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A CPI da Pandemia deve votar na quarta-feira (7) a convocação de Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro. Em uma gravação divulgada na segunda-feira (5), ela acusa o presidente de envolvimento em um esquema de desvio de recursos públicos conhecido como “rachadinha” quando foi deputado. Segundo a denúncia, dinheiro que deveria ser usado para o pagamento de servidores da Câmara era “devolvido” para o então deputado Jair Bolsonaro. O advogado Frederick Wassef, que representa o presidente, nega as acusações.

O pedido de convocação é assinado pelo relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL). “A pessoa convocada tem ligação direta com suspeitas de crimes investigados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, envolvendo o presidente da República e seus filhos. Além disso e intimamente ligadas ao objeto desta CPI, há notícias de que as indicações de ocupantes para posições, cargos e funções estratégicos no Ministério da Saúde e outras posições no combate à pandemia seriam feitas pelo presidente da República, por seus filhos e pessoas próximas a eles, em sua maioria, por meio da senhora Andrea Siqueira Valle”, argumenta Calheiros.

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A CPI da Pandemia tem 59 requerimentos na pauta. Eles preveem, por exemplo, a quebra dos sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático dos deputados federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do Governo na Câmara, e Luis Miranda (DEM-DF). Barros teria sido citado pelo presidente Jair Bolsonaro em um suposto esquema de corrupção para a compra da vacina Covaxin. A denúncia foi apresentada em junho por Miranda.

Renan sugere a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Danilo e Gustavo Berndt Trento. Eles são apontados como sócios de Francisco Maximiano, da Precisa Medicamentos, envolvido em denúncias de irregularidades na compra da vacina Covaxin.

Calheiros requer ainda que o Poder Executivo envie à CPI informações detalhadas sobre gastos orçamentários classificados como “Resultado Primário – RP-9”. O relator quer saber quais parlamentares e autoridades pediram ou liberaram um total de R$ 16,85 bilhões previstos nessa rubrica em 2020 e 2021.

Renan também apresentou um requerimento de informações ao Comando do Exército. Ele quer acesso a todos os relatórios e informações de inteligência relacionados ao ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello e aos militares Antônio Élcio Franco, Marcelo Blanco da Costa e Alexandre Martinelli Cerqueira. Os três últimos também atuaram na pasta durante a pandemia de coronavírus.

O relator da CPI da Pandemia propõe que a Polícia Federal investigue o encontro ocorrido entre o policial militar Luiz Paulo Dominguetti e o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias. Dominguetti se apresenta como representante comercial da empresa Davati Medical Supply, com sede nos Estados Unidos. Ele afirmou ter recebido de Dias um pedido de propina para a compra de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca. Renan pede que a Polícia Federal apreenda imagens e equipamentos no Brasília Shopping, no Garvey Park Hotel e no restaurante Vasto, onde Dominguetti e Dias teriam se encontrado.

O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou ainda um requerimento para que o Ministério da Saúde informe todos os registros de entrada de Luiz Paulo Dominguetti e do reverendo Amilton Gomes da Paula ao longo de 2021. O religioso, que também é alvo de um pedido de convocação, recebeu aval da pasta para negociar a compra de 400 mil doses da AstraZeneca com a empresa Davati.

*Da Agência Senado

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou que irá pedir a convocação da ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro Andrea Siqueira Valle para depor à comissão. O objetivo da oitiva, segundo ele, é explicar se houve "espelhamento" do esquema das "rachadinhas" no governo federal, que teria o envolvimento direto do presidente, conforme divulgado pelo UOL nesta terça-feira.

Em anúncio feito pelo Twitter, Renan classifica como "fundamental" a convocação de Andrea. Segundo ele, "como se sabe, Carlos Bolsonaro é peça fundamental no ministério paralelo e Flávio Bolsonaro um influente filtro de indicações".

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Apesar do pedido de convocação, o senador pondera que a intenção da oitiva da ex-cunhada não é incriminar, mas esclarecer fatos e detalhar citações de militares feitas por ela. "São muitos os indícios e testemunhos da participação de militares em irregularidades com as vacinas Covaxin e Astrazeneca", finalizou o relator da CPI.

As denúncias publicadas nesta manhã pelo UOL trazem gravações que apontam o envolvimento direto de Bolsonaro no esquema ilegal de entrega de salários de assessores na época em que ele exerceu seguidos mandatos de deputado federal, entre os anos de 1991 e 2018. O conteúdo indica que o agora chefe do Executivo participava diretamente da "rachadinha". A ex-cunhada do presidente também aponta que um coronel da reserva do Exército, ex-colega do presidente na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), atuou no recolhimento de salários da ex-cunhada de Bolsonaro, no período em que ela constava como assessora do antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

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