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Familiares dos desaparecidos pela erupção do vulcão de Fogo na Guatemala adentraram neste sábado (9) pela comunidade San Miguel Los Lotes com a intenção de encontrar mais corpos de vítimas da tragédia, que até o momento deixou 110 mortos.

Os parentes evadem os cordões de segurança para chegar à chamada "zona 0" e cavam entre os escombros e toneladas de cinzas em busca de seus familiares na comunidade sepultada, no sul do país.

"Nosso dever é encontrá-los", disse à AFP Elder Vásquez, de 49 anos, apoiado por socorristas voluntários para retirar as cinzas da área onde fica sua casa.

Vásquez não tem outro remédio senão escavar se quiser encontrar sua esposa e cinco filhos desaparecidos, já que as autoridades mantém desde quarta-feira suspensos os trabalhos de buscas ante a instabilidade do terreno e a constante atividade do vulcão.

As autoridades argumentam que essas condições põem em risco as centenas de socorristas, policiais e soldados mobilizados desde domingo, quando ocorreu a tragédia.

O desespero por este cancelamento das buscas levou os moradores a se instalarem desde quinta-feira na zona da catástrofe, apesar das advertências de risco.

O vulcão, de 3.763 metros de altura e situado 35 km ao sudoeste da capital, vem expulsando material piroclástico nos últimos dias, segundo o instituto estatal de vulcanologia da Guatemala.

Esse material, composto por gases tóxicos, pedras e matéria vulcânica e que pode atingir altas velocidades quando desce a montanha, foi o que causou o desastre de domingo.

Os protocolos internacionais estabelecem que depois de 72 horas de uma tragédia, as operações de busca devem ser suspensas por não haver mais possibilidades de encontrar sobreviventes.

No entanto, o órgão encarregado da defesa civil, a Coordenadoria para a Redução de Desastres (Conred), não deu ainda essa ordem nem declarou a zona como um cemitério ou inabitável.

Os moradores conseguiram pegar emprestado com uma empresa uma máquina escavadeira, e começavam suas buscas neste sábado, segundo Ronald Enríquez, um dos motoristas do veículo.

A tragédia do vulcão de Fogo deixou também 57 feridos e 12.407 pessoas evacuadas, das quais 4.175 permanecem em abrigos, segundo o último balanço divulgado pela Conred.

Alguns moradores das comunidades próximas resistem a abandonar suas casas pelo risco de que sejam saqueadas, apesar da insistência das autoridades da defesa civil.

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