Depois de eleições influenciadas por fake News em 2018, 2022 vai demandar mais rigor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para monitorar e reprimir eventuais estratégias que desrespeitem as regras eleitorais. Com a consolidação de uma disputa ainda marcada pela polarização, a renovação política também deve perder espaço.
Para o doutor em Ciências Políticas e observador internacional da Organização dos Estados Americanos, Vanuccio Medeiros, as fake news ainda são uma ameaça para TSE, mas a entidade chega bem mais preparada para 2022. No entanto, a falta de uma legislação específica ainda dificulta o rigor judicial dos efeitos da fiscalização.
##RECOMENDA##"Até o momento estamos vendo um tipo de campanha antecipada. Muitos outdoors e eventos de natureza eleitoral já ocorrendo. O TSE está tendo uma postura complicada nesses momentos, basta verificar a confusão que causou neste fim de semana com a censura no Lollapalooza", avaliou Medeiros, que não exclui que o TSE possa adotar uma “postura confusa e que cause mais problemas do que soluções".
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Sem espaço para renovação
O enfraquecimento do discurso de combate à corrupção e os desdobramentos da pandemia são outros aspectos que devem caracterizar as eleições deste ano. O mestre em Direito Constitucional e secretário Geral do Instituto dos Advogados de Pernambuco (IAP), Caio Sousa, destacou que o recorte econômico vai ser levado aos debates como críticas relacionadas ao fechamento do comércio.
Na sua visão, o tradicionalismo volta com a retração do espaço para a renovação, com exceção aos poucos quadros que podem surpreender pela força das redes sociais.
A perpetuação de discursos mais populistas e eleitoreiros é a expectativa para conquistar o grande eleitorado e ditar a busca pelo voto evangélico.
“O apelo eleitoreiro às necessidades da população que aumentaram com o cenário de pandemia e fechamentos sucessivos do comércio, bem como percebo a volta de uma política mais tradicional marcada por discursos que chegam ao estômago e nomes velhos ressurgindo com a diminuição do combate à corrupção e flexibilização de leis contra improbidade”, sintetizou Sousa.