Tópicos | emergências clínicas

A partir da próxima terça-feira (11), o Corpo de Bombeiros de Pernambuco deixará de atender casos de emergências clínicas, resumindo-se ao socorro de vítimas de traumas e agressões. A mudança foi anunciada em coletiva de imprensa, realizada nesta quarta-feira (5), na Secretaria de Defesa Social (SDS). Os chamados para atendimentos médicos serão realizados exclusivamente pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

“Este é mais um pacto entre os dois órgãos. Com isso, deixa de ocorrer casos de duplicidade, quando num mesmo atendimento são deslocadas equipes dos Bombeiros e do Samu. O foco principal da mudança para os Bombeiros é aumentar o percentual de atendimento das vítimas de agressão”, explica o comandante operacional metropolitano do Corpo de Bombeiros, Coronel Gustavo Falcão. “É dar a César o que é de César. Não temos a expertise nos atendimentos clínicos, não é uma vocação institucional nossa”, informa.

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Os números de cada entidade permanecem os mesmos: 192 (Bombeiros) e 193 (Samu). Questionado sobre a possibilidade de uma sobrecarga na demanda do Samu, Leonardo Gomes - coordenador geral da instituição – disse que ainda não há como mensurar os efeitos da nova medida. “Vai haver um aumento, sim, porque (os Bombeiros) deixarão de atender os casos. Não sabemos o quanto, mas o atendimento do Samu é qualificado e pode ser que as estatísticas mostrem o oposto”. 

Atualmente, 62% dos atendimentos do Samu são de emergências clínicas. Por dia, 450 pessoas são atendidas pelo órgão, mas o número de ocorrências por mês que chegam à Central de Atendimento é de aproximadamente 35 mil. Com a restrição de atendimentos clínicos pelo Samu, pode acontecer casos nos quais a população entre em contato com um órgão e tenha que fazer uma nova ligação para a entidade correta. 

“O que nós vamos poder fazer agora é qualificar a demanda, fazer o julgamento adequado. Em um futuro, pensamos até em integrar as ligações para um só canal, como o 911 dos Estados Unidos”, afirmou Leonardo Gomes. Segundo as entidades envolvidas, os profissionais de atendimento telefônico já receberam orientação para encaminhar os casos aos órgãos competentes. E deixaram claro que, em casos extremos de urgências que não possam ser atendidas pelo Samu, os Bombeiros continuarão a poder auxiliar as vítimas, de acordo com a necessidade. 

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