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O ex-secretário de Relações Institucionais do Governo do Distrito Federal e ex-delegado de polícia Durval Barbosa, delator do chamado "Mensalão do DEM", foi esfaqueado no abdômen durante uma discussão com a mulher na tarde desta segunda-feira (19). O crime teria acontecido dentro da sua casa, na rua 114 da Asa Sul.

De acordo com informações da Polícia Militar, a mulher teria afirmado aos atendentes que entrou em vias de fato com o marido e que, para se defender, esfaqueou-o na região do abdômen. O órgão não possui outros registros de violência doméstica no endereço do casal.

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Barbosa foi socorrido com vida e encaminhado para o HRAN (Hospital Regional da Asa Norte). A mulher foi levada para o 1º Distrito Policial, onde presta depoimento. A faca usada no crime foi apreendida.

O "Mensalão do DEM" foi um esquema de corrupção revelado pela operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. Os crimes apurados pelas investigações levaram à cassação do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda e seu vice, Paulo Octávio, em 2009.

Na época, o Ministério Público denunciou 19 pessoas que fariam parte do esquema. Barbosa fez um acordo de delação premiada no final de 2011, o que fez com que ele fosse absolvido pelo Tribunal de Justiça do Estado em junho de 2012.

Em novembro de 2015 o ex-secretário chegou a ser condenado pelo Tribunal de Contas do DF a devolver R$ 9 milhões que teriam sido desviados quando ele foi diretor da Codeplan (Companhia de Planejamento do DF).

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) considerou ilegal a aposentadoria de Durval Barbosa Rodrigues, pivô do escândalo do mensalão do DEM. Segundo a Corte, o delegado da Polícia Civil do DF não teve tempo suficiente de carreira para receber o benefício.

A aposentadoria especial de Durval foi concedida em 10 de fevereiro de 2005. Ele teria que comprovar 20 anos de trabalho em atividade estritamente policial e mais 10 anos em atividade comum. O tribunal verificou que o servidor estava cedido à Codeplan entre 15 de janeiro de 1999 e 09 de fevereiro de 2005.

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De acordo com o TCDF, Durval teria trabalhado em atividade estritamente policial apenas 13 anos, 10 meses e 8 dias. A Polícia Civil tem prazo de 30 dias para anular o ato de aposentadoria. O TCDF vai verificar o cumprimento dessa determinação em uma auditoria. A Polícia Civil também poderá avaliar se Durval Barbosa tem direito a outra modalidade de aposentadoria. Caso contrário, ele terá que retornar ao trabalho.

O Tribunal já tinha determinado que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios apurasse se houve fraude na documentação entregue por Durval. Segundo o TCDF, Durval apresentou defesa informando que não tem como ratificar as certidões de tempo de serviço apresentadas e que reconhece não preencher o requisito temporal de 20 anos exigidos pela lei.

A oposição na Câmara dos Deputados e no Senado decidiu hoje investir em duas frentes para investigar a ligação do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, com a advogada Christiane Araújo de Oliveira, ligada ao delator do esquema de corrupção no Distrito Federal, Durval Barbosa.

O líder do PSDB, deputado Bruno Araujo (PE), informou que na Câmara os parlamentares vão representar contra Carvalho na Comissão de Ética Pública da Presidência da República. "Esperamos que a comissão aprecie o processo e fale sobre a troca de e-mails entre a senhora Christiane e o ministro de Estado", informou, referindo-se aos dados da reportagem da revista Veja que mostra a proximidade da advogada com Carvalho.

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Na época, em 2009, Carvalho era chefe do gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A advogada também teria se relacionado com o então advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). E essa proximidade, segundo a revista, teria resultado na recondução de Leonardo Bandarra, ligado a Barbosa, ao cargo de procurador-geral da Justiça do DF. Os e-mails mostram o pedido de Christiane para manter Bandarra no cargo e a iniciativa do ministro em atendê-la.

Já no Senado, o líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), informou que a oposição fará uma representação ao Ministério Público Federal contra Gilberto Carvalho. "É necessário a abertura de um inquérito civil público para apurar o ato de improbidade administrativa", afirmou. Sobre o ministro Toffoli, o líder entende que ele já é alvo de uma investigação. "Por enquanto é um problema interno do STF, que deve tomar as providências, se assim entender".

Demóstenes rebateu a acusação de governistas de que, para a oposição, "quanto pior, melhor". "Isso é ignorância, nós apostamos no futuro do Brasil, na melhora de nossas instituições e, se não tomarmos essas providencias, nós vamos estar com o governo cheio de corruptos, de delinquentes, de imorais, de pessoas que administram mal e de incompetentes".

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