Tópicos | Frankenstein

Nesta semana faz 90 anos desde que o filme “Frankenstein” (1931) chegou aos cinemas de todo o mundo. A obra foi uma das pioneiras a reformular um novo gênero do horror, assim como “Drácula” (1931), “A Múmia” (1932) e “O Lobisomem” (1941). Vale lembrar também que o filme é uma adaptação do livro homônimo lançado em 1818, desenvolvido e escrito por Mary Shelley (1797 – 1851). Por conta disso, o LeiaJá separou uma lista com diversos conteúdos que permitem conhecer melhor o universo de Frankenstein. Confira:

Filme clássico

##RECOMENDA##

O longa-metragem foi dirigido por James Whale (1889 – 1957) e trouxe uma proposta que acertou em diversos pontos. A história é contada a partir do ponto de vista do Dr. Victor Frankenstein, que reúne restos de cadáveres para criar um novo ser, um monstro, e a partir de então o cientista passa a ter noção sobre como é ser um criador, como Deus. O filme conta com cenários góticos que também são responsáveis por trazer o tom de terror e drama. O principal trunfo da obra vai para o ator Boris Karloff (1887 – 1969), que foi o responsável por interpretar o icônico monstro de Frankenstein.

Livro original de Mary Shelley

A obra que deu início ao mito do monstro de Frankenstein tem mais de 200 anos. Tudo começou em 1816, quando Mary Shelley estava com um grupo de amigos em Genebra, na Suíça. Em determinada noite, o grupo conversou sobre histórias fantasmagóricas, e juntas decidiram que cada um iria escrever um conto de terror. Assim nasceu a obra original. Dentre os grandes destaques da obra literária, está a interpretação que a escritora gera ao leitor, que passa a se questionar quem são os verdadeiros monstros, e quem são as verdadeiras pessoas. “Frankenstein” (1818) é uma obra atemporal, que deve ser lido por qualquer fã de ficção científica.

Documentário sobre a criação do mito

“The Frankenstein Files – How Hollywood Made a Monster” (2002) é um documentário realizado por David J. Skal. A obra conta tudo sobre os bastidores do filme clássico: desde a escalação do elenco, até as decisões finais quanto aos cenários e a maquiagem usada para dar vida ao monstro da história. Além disso, o documentário leva o espectador a entender como “Frankenstein” se tornou um ícone da cultura pop, e um dos símbolos mais reconhecíveis do Século XX. Todas essas informações são adquiridas por meio de entrevistas com familiares e cineastas que um dia tiveram contato com os atores da época. Confira o documentário: https://www.youtube.com/watch?v=UPUM7fT528U&ab_channel=LordeVelho

Desenho de Hanna-Barbera

A animação “Frankenstein Jr.” (1966) foi desenvolvida para criar maior da figura clássica com o público infantil. Ainda que a história original seja baseada no gênero do horror, os cartunistas William Hanna (1910 – 2001) e Joseph Barbera (1911 – 2006) decidiram trazer uma versão em que o monstro de Frankenstein tenha uma aparência mais heroica, e assim aconteceu. Diferente do personagem que já era estabelecido, Frankenstein Jr era um robô gigante, que tinha a capacidade de voar e disparar raios. Vale lembrar que esta versão do personagem também chegou a realizar um crossover com outro desenho famoso da época, “Os Impossíveis” (1966)

Frankenstein na Turma da Mônica

Maurício de Souza criou diversos personagens baseados em obras de horror, e dentre os principais deles está o Frank, que integra a turma do Penadinho. Nos quadrinhos, o monstro possui uma aparência mais suavizada, adaptada ao universo infantil. Frank tem um coração bom e passa longe de ser considerado um monstro. Vale lembrar que sua primeira aparição aconteceu em 1963, em uma tira do jornal Folha de S. Paulo. Já sua primeira aparição como protagonista veio em 1982, em uma história em que diversas criaturas aparecem, como a Múmia, o Penadinho e até mesmo o Lobisomem.

 

 

Frankenstein, a história de um cientista que traz um cadáver à vida, causando sua própria desgraça, há dois séculos representa a ansiedade ante o implacável avanço da ciência. Para comemorar os 200 anos da primeira vez em que a inglesa Mary Shelley imaginou a célebre história de terror durante uma visita a uma Suíça chuvosa, a exibição 'Frankenstein, a criação da escuridão' será inaugurada em Genebra na sexta-feira (13).

No amplo e mal iluminado subsolo da Fundação Martin Bodmer, uma longa fila de mostruários de vidro exibem 15 manuscritos amarelados de um caderno onde Shelley escreveu, em 1816, a primeira versão da que é considerada uma obra-prima da literatura romântica. "...Eu contemplei o desgraçado - o miserável monstro que eu tinha criado; ele levantou a cortina, e seus olhos, se é que se pode chamá-los de olhos, estavam fixados em mim", escreveu Shelley.

##RECOMENDA##

A inspiração para o "miserável monstro" veio quando, com apenas 18 anos, a escritora foi com o futuro marido, o poeta inglês Percy Bysshe Shelley, para uma mansão de veraneio - a Villa Diodati, alugada pelo célebre literato Lord Byron - nos arredores de Genebra. Os atuais proprietários da mansão pitoresca com vista para o Lago de Genebra também irão abrir os seus jardins exuberantes para visitas guiadas durante a exposição, que vai até 9 de outubro.

O desafio de Lord Byron

Embora o local hoje seja agradável, com lilases transbordando dos terraços e arcos cobertos de rosas ao longo de calçadas de cascalho sinuosas, no verão de 1816 a atmosfera era mais sombria. Uma grande erupção do vulcão Tambora na Indonésia afetou o clima global daquele ano, e um relatório sobre o tempo em Genebra de então, exibido na mostra, menciona que em junho "nenhuma folha" tinha aparecido ainda nas árvores de carvalho da região.

Para passar o tempo, o poeta Lord Byron lançou um desafiou ao grupo de literários boêmios reunidos na mansão: cada um deles deveria inventar uma história de fantasmas - o que resultou em vários textos famosos. O médico e autor inglês John Polidori teve a ideia para o livro 'O Vampiro', que foi publicado três anos depois e é considerado pioneiro no gênero literatura de vampiros, que inclui obras como 'Drácula', de Bram Stoker.

O livro de Polidori é uma das primeiras edições exibidas na mostra de Genebra, incluindo três cópias do clássico de Mary Shelley 'Frankenstein ou o Moderno Prometeu' - a história mais famosa que surgiu na competição. Quando foi publicado pela primeira vez, em 1818, o livro não trazia inscrito o nome de Shelley, e em uma das edições amareladas da exposição, apresentada como um presente para o homem que inspirou a sua criação, lê-se apenas: "Para Lord Byron, do autor". "O nome dela era desconhecido, e não teria ajudado nas vendas do livro. Principalmente (por ser) um nome feminino", explicou David Spurr, professor de literatura inglesa da Universidade de Genebra e curador da exposição.

Tentando 'brincar de Deus'?

Apesar da pouca idade, Mary Shelley - filha do filósofo político William Godwin e da filósofa feminista Mary Wollstonecraft - sentia uma angústia generalizada ante o crescente poder da ciência e da tecnologia. O livro não revela a "faísca de vida" secreta que Victor Frankenstein descobre e usa para trazer sua criatura à vida, mas o resultado de sua arrogância é retratado em todo o seu horror.

Rejeitado por seu criador, a criatura se transforma em um monstro vingativo que mata o irmão mais novo de Frankenstein, seu melhor amigo e sua amada na noite anterior ao seu casamento. Mais do que simplesmente marcar o 200º aniversário da concepção de Frankenstein, a exibição, junto com uma série de atividades, busca ressaltar que a obra permanece altamente relevante em um momento em que a ciência e a tecnologia avançam de forma perigosamente rápida, disse Spurr.

"As questões fundamentais levantadas sobre a ciência e a capacidade humana de criar vida humana, ou de modificar ou intervir no processo de criação da vida humana, ainda são bastante atuais, e ainda são fonte de inquietação", disse o curador, dando como exemplo as pesquisas sobre o DNA e a manipulação da reprodução humana. Nicolas Ducimetiere, vice-diretor da Fundação Martin Bodmer, concorda: "Quão longe a criatividade científica pode ir sem tentar brincar de Deus, ou sem criar algo que se torne um flagelo para a humanidade?", perguntou.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando