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Sob a gestão de José Graziano, ex-ministro de Segurança Alimentar do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) vai priorizar o combate à fome na África. As prioridades do novo diretor-geral foram anunciadas à imprensa internacional nesta terça-feira (3), em Roma, em sua primeira entrevista à frente da instituição. Entre elas, não consta a implantação do programa Fome Zero, vitrine do governo brasileiro, em nível internacional.

Eleito em junho, Graziano concedeu entrevista a uma plateia de jornalistas de todo o mundo que lotaram a sala reservada pela FAO. Falando em inglês, espanhol e português, o ex-ministro apresentou as estratégias e os objetivos de sua gestão: erradicar a fome, protegendo os recursos naturais e promovendo ações de mitigação das mudanças climáticas. Prometeu ainda dar continuidade à reforma da instituição, com a redução de custos administrativos e de sua burocracia e com a intensificação dos trabalhos de campo, levando o auxílio técnico direto aos produtores rurais.

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Para Graziano, embora haja bolsões de pobreza e de fome em diferentes regiões do globo, a prioridade da FAO deve ser a África. "A África será a minha prioridade durante o meu mandato", reiterou em diversos momentos. Para ressaltar sua determinação, o diretor afirmou que visitará os países do chamado Corno da África - região nordeste do continente onde se situam o Djibuti, a Etiópia, a Eritreia e a Somália - e participará da reunião de cúpula da União Africana neste ano. "A FAO deve estar onde a fome é maior", disse, lembrando que produtores rurais desses países não têm condições de chegar até os países doadores para lhes solicitar recursos. "Nós vamos ajudá-los", garantiu, repetindo que "é muito barato erradicar a fome" do que enfrentar os custos gerados por doenças decorrentes da miséria.

Questionado sobre se a experiência do programa Fome Zero no Brasil poderia ser expandida a outras regiões com o mesmo sucesso, Graziano elogiou os resultados obtidos a partir de um investimento de US$ 2 bilhões em 2003, mas lembrou que o montante é quatro vezes maior do que o orçamento da FAO em 2012. Pragmático, advertiu ainda que o Fome Zero não era apenas uma medida, mas um conjunto de mais de 60 ações em diferentes regiões do país. "É importante que cada país enfrente a fome de baseado em suas experiências locais", ponderou, lembrando que programas de transferência de renda como o Bolsa Família passam, por exemplo, pela organização dos Estados e pela existência de um sistema bancário - o que muitas vezes inexiste na África. "Não existe bala de prata para acabar com a fome", frisou.

Sob a direção do brasileiro, a FAO vai se organizar em grupos de trabalho e em conselhos de políticas e preparará uma "resposta emergencial e sustentável de desenvolvimento". Segundo Graziano, a instituição vai aprofundar a transparência e a democracia nas decisões e fomentar as trocas de experiências entre países do Hemisfério Sul, sempre tentando estreitar os vínculos com os governos de todos os países-membros.

Outras agências da ONU, institutos de pesquisa, a sociedade e a iniciativa privada também serão chamadas a contribuir com o objetivo de alcançar as Metas do Milênio para a redução da miséria e da fome. "Ninguém, seja a FAO ou outra agência, vai vencer essa guerra sozinho", ponderou.

Em sinal de uma política de conciliação entre o capital e os movimentos sociais, Graziano informou que vai participar do Fórum Social Mundial (FSM), em Porto Alegre, e também do Fórum Econômico Mundial (WSF), em Davos, em janeiro.

O crescimento acelerado da população mundial, que ultrapassou 7 bilhões, impõe a necessidade de dobrar a produção de alimentos até 2050, quando contaremos mais de 9 bilhões de pessoas. A combinação desse fenômeno com a urbanização e a alta da renda nos países em desenvolvimento aponta um desafio ainda maior na produção de carne e abre uma grande oportunidade comercial para o Brasil.

De acordo com estimativas da FAO, a organização para alimentação das Nações Unidas, para alcançar o crescimento acelerado do consumo de carnes em países como China, Índia e Brasil, será preciso elevar a oferta global dos atuais 228 milhões para 463 milhões de toneladas anuais até 2050. Nesse processo, o rebanho de bovinos saltará de 1,5 bilhão para 2,6 bilhões.

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O Brasil já é o maior produtor mundial de carne bovina desde 2008, quando ultrapassou a marca de US$ 14 bilhões com a exportação de proteína animal. Projeções do Ministério da Agricultura indicam que o País deverá ampliar a fatia atual de 20,7% do mercado mundial para 44,5% até 2020, quando também dominará quase 50% do comércio de aves.

A demografia cria uma demanda futura firme para produtos cuja competitividade é elevada no Brasil, mas o próprio governo vê entraves para que o País aproveite ao máximo essa oportunidade. Em visita ao Congresso no mês passado, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, defendeu uma estratégia integrada de apoio à pecuária.

Ele diagnosticou uma capacidade ociosa nos frigoríficos que não condiz com o aumento da oferta de proteína para atender à demanda externa. "Precisamos fomentar a pequena pecuária para que ela possa aumentar a produtividade. Isso requer programas de expansão de matrizes, de recuperação de pastagens e um programa fitossanitário para escapar das barreiras." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Hortas caseiras, aproveitamento de alimentos, hipertensão e diabetes, alimentação viva e prato saudável. Esses são os assuntos que serão tratados nas oficinas de orientação para uma alimentação mais equilibrada e saudável que fazem parte da comemoração do Dia Mundial da Alimentação (16). O evento é gratuito e acontece nesta sexta-feira (14), no Mercado da Encruzilhada, das 8h às 12h. A data é comemorada há 27 anos e lembra a criação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

Não é necessária a inscrição prévia para participar das palestras que serão ministradas por nutricionistas da Prefeitura do Recife. Os profissionais demonstrarão exemplos de alimentos, como os sucos - que trazem benefícios para a saúde de quem possui problemas como a hipertensão e diabetes.

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A comemoração é promovida pelo Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Comsea), do qual fazem parte as secretarias de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico; Saúde; Educação Esporte e Lazer; a Companhia de Serviços Urbanos (Csurb); e o Instituto de Assistência Social e Cidadania (Iasc), entidade vinculada à Secretaria de Assistência Social.

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