Tópicos | Devastação Ambiental

Nesta quinta-feira (22), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), declarou durante a cerimônia de formatura do Instituto Rio Branco, no Palácio do Itamaraty, que não há “nada queimando” na Amazônia. Ele também convocou diplomatas estrangeiros a realizar um sobrevoo da floresta tropical em uma viagem na qual verão que não há “sequer um hectare de selva devastada".

“Estamos ultimando uma viagem Manaus-Boa Vista, onde convidaremos diplomatas de outros países para mostrar naquela curta viagem de uma hora e meia, que não verão em nossa floresta amazônica nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada", disse Bolsonaro. A intenção de fazer um voo com diplomatas sobre a Amazônia já havia sido mencionada anteriormente, em setembro, pelo vice-presidente Hamilton Mourão, que está à frente do Conselho Nacional da Amazônia Legal.

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A afirmação foi feita no mesmo dia em que veio à tona a informação de que as brigadas de incêndio florestal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram desmobilizadas por falta de recursos. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o número de focos de incêndio na Amazônia de janeiro a setembro de 2020, que teve 76.030 focos de incêndio, foi o maior desde o ano de 2010, com 102.409 pontos de fogo.

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Ativistas do Greenpeace, organização ativista que usa confrontos pacíficos para expor problemas ambientais, ergueram uma estátua de ‘Bolsonero’ em área devastada pelas chamas no Pantanal, região que vem sendo gravemente destruída por incêndios em 2020. A crítica ao presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), o compara a Nero Cláudio César Augusto Germânico, imperador romano de 13 de outubro de 54 até a sua morte, em 9 de junho de 68, que é tido como o responsável pelo incêndio que devastou Roma no ano 64, embora essa versão não seja consenso entre historiadores. 

“Com essas ações não queremos chamar atenção apenas para a destruição sem precedentes do patrimônio ambiental dos brasileiros, mas apontar as causas e seus responsáveis. O Brasil está literalmente em chamas graças à política incendiária do atual governo que, em vez de apresentar ações coordenadas e efetivas de proteção ao meio ambiente e à vida das pessoas, segue tocando a melodia desvairada do seu projeto de destruição, ameaçando e queimando a biodiversidade brasileira e fragilizando a já combalida economia do país”, afirma Tica Minami, diretora de programas do Greenpeace Brasil.

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Tica também alerta para outros problemas que o País vem enfrentando e deverá continuar tendo caso continue com uma política ambiental de devastação. “Ao desdenhar o meio ambiente, é como se o governo Bolsonaro queimasse uma marca extremamente valiosa chamada Brasil – investidores, empresários, banqueiros, chefes de Estado e entidades nacionais e estrangeiras já advertiram que devem retirar investimentos do país por não quererem estar associados a prática de crimes ambientais”, afirmou ela.

Fogo no Pantanal

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), a área devastada pelas chamas no Pantanal apenas no mês de setembro é de 33 mil km², o equivalente a todo o território de Alagoas e do Distrito Federal somados e 14% de toda a região. No mesmo período em 2019, a devastação causada pelo fogo chegava a 12.948 km². 

É a maior devastação anual do território em decorrência de fogo desde que o governo federal começou a realizar medições em 2002: dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), parceira do Inpe, mostram que 26% de todo o bioma já foi queimado de janeiro a setembro.

Amazônia e Cerrado

No Cerrado, até o momento já foram registrados mais de 54 mil focos de calor no ano de 2020. Já na Amazônia, o mês de setembro registrou um aumento de 60,6% nos focos de calor em comparação com o mesmo período de 2019. 

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