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Uma mudança no substitutivo da reforma da Previdência pode abrir brecha para que o perdão de dívidas do Funrural seja aprovado no futuro pelo Congresso. Segundo o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), a alteração foi negociada com o relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), antes da apresentação de seu relatório na Comissão Especial.

O texto do governo impedia o perdão de débitos previdenciários para todos os tipos de contribuição. No entanto, Goergen diz que o relator retirou essa proibição para contribuições feitas fora da folha de pagamento - como é o caso do Funrural, feito pelo faturamento da produção.

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Com a mudança, o deputado diz que Bolsonaro poderá cumprir promessa de campanha feita ao agronegócio. Nem o governo sabe o valor da dívida dos ruralistas, mas cálculos preliminares apontam que a anistia ao setor pode chegar a R$ 17 bilhões.

"Eu consegui reverter o impedimento da remissão do Funrural que a PEC trazia. Não tem mais porque o governo não conseguir cumprir a promessa de campanha do Bolsonaro", diz Goergen. Ele é o autor do projeto de lei que trata sobre o perdão do passivo do Funrural, que funciona com espécie de contribuição dos produtores rurais para a aposentadoria dos trabalhadores do setor e incide sobre o faturamento da produção.

Essa contribuição foi considerada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2017 e a Receita quer cobrar a dívida retroativa. O governo lançou mão de um Refis para que os produtores pagassem os débitos, mas, segundo o deputado, boa parte dos produtores não aderiu ao parcelamento contando com a promessa de campanha de Bolsonaro.

Após as críticas do ministro Paulo Guedes, às alterações feitas no texto da reforma, a preocupação de líderes do Congresso é garantir que a proposta seja aprovada com o carimbo do Parlamento. A avaliação é que a reação explosiva de Guedes favorece o protagonismo dos deputados e senadores na condução da reforma daqui para frente, com a manutenção da potência fiscal do parecer.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A derrubada de todos os vetos presidenciais à lei que criou o programa de parcelamento de dívidas de produtores com o Funrural pegou de surpresa até a bancada ruralista. Um dia depois da votação, a área econômica ainda calculava o tamanho do prejuízo - que não se restringe ao perdão concedido aos devedores.

Com o desconto integral em multas e juros, o governo abre mão de R$ 15 bilhões dos R$ 17 bilhões devidos pelos produtores pessoas físicas ao Funrural, que funciona como uma espécie de contribuição previdenciária do setor. Os R$ 2 bilhões que ainda restam poderão ser compensados com créditos tributários. Há ainda perda de arrecadação futura com a cobrança menor sobre os produtores pessoas jurídicas.

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Incluindo o programa de parcelamento para micro e pequenas empresas, que também teve o veto derrubado na terça-feira, o prejuízo estimado apenas para 2018 é de R$ 10 bilhões pelo lado da arrecadação e de outros R$ 3 bilhões para o Tesouro Nacional. Mas a União não será a única prejudicada. Estados e municípios também perdem receitas com a decisão do Congresso de restabelecer a isenção tributária sobre os ganhos obtidos pelos produtores com os descontos na dívida. Há impacto também sobre o déficit da Previdência.

O governo precisará apontar as receitas que compensarão as renúncias com o Funrural este ano. A área econômica do governo ainda conta com a possibilidade de que o Tribunal de Contas da União (TCU) solicite a suspensão das mudanças até que essa indicação seja feita pelo governo. Ainda não está definido se haverá uma provocação formal à corte de contas para que ela se manifeste.

As receitas da União para 2019, cuja previsão terá que ser refeita para contemplar as perdas previstas diante da "nova cara" do Refis do Funrural, estão sendo ainda reavaliadas.

Outras concessões feitas pelo Congresso e que não estavam nos planos no governo são os descontos e prazos para a renegociação de dívidas de agricultores familiares e de produtores, inclusive com bancos públicos, como o BNDES.

Congresso

Nessa quarta-feira, 4, negociadores do governo ainda tentavam decifrar os motivos por trás da estratégia adotada pelo presidente do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira (MDB-CE). A ele é creditada a manobra que colocou todos os vetos para apreciação em bloco pelo plenário. Aliado do PT no Ceará, seu reduto eleitoral, Eunício tentará um novo mandato em 2018.

O acordo feito com o Planalto era de que os vetos a 24 artigos da lei seriam apreciados um a um - os destaques inclusive foram apresentados pelos parlamentares da base e da oposição. Mas Eunício acabou atropelando todos os destaques e pautou o veto integral de uma vez.

"Eu queria até saber (o que motivou a decisão), Eunício votou como ele quis", afirmou a presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputada Tereza Cristina (DEM-MS). O resultado foi a derrubada total do veto com o apoio de 360 deputados e 50 senadores - uma vitória "esmagadora", na visão da bancada ruralista.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, mesmo com posição contrária da área econômica, o Planalto deu sinal verde para a derrubada do veto ao desconto de 100% nas multas e à redução da alíquota cobrada do produtor rural pessoa jurídica de 2,5% para 1,7%. Um gesto à bancada ruralista, uma das mais poderosas no Congresso Nacional, que vinha usando a negociação dessas dívidas como moeda de troca em votações importantes, como a da reforma da Previdência - que acabou engavetada pelo governo federal.

Apesar de surpreendida pela lista de benesses conquistadas na terça pela bancada ruralista, Tereza Cristina afirmou ser provável que os produtores sigam questionando a dívida remanescente na Justiça. O pleito é para que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida pelo perdão total dos débitos passados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de derrubar veto ao Refis das micro e pequenas empresas, o Congresso Nacional também rejeitou os vetos parciais do presidente Michel Temer ao projeto que renegocia as dívidas previdenciárias do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). Os vetos foram rejeitados por 360 votos a 2 na Câmara, e 50 votos a 1 no Senado. Eram necessários 257 votos na Câmara e 41 no Senado para o veto cair.

Com a derrubada, fica permitido, por exemplo, o aumento de 25% para 100% do desconto para multas e encargos do saldo das dívidas. Além disso, o Congresso também rejeitou veto que fixava a alíquota de contribuição em 2,5%. Com a votação desta terça-feira, 3, a contribuição cai para 1,7%. Também fica liberado o uso de crédito de prejuízo fiscal para quitação da dívida.

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Também passam a entrar na renegociação outros tipos de débitos, como os de agências estaduais de desenvolvimento com o BNDES; dívidas de operações de crédito inscritas em Dívida Ativa da União com empresas; débitos de cooperativas de crédito rural junto ao Pronaf e no âmbito do Proceder III.

Produtores e lideranças rurais vão pressionar o presidente Michel Temer (PMDB) para que desista de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a resolução do Senado que perdoou R$ 17 bilhões em dívidas com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). O assunto está na pauta do Encontro Nacional dos Produtores Rurais e do Agronegócio, que deve reunir centenas de produtores e ruralistas em Araçatuba, interior de São Paulo, na segunda-feira.

A mobilização acontece num momento em que o presidente depende dos votos da bancada ruralista na Câmara para barrar a segunda denúncia apresentada contra ele pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de obstrução da Justiça e organização criminosa. "A intenção é mostrar ao governo que o setor rural está organizado para enfrentar o que vem pela frente", disse o presidente do Sindicato Rural da Alta Noroeste (Siran), Marco Antonio Viol, que organiza o encontro em conjunto com a Sociedade Rural Brasileira (SRB), o Movimento Voz do Campo, do Rio Grande do Sul, e a União Democrática Ruralista (UDR), além de federações do setor.

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De acordo com Viol, além de cobrar uma solução de longo prazo para o Funrural, os produtores vão discutir outros temas polêmicos, como a cartelização nos setores de carne e suco, invasões de propriedades rurais por índios e sem-terra e questões tributárias, como o Imposto Territorial Rural (ITR). Os produtores alegam que mudanças nas regras da legislação ambiental aprovadas criam insegurança para as atividades econômicas do agronegócio.

O presidente da UDR, Luiz Antonio Nabhan Garcia, disse que o agronegócio se transformou no "salvador da pátria" do governo, ao assegurar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e criar empregos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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