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O Fleury informou na manhã desta segunda-feira (8) a ocorrência de um ataque cibernético em seu ambiente de tecnologia da informação na noite de domingo (7). A empresa afirma que desde o momento inicial das indisponibilidades, a companhia acionou seus protocolos de segurança e controle com o objetivo de minimizar os eventuais impactos em suas operações, contando com o apoio de empresas especializadas e de referência nessa área de atuação.

"Estamos gradualmente normalizando nossas operações de forma controlada, com os devidos testes de segurança sendo executados, priorizando a integração automática de sistemas em hospitais em nossos ambientes, que vem ocorrendo de forma gradativa. As Unidades seguem atendendo nossos clientes com sistemas já restabelecidos", afirma a empresa em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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A companhia diz que mantém atualizações frequentes e adota tecnologias disponíveis para preservar um adequado nível de proteção ao seu ambiente tecnológico, tendo inclusive investido substancialmente nos últimos três anos em sua estrutura de tecnologia, de forma a prevenir e proteger a segurança da informação, o que foi essencial para minimizar os efeitos de tal ataque em suas operações.

"Além disso, a companhia continua a investigação e avaliação das circunstâncias do ataque e apuração da extensão do incidente, enquanto trabalha diligentemente para tomar todas as medidas necessárias para limitar os danos causados e restabelecer o pleno funcionamento do ambiente de tecnologia", afirma.

A decisão de um grupo de 24 médicos de vender o controle do laboratório Fleury foi a fagulha para acender uma disputa acirrada pelo negócio. Segundo fontes de mercado, são muitos os interessados. Fundos fortes no País, como Gávea Investimentos (capitaneado pelo ex-presidente presidente do Banco Central Armínio Fraga) e Carlyle (que já comprou CVC, Ri-Happy e TokStok), avaliam a empresa, que está sendo assessorada pelo banco JP Morgan.

Além desses dois pesos pesados, pelo menos um outro fundo americano - o KKR - e laboratórios estrangeiros, de olho no crescimento do setor de saúde no País, também estão olhando o Fleury.

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Toda essa movimentação do mercado seria uma "pedra no sapato" da Bradesco Seguros, que já é sócia do empreendimento e tem todo o interesse de ser controladora do negócio, dizem fontes.

A companhia seguradora, que quer aumentar sua fatia no Fleury, estaria insatisfeita com o preço pedido pelos controladores do laboratório. "As negociações estão cozinhando desde novembro. A impressão é que eles (controladores) estão esperando uma proposta melhor da Bradesco Seguros", disse uma fonte. Procurados, Bradesco Seguros e Fleury não comentam o assunto.

Negociações lentas. Entre os fundos, a impressão é que as negociações não estão muito fáceis - a Core Participações, que reúne os médicos sócios do laboratório, oficializou o processo de venda do Fleury, que era alvo de rumores há tempos, há quase dois meses. "Tudo está andando mais devagar do que a gente imaginava a princípio", disse o diretor de um dos fundos que estão avaliando o ativo. "Mas continuamos interessados", ressalvou.

Segundo fontes de mercado, as conversas com a Gávea Investimentos (fundo controlado pelo JP Morgan), que foram reveladas pela imprensa no mês passado, também não teriam caminhado muito até agora. Isso porque os acionistas do Fleury tinham reservas em abrir seus dados financeiros para o fundo, que de certa forma é seu concorrente - a gestora é sócia do laboratório mineiro Hermes Pardini. Nos bastidores, questionava-se também o uso do Hermes Pardini como plataforma para a compra do Fleury, que tem um porte bem maior.

Por trás da intenção da venda do controle do laboratório Fleury estaria a intenção de sofisticar a entrega da empresa, cuja receita hoje está quase que totalmente baseada em repasses de planos de saúde. A companhia, que já é dona de uma marca premium - a Labs D’Or, por exemplo - teria a intenção de migrar de área, com a incorporação de outros serviços médicos, além dos diagnósticos. No mercado, comenta-se que suas marcas seriam fortes o suficiente para esse movimento.

O setor de saúde está atraindo diversos investidores ao Brasil. "É um mercado em processo de concentração. Além do interesse em laboratórios de análise, investidores estão de olho em hospitais e operadoras de planos de saúde, uma vez que o aumento de renda da classe C tem gerado demanda maior por esse serviço", disse outra fonte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O segundo dia do julgamento do massacre do Carandiru teve o depoimento mais esperado da semana, do ex-governador Antonio Fleury Filho. Em cerca de meia hora, Fleury defendeu nesta terça-feira, 16, a legitimidade da entrada da Polícia Militar no Pavilhão 9 no dia 2 de outubro de 1992. "Diante de todas as informações que recebi posteriormente, a entrada foi absolutamente necessária e legítima. A omissão da polícia é tão criminosa quanto qualquer ação."

Fleury ainda assumiu responsabilidade política no episódio, que acabou influenciando sua carreira nos anos que se seguiram. "A responsabilidade política é minha. A criminal, os senhores jurados é que vão decidir", afirmou, dirigindo-se aos integrantes do conselho de sentença.

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O ex-secretário de Segurança, Pedro Franco de Campos, depôs no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, após Fleury. Ele afirmou que concedeu autonomia ao coronel Ubiratan Guimarães para decidir sobre o que fazer. "O senhor avalia a situação. Havendo necessidade de entrar, o senhor deve entrar. Depois do episódio, fiquei tranquilo de que a necessidade da entrada era absolutamente necessária."

Outras quatro testemunhas foram chamadas para depor nesta terça, sendo três juízes corregedores à época do massacre. A estratégia da advogada de defesa Ieda Ribeiro de Souza era desconstruir o depoimento do agente penitenciário Moacir dos Santos, testemunha de acusação ouvida na segunda. O primeiro a depor, Ivo de Almeida disse que o problema para entrar no Pavilhão 9 era a barricada feita pelos presos - o agente penitenciário Moacir dos Santos havia dito na segunda que tinha uma chave disponível e que os PMs arrombaram o prédio "por prazer".

Já o desembargador Luiz Antonio Torres Garcia ponderou: "Era preciso ingressar para garantir a integridade dos presos. Havia risco do movimento se espalhar pelos outros pavilhões e os presos já estavam se matando. O que não era necessário era o resultado que acabou sendo obtido." O desembargador Luis Antônio San Juan França, terceira testemunha a depor, ressaltou não ter visto armas de fogo junto aos detentos, apenas armas brancas, reafirmando o depoimento das outras duas testemunhas de defesa.

A pedido do Ministério Público Estadual, os jurados começaram a ler as peças do processo às 18 horas desta terça. A leitura deve se estender pela manhã de quarta-feira e, após, quatro réus irão depor. Os nomes dos réus que serão ouvidos não foram passados pela advogada Ieda Ribeiro de Souza. Ao todo, 26 policiais militares estão sendo julgados acusados de 15 mortes no 2° pavimento da Casa de Detenção do Carandiru. Dois dos 26 não foram porque estão doentes.

 

O ex-governador de São Paulo Luiz Antonio Fleury Filho afirmou nesta terça-feira, 16, à advogada de defesa, Ieda Ribeiro dos Santos, que a Polícia Militar se reporta ao Secretário de Segurança. "Pelo menos no meu governo era assim." Segundo ele, em uma época de "40% de inflação ao mês, com 1,5 milhão de desempregados e dívidas de Estado, evidentemente que a investigação (do massacre do Carandiru) deveria ter sido feita como foi, pelos órgãos competentes", e não pelo governador. "A responsabilidade política do caso é minha. A responsabilidade criminal será decidida pelos jurados", afirmou.

Exaltado com a pergunta da advogada sobre sua responsabilidade no caso, ele ressaltou: "Governador não é presidente de inquérito. Eu já disse à senhora que tomei conhecimento posteriormente." Ele afirmou não ter "nenhuma" responsabilidade no caso. O depoimento de Fleury no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, foi encerrado após 30 minutos.

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O ex-governador confirmou que daria ordem para invadir o presídio se assim fosse pedido. "Diante de todas as informações que recebi posteriormente, a entrada foi absolutamente necessária e legítima. A omissão da polícia é tão criminosa quanto qualquer ação."

Segundo Fleury, "o PCC (Primeiro Comando da Capital), que dizem ter sido criado em razão desse episódio, no meu governo era um time de futebol". "Eu acho que se usa essa justificativa (de o episódio do Carandiru ter originado o PCC) para tentar dar um pouco de glamour ao PCC. É uma organização criminosa, que nasceu criminosa", afirmou.

O secretário de Segurança à época do massacre do Carandiru, Pedro Franco de Campos, é a quinta testemunha de defesa a ser ouvida nesta terça. Três desembargadores testemunharam, além do ex-governador Fleury.

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