Tópicos | Dia do Repórter

Nesta semana é comemorado o Dia do Repórter no Brasil. O repórter é o profissional de Jornalismo, que atua na elaboração de notícias ou reportagens, através de pesquisas, entrevistas e investigação. Para comemorar, o Leia Já separou uma lista de livros-reportagens, com bastidores de casos históricos, confira:

Ela disse: Os bastidores da reportagem que impulsionou o #MeToo (2019) - Em 2017, as jornalistas do New York Times, Jodi Kantor e Megan Twohey publicaram uma reportagem sobre o assédio e abuso sexual em Hollywood, apontando o produtor Harvey Weinstein - cujo os advogados compravam o silêncio das vítimas. O episódio levou mulheres de todo canto a compartilharem suas histórias, dando origem ao movimento feminista “Me Too” (em português, "eu também)". O livro ganhou uma adaptação para filme, prevista para chegar aos cinemas brasileiros este ano;

##RECOMENDA##

Os Sertões (1902) - Escrito por Euclides da Cunha (1866-1909) durante a Guerra dos Canudos (1896-1897), é considerado o primeiro livro-reportagem brasileiro. Na época, o autor era correspondente do jornal O Estado de São Paulo na Bahia e realizou a cobertura dos fatos. A obra é dividida em três partes: a terra, o homem e a luta. Além de relatar os acontecimentos históricos, Cunha também descreve estudos geográficos e antropológicos do episódio;

Todo dia a mesma noite: A história não contada da Boate Kiss (2018) - Escrito pela jornalista Daniela Arbex, o livro conta a história da investigação sobre a tragédia na Boate Kiss em 2013, que matou cerca de 242 pessoas na cidade de Santa Maria (Rio Grande do Sul). Há depoimentos de sobreviventes, familiares das vítimas, equipes de resgate e profissionais da área da saúde. Este ano, a Netflix lançou uma adaptação em forma de minissérie;

Estação Carandiru (1999) - No livro, o Dr. Drauzio Varella conta sobre sua experiência como médico voluntário contra a Aids na Casa de Detenção de São Paulo, no bairro Carandiru.  No ano 2000, a obra venceu o Prêmio Jabuti de “Melhor Livro” e em 2003 ganhou uma adaptação para filme.

O Dia do Repórter celebra nesta terça-feira (16) o profissional responsável por apurar e transmitir informações de diversos segmentos ao público. O repórter é uma das qualificações do jornalismo, e durante a pandemia de coronavírus (Covid-19) essa "testemunha da história" precisou adaptar o ofício às regras de distanciamento social.

Repórter da Record TV em São Paulo, Douglas Dias, 37 anos, continuou com o trabalho em campo, mas precisou se adequar às medidas sanitárias, com o uso de máscara e distanciamento dos entrevistados. "Adotamos as entrevistas online, e elas garantiram que continuássemos conversando com as pessoas", comenta.

##RECOMENDA##

Douglas Dias, repórter da Record TV | Foto: Arquivo Pessoal

Além dos profissionais, os telespectadores também precisaram se acostumar com as adaptações, entre elas, entrevistas feitas por Skype, com imagens inferiores aos padrões televisivos. Muitas dessas mudanças impactam o jornalismo no presente, e também no futuro. "Acredito que quebramos a barreira do entrevistado presencial e conseguimos incluir em nossas reportagens pessoas que estão distantes, ou aqueles que estão perto e não podem nos atender naquele momento", relata Dias.

Embora a prática de realizar reportagens a distância tenham sido potencializadas pela crise sanitária, o trabalho remoto dentro do jornalismo já ocorria antes da pandemia. O repórter e coordenador da rádio Na Boca Da Galera, Vanderlei Abreu, 54 anos, de São Paulo, explica que já estava habituado com home office e com o uso das tecnologias.

Vanderlei Abreu, da rádio Na Boca da Galera | Foto: Arquivo Pessoal

Abreu acredita que a possibilidade de fazer entrevistas via web é um recurso que será mantido na profissão pós-pandemia. "Graças aos recursos tecnológicos, consegui contactar o primeiro brasileiro que foi vacinado nos Estados Unidos, que era um médico brasileiro. E isso veio para ficar, como o próprio WhatsApp para que as entrevistas possam ser feitas, e outros programas que possibilitam gravar áudio e vídeo, como Skype e Zoom", aponta.

Semelhante ao que ocorre no rádio, a reportagem nos portais online também conseguiram se adaptar ao sistema home office. O repórter e editor do Mundo das Franquias, Rafael Gmeiner, 39 anos, de Mogi das Cruzes (SP), já realizava parte do ofício de maneira remota, mas, antes da pandemia, algumas entrevistas eram feitas de maneira presencial. "Agora tento fazer isso de forma virtual. É positivo, pois ganhei mais comodidade", afirma. Ele acredita que o home office já tinha ganhado força antes da pandemia. "Os veículos que puderem tentarão usar os recursos tecnológicos com mais intensidade para terem eficiência e redução de custos", prevê.

Rafael Gmeiner, repórter do Mundo das Franquias | Foto: Arquivo Pessoal

Apesar da comodidade, alguns profissionais acreditam que, por não estarem na redação, a dinâmica do dia a dia é prejudicada, como aponta o repórter do jornal impresso Zero Hora, Júlio Boll, 29 anos, de Porto Alegre (RS). "O fato de você estar trancado em casa deixa o trabalho mais corrido, pois creio que as chefias não possuem a noção de tempo para se produzir uma matéria", destaca Boll, que durante a pandemia, saiu para as ruas três vezes.

Na concepção de Boll, as mudanças causadas pela pandemia contribuíram para que os jornais entendessem o modelo de trabalho remoto. "O Zero Hora tinha muita resistência em adotar o home office, e, agora, a empresa entendeu que o produto sai com a mesma qualidade. Acredito que a empresa continuará com essa forma de trabalhar", comenta Boll. Ele destaca que, por estar no conforto de casa, as entrevistas se tornam mais intimistas e com o tom mais tranquilo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando