalhadores. Além disso, nesta assembleia, os trabalhadores foram cobrar o desconto no ticket alimentação.

“Recebemos R$ 800 de alimentação por mês e só depositaram R$ 158 este mês”, disse Roberto. Ele acrescenta ainda que a empresa considera a greve ilegal, e entrou com pedido no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para comprovar esta condição, que foi descartada pelo órgão.

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A assessoria de imprensa dos Correios voltou a afirmar que não houve nenhuma alteração no plano de saúde atual dos trabalhadores nem confirmou o desconto no valor do ticket. Também acrescentou que, em relação ao plano Correios Saúde, nenhuma mensalidade foi cobrada, já que o plano não será privatizado. Na semana passada, os trabalhadores que estavam em greve na Bahia (BA) encerraram a paralisação.

Ao todo, há 96 unidades em que a medida do TST de manter o efetivo mínimo de 40% de trabalhadores foi descumprido, o que resulta em multa diária de R$ 50 mil por dia. Ainda hoje, os Correios vão divulgar um novo balanço com número dos mutirões feitos para entrega de documentação durante os dias de greve.

Como parte das resoluções do IV Congresso dos Trabalhadores de Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos em Pernambuco (Contecte-PE), o  Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos em Pernambuco (Sintec-PE) realizará nesta quinta-feira (2), a cerimônia para instalação da Comissão da Memória e da Verdade – Mércia Albuquerque Ferreira. A solenidade ocorrerá no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), no bairro de Santo Antônio em Recife, a partir das 18h.

A comissão tem o objetivo de firmar parceria e subsidiar a Comissão Nacional da Verdade e a Comissão Estadual da Verdade no aprofundamento de esclarecimentos das graves violações aos direitos humanos ocorridas no âmbito da empresa dos Correios envolvendo trabalhadores da ECT. As análises serão referentes aos períodos entre 1946 a 1988. O nome dado à comissão que será vinculada à Secretaria de Combate às Opressões da entidade é uma homenagem à defensora e lutadora pernambucana dos direitos humanos, Mércia Albuquerque.

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O grupo atualemnte é composto por cinco membros: Mauro Lapa; Maria Alves; Arnaldo Travassos; Luciano Batista e Maria das Graças Bandeira. Até o momento não foi eleito coordenador ou presidente da Comissão. Todas as decisões são tomadas em conjunto.

De acordo com a advogada do SINTECT-PE, Maria das Graças Bandeira, é preciso esclarecer para a sociedade o que aconteceu com essa categoria durante esse tempo e, ao mesmo tempo, preservar a memória das lutas e conquistas. "Desde que era Departamento de Correios e Telégrafos, esse é o órgão que mais abrigou militares. Além disso, desde 1975, os Correios é a empresa que mais demitiu por motivos ligados à greve e mobilização sindical, chegando a quase 20 mil demissões", lembrou.

Segundo a entidade, o Serviço Nacional de Informações (SNI) agia infiltrado dentro da sede dos Correios (no 6º andar do prédio sede dos Correios, localizado no bairro de Santo Antônio), durante o período do Regime Militar e supervisionando e coordenando as atividades de informações. "O grupo agia infiltrado dentro do prédio, com militares disfarçados, usando crachás e fardas da empresa. Eles censuravam correspondências, em especial de lideranças em oposição ao regime, como Dom Hélder Câmara, Miguel Arraes e Cristina Tavares", explicou Bandeira.

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