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O Congresso Nacional derrubou nesta quinta-feira, 14, o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto de lei que instituiu a tese do marco temporal para demarcação das terras indígenas. Partiu do senador Carlos Fávaro (PSD-MT), ministro da Agricultura e Pecuária do governo federal, um dos votos responsáveis por barrar a decisão do petista. Ele foi exonerado temporariamente do cargo no Executivo na terça-feira, 12, para apoiar a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na Câmara dos Deputados, o placar foi de 321 a 137 para a rejeição do veto ao marco temporal. No Senado, 53 senadores votaram pela derrubada do veto e 19 pela manutenção. O trecho estabelece a data da promulgação da Constituição Federal, 5 de outubro de 1988, como o marco temporal para a demarcação de terras indígenas.

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Além de Fávaro, Lula exonerou outros três ministros com mandato no Senado para que eles pudessem apoiar a indicação de Dino, foram eles: Camilo Santana (Educação), Renan Filho (Transportes) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social). Além do ministro da Agricultura, somente Renan Filho ainda permanece na Casa. O chefe dos Transportes seguiu a orientação do governo e votou a favor da permanência do veto presidencial.

O Estadão procurou o ministro da Agricultura, mas ainda não obteve retorno até a publicação deste texto.

O Senado votou no período da tarde desta quinta-feira, 14, em sessão conjunta do Congresso Nacional, pela derrubada do veto do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à desoneração da folha de pagamento de 17 setores. Ainda falta a decisão da Câmara.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o governo estuda uma Medida Provisória (MP) com a redução gradual da desoneração, como alternativa ao fim imediato do benefício fiscal. Mesmo assim, deputados e senadores decidiram votar o veto nesta quinta.

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A lei aprovada no Congresso prorroga até 31 de dezembro de 2027 a vigência da política, que é contestada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Adotada desde 2011, a desoneração da folha de pagamentos é um benefício fiscal que substitui a contribuição previdenciária patronal de 20%, incidente sobre a folha de salários, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, a depender do setor produtivo. Com a decisão de Lula, o benefício perde a validade no fim deste ano, a não ser que o Congresso derrube o veto.

Além da prorrogação do benefício aos 17 setores, o Congresso também incluiu no projeto um dispositivo que reduz de 20% para 8% a alíquota previdenciária das prefeituras de municípios com até 142 mil habitantes. A estimativa é que a medida atinja mais de 3 mil municípios no País e tenha impacto fiscal de cerca de R$ 11 bilhões, segundo cálculos da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

O Congresso Nacional derrubou no período da tarde desta quinta-feira, 14, em sessão conjunta, os vetos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao Marco Legal das Garantias, uma das apostas do Ministério da Fazenda para destravar a concessão de crédito no País, aumentar o consumo das famílias e impulsionar o crescimento econômico.

O Marco das Garantias facilita a obtenção de crédito no País ao permitir que um mesmo bem seja usado em mais de uma operação de crédito.

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O raciocínio é que, com garantias mais sólidas, as instituições financeiras poderiam reduzir os juros de empréstimos.

Com a decisão dos parlamentares de derrubar vetos do presidente da República, voltará a valer a busca e apreensão extrajudicial de veículos usados como lastro em operações de crédito, em caso de inadimplência.

Segundo o Congresso, havia acordo com o governo para sanção do texto na íntegra, mas os vetos foram feitos a pedido da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor.

A defesa aérea russa abateu 36 drones ucranianos sobre o Mar Negro e a península da Crimeia durante a noite de sábado (28) informou o Ministério da Defesa da Rússia neste domingo (29).

"Os sistemas de defesa aérea em vigor destruíram 36 veículos aéreos não tripulados ucranianos sobre o Mar Negro e a parte noroeste da península da Crimeia", escreveu o ministério no Telegram.

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As autoridades locais na região sul de Krasnodar, que faz fronteira com o Mar Negro, disseram que um incêndio eclodiu em uma refinaria de petróleo na madrugada de domingo, mas não especificaram a causa. "As razões para o incidente estão sendo estabelecidas", disse um comunicado das autoridades locais, em meio a alegações de meios de comunicação de que o incêndio havia sido causado por um ataque de drone ou por destroços de um drone abatido.

Ataques de drones e bombardeios nas regiões de fronteira com a Rússia e na Crimeia anexada a Moscou são uma ocorrência regular. As autoridades ucranianas negam responsabilidade pelos ataques ao território russo ou à península da Crimeia.

Na Ucrânia, a força aérea do país disse no domingo que havia abatido cinco drones explosivos Shahed de fabricação iraniana lançados pela Rússia durante a noite.

O X, ex-Twitter, removeu centenas de contas ligadas ao grupo terrorista Hamas e retirou ou rotulou outras dezenas de milhares de conteúdos desde o ataque terrorista a Israel no sábado, 7, afirmou Linda Yaccarino, presidente da rede social, nesta quinta-feira, 12.

A CEO ressaltou os esforços do X para combater conteúdos ilegais que surgissem na plataforma. Linda informou a União Europeia que a rede social está cumprindo as novas e rígidas regras digitais da organização durante a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

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"O X está avaliando e tratando de forma proporcional e eficaz o conteúdo falso e manipulado identificado durante essa crise em constante evolução e mudança", disse Linda em uma carta ao comissário europeu Thierry Breton, responsável pela fiscalização digital do bloco de 27 nações.

Os esforços, porém, não são suficientes para resolver o problema, segundo especialistas.

"Embora essas ações sejam melhores do que nada, elas não são suficientes para reduzir o problema da desinformação no X", disse Kolina Koltai, pesquisadora do coletivo investigativo Bellingcat, que trabalhou anteriormente no Twitter com a ferramenta "Notas da Comunidade".

"Há uma quantidade esmagadora de desinformação na plataforma", disse Koltai. "Pelo que temos visto, os esforços de moderação do X estão sendo apenas uma gota no oceano."

Desde o início da guerra, fotos e vídeos inundaram as redes sociais sobre a carnificina, incluindo imagens assustadoras de terroristas do Hamas fazendo reféns israelenses, juntamente com publicações de usuários que fazem afirmações falsas e deturpam vídeos de outros eventos.

O conflito é um dos primeiros grandes testes para as regras digitais da UE, que entraram em vigor em agosto. Breton enviou uma carta semelhante na quinta-feira ao TikTok, dizendo ao CEO Shou Zi Chew que ele tem uma "obrigação especial" de proteger crianças e adolescentes de "conteúdo violento que retrata a tomada de reféns e outros vídeos gráficos" que estão circulando no aplicativo de compartilhamento de vídeos.

Medidas

O X tomou medidas para "remover ou rotular dezenas de milhares de conteúdos", disse Linda, destacando que há 700 publicações com Notas da Comunidade exclusivas - um recurso que permite que os usuários adicionem suas próprias verificações de fatos às postagens - "relacionadas aos ataques e aos eventos que se desenrolam".

"Não há lugar no X para organizações terroristas ou grupos extremistas violentos e continuamos a remover essas contas em tempo real, incluindo esforços proativos", escreveu Linda na carta publicada no X.

Koltai, a pesquisadora e ex-funcionária do Twitter, disse que as Notas da Comunidade não são uma "solução definitiva para reduzir as informações incorretas" e que há lacunas que o recurso ainda não pode preencher.

"Ainda há muitos vídeos e fotos no X que não têm notas, que não são moderados e continuam a espalhar afirmações enganosas", disse ela.

Desde que Elon Musk adquiriu o Twitter e o renomeou, especialistas dizem que a plataforma se tornou não apenas não confiável, mas também disseminadora de conteúdos falsos - um estudo encomendado pela UE descobriu ser a plataforma de pior desempenho para desinformação online.

Rivais como o TikTok, o YouTube e o Facebook também estão lidando com uma enxurrada de rumores sem fundamento e conteúdos falsos sobre o conflito no Oriente Médio.

Breton, o funcionário da UE, pediu ao líder do TikTok que intensificasse seus esforços para combater a desinformação e o conteúdo ilegal e respondesse dentro de 24 horas. Suas cartas de advertência também foram enviadas a Mark Zuckerberg, CEO da Meta, controladora do Facebook e do Instagram.

Com a assinatura de 175 deputados federais, foi protocolada nessa quinta-feira (28), na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 50/2023, chamada de PEC do equilíbrio entre os poderes. A proposta, apresentada pelo deputado federal Domingos Sávio (PL-MG), altera o artigo 49 da Constituição Federal para permitir que o Congresso Nacional possa derrubar, por maioria qualificada, decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que extrapolem os limites constitucionais.

O parlamentar diz que a ideia da PEC é garantir a independência entre os poderes para que haja equilíbrio. Segundo ele, o STF tem tomado com frequência “atitudes de usurpar o poder do legislativo e extrapolar os seus limites constitucionais”.

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“Todo dia vem uma decisão do STF contrariando o que a lei diz. Esse ativismo político do STF está acabando com a democracia brasileira”, diz Sávio, citando, por exemplo, a decisão do Supremo que derrubou a tese do marco temporal das terras indígenas, além dos julgamentos sobre a descriminalização do aborto até 12 semanas de gestação e sobre o porte de drogas para consumo próprio.

“O Brasil já tem uma lei que diz em que situação pode haver o aborto, mas o STF quer inovar, quer ir além, quer ele próprio legislar. Também quer legislar liberando a droga no Brasil, mas já tem lei dizendo que é crime”, diz o deputado. “O direito de propriedade está sendo rasgado pelo STF”, complementa, em referência ao marco temporal.

A PEC deve ser discutida e votada em dois turnos em uma das casas do Congresso. Para ser aprovada, deve ter três quintos dos votos dos deputados (308) e dos senadores (49). Não há previsão de quando a proposta poderá chegar ao plenário.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu que se alcance "um meio termo" para o marco temporal para demarcação de terras indígenas. "Entendo que é importante ter o reconhecimento dos direitos dos indígenas, mas não de ser em detrimento dos produtores - aqueles que tem sua propriedade, sua estrutura, seus negócios firmados há muitos anos. Tem que ter um meio termo com equilíbrio para que não possa dar insegurança no campo", disse Fávaro a jornalistas, após a entrega de títulos de terra em Paranaíta (MT), conforme vídeo publicado em suas redes sociais.

A declaração do ministro ocorre após a derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da tese do marco temporal, que prevê que populações indígenas podem reivindicar somente terras que comprovadamente ocupavam na data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.

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O entendimento da Suprema Corte é que a população indígena tem direito assegurado sobre as terras tradicionalmente ocupadas por elas, competindo à União demarcá-las e protegê-las.

O agronegócio defende a constitucionalidade do marco temporal, com base nas 19 condicionantes do julgamento da Raposa da Serra do Sol, e a indenização prévia aos proprietários de terras demarcadas.

Deputados e senadores de duas das maiores frentes parlamentares do Congresso articularam-se para derrubar os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma lei que cria uma espécie de nota fiscal unificada no País. Eles entendem que houve influência da Receita Federal na decisão de derrubar dispositivos do Estatuto Nacional de Simplificação de Obrigações Tributárias Acessórias, sancionada por Lula na semana passada com 11 vetos.

Autor da proposta, o senador Efraim Filho (União Brasil-PB) já se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e indicou a intenção de reverter a decisão de Lula.

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A lei, aprovada em julho no Senado depois de ter recebido aval da Câmara no fim de 2022, tem o objetivo de simplificar o envio de declarações fiscais das empresas à Receita. Com menos burocracia, a expectativa é a de que os contribuintes tenham um incentivo para cumprir as obrigações tributárias.

Lula, contudo, vetou o trecho que previa a criação da Nota Fiscal Brasil Eletrônica (NFB-e), que substituiria vários documentos que hoje as empresas têm de preencher por um modelo unificado. O presidente também vetou a Declaração Fiscal Brasil Digital (DFBD) e o Registro Cadastral Unificado (RCU), que reuniriam as informações da Receita e das secretarias de Fazenda dos Estados e municípios em uma única base de dados.

'Ganha-ganha'

"A sanção é motivo de celebração e manteve a essência do projeto, seguindo na linha da desburocratização e simplificação de procedimentos. A lei retira dos ombros do empreendedor o encargo de estar preenchendo dezenas de formulários no fim do mês. Os vetos vieram principalmente na parte que encaminha a implementação da lei e aí é o nosso questionamento e o que nos levará a lutar para derrubar os vetos", disse Efraim ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O senador almoçou com Haddad na última quinta-feira, 3, um dia após a sanção da lei. Ele disse que explicou a Haddad a essência do projeto e indicou que defenderia a derrubada dos vetos de Lula. "Acredito que teremos muitas chances de conseguir essa derrubada. Foi um projeto aprovado quase na unanimidade na Câmara e no Senado porque se viu que era um projeto de ganha-ganha", disse. Segundo Efraim, Haddad defendeu o diálogo e disse que faria uma ponte com o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.

Surpresa

Secretário-geral da Frente pelo Brasil Competitivo, composta por 206 parlamentares, o deputado Julio Lopes (PP-RJ) também vê uma ação da Receita como motivo para os vetos de Lula. "Foi uma surpresa, porque nós tratamos com os líderes do governo, tanto da Câmara quanto do Senado, e nenhuma questão do governo foi apresentada em relação a isso. O que nós estamos achando é que a Receita, internamente, num espírito de corpo, está querendo proteger mecânicas e sistemáticas que ela já tem desenvolvida e que são arcaicas", disse. A Frente do Empreendedorismo (FPE), que reúne 240 parlamentares, informou que também vai trabalhar a favor da derrubada dos vetos.

Lopes diz que a justificativa do governo para vetar a nota fiscal unificada não se sustenta. O Planalto alegou que a medida aumentaria custos ao prever a atualização de sistemas da Receita e que já há um conjunto de documentos fiscais eletrônicos em funcionamento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Supremo Tribunal Federal formou maioria nesta quinta-feira (30) para derrubar a prisão especial para quem tem diploma de ensino superior. Os ministros Dias Toffoli, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, assim como as ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber, acompanharam o entendimento do relator, Alexandre de Moraes, de que o benefício é inconstitucional por ferir o preceito da isonomia.

Na avaliação do colegiado, o instituto "caracteriza verdadeiro privilégio que, em última análise, materializa a desigualdade social e o viés seletivo do direito penal". "A norma impugnada não protege uma categoria de pessoas fragilizadas e merecedoras de tutela, pelo contrário, ela favorece aqueles que já são favorecidos por sua posição socioeconômica", escreveu o ministro Alexandre de Moraes em seu voto.

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Os ministros Edson Fachin e Dias Toffoli apenas fizeram uma ressalva sobre o tema, anotando que declarar a inconstitucionalidade da prisão especial para quem tem diploma de curso superior não implica dizer que o preso "não poderá em hipótese alguma ficar segregado em local separado de outros".

"Aplica-se, no caso, a regra geral. Assim, se constatado, pelas autoridades responsáveis pela execução penal, que determinado preso, possuidor ou não de diploma de curso superior, tem tenha sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivência com os demais presos, esse preso ficará segregado em local próprio separado dos demais, como prevê a Lei de Execução Penal", apontou Fachin.

A tese foi fixada durante julgamento no plenário virtual do Supremo, retomado na última sexta-feira, 24, após um pedido de vista - mais tempo para avaliação - do ministro Dias Toffoli. A discussão sobre o tema teve início em novembro do ano passado, quando o Supremo começou a análise de uma ação movida pela Procuradoria-Geral da República em 2015.

À época, o então chefe do Ministério Público Federal Rodrigo Janot argumentou que "a diferenciação entre presos comuns e presos especiais, em razão do grau de instrução acadêmica, atentaria contra a ideia de República, contra a dignidade humana, contra o princípio isonômico e contra os fundamentos e objetivos da Constituição".

A prisão especial permite que determinados investigados, quando em prisão processual - ou seja, antes da condenação - sejam recolhidos celas separadas em quartéis ou estabelecimentos prisionais destacados, até que o juiz dê sentença sobre o caso. O benefício carcerário também é concedido a dirigentes sindicais, policiais civis, magistrados, membros do Ministério Público e advogados.

Ao analisar o caso, Alexandre de Moraes, relator ponderou que a prisão especial, quando aplicada no caso em questão, acaba sendo discriminatório, uma vez que "atribui estereótipos às figuras do preso comum e do preso portador de diploma, presumindo a periculosidade daquele e supondo o contrário em relação a este".

"Não há, contudo, qualquer razão jurídica para segregá-los, para que a pessoa graduada em ensino superior receba um tratamento 'especial' pelo Estado, em detrimento do preso comum, quando ambos são presos provisórios. Seria um preconceito infundado supor que o portador de diploma de ensino superior, apenas por ser diplomado, possuiria condições pessoais e morais incompatíveis com o convívio com aqueles que não gozaram dessa oportunidade", ressaltou o ministro.

Para magistrado, o benefício gera "efeito simbólico diretamente contrário ao projeto normativo de inclusão plural e democrática" da Constituição.

A Justiça Federal revogou nesta quinta-feira, 9, a última ordem de prisão domiciliar contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Ele precisará usar tornozeleira eletrônica, mas está autorizado a sair do apartamento em Copacabana onde cumpria a medida.

A decisão foi tomada pela 1.ª Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), no Rio de Janeiro, na ação penal da Operação Calicute. Foi nesse processo que o ex-governador foi preso, em novembro de 2016, acusado de desviar recursos federais em obras públicas.

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Por 4 votos a 3, os desembargadores decidiram liberar Sérgio Cabral, que terá o passaporte retido e precisará se apresentar mensalmente à Justiça.

Acusado de liderar um esquema de propinas, o ex-governador do Rio já foi condenado a mais de 400 anos de prisão. Nenhuma delas transitou em julgado (quando não há mais possibilidade de recurso). Ele ficou preso por seis anos - de novembro de 2016 a dezembro do ano passado, quando foi para prisão domiciliar. Cabral foi o último político preso na esteira da Operação Lava Jato a deixar o regime fechado.

Autoridades militares dos Estados Unidos confirmaram na tarde deste sábado, 4, que abateram um balão chinês acusado por Washington de realizar atividades de espionagem. Um fotógrafo da agência Reuters relatou a ação, testemunhando a queda do artefato na costa do Estado da Carolina do Sul.

O episódio se dá em meio à controvérsia ligada a um suposto balão espião da China que o Pentágono detectou sobrevoando o território americano dois dias atrás.

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Momentos antes, a agência de aviação federal havia anunciado o fechamento de ao menos três aeroportos na região, interrompendo voos civis no espaço aéreo no entorno desses terminais, citando um "esforço de segurança nacional". O suposto balão espião fora detectado pelo Pentágono sobrevoando o território americano dois dias atrás.

A agência de aviação dos Estados Unidos fechou na tarde deste sábado, 4, ao menos três aeroportos, interrompendo voos civis no espaço aéreo no entorno desses terminais, citando um "esforço de segurança nacional".

Os aeroportos atingidos pela medida ficam na costa leste, próximos ao litoral do estado da Carolina do Sul. Em comunicado, a FAA alertou que os militares podem agir se aeronaves violarem as restrições ou não atenderem a ordem de se afastar.

Mais cedo neste sábado, o presidente Joe Biden afirmou que o país "vai se encarregar" do caso. Foi a primeira vez que o democrata se pronunciou sobre o incidente, que levou a uma nova escalada de tensões entre EUA e a China, culminando com o adiamento de uma viagem a Pequim do secretário de Estado, Antony Blinken, originalmente marcada para este fim de semana.

Washington afirma que o objeto seria um instrumento de espionagem, enquanto Pequim diz ser um equipamento de pesquisas, sobretudo meteorológicas, que saiu da rota.

Biden deu a declaração ao responder a um repórter que questionava se o Exército pretendia derrubar o balão de alta atitude, que o governo diz ter claramente violado a soberania dos EUA ao adentrar o território americano. Militares haviam considerado derrubar o artefato, mas decidiram não fazê-lo devido ao risco de os destroços atingirem a população em solo. O artefato teria o tamanho de três ônibus.

O democrata não especificou, no entanto, quais os planos para o balão -segundo o serviço de previsão meteorológica AccuWeather, o objeto está a caminho do oceano Atlântico e deve sair do espaço aéreo americano na noite do sábado.

Cancelamento de viagem

Na sexta, 3, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, adiou uma viagem diplomática planejada para a China no domingo, enquanto o governo dos EUA avalia uma resposta mais ampla à descoberta de um balão chinês de alta altitude sobrevoando o Estado de Montana, em locais que abrigam cerca de 150 silos de mísseis balísticos intercontinentais.

A decisão abrupta ocorreu apesar da alegação da China de que o balão era um satélite de pesquisa meteorológica que havia saído do curso por causa de fortes ventos. Os EUA descreveram o balão como um satélite de vigilância.

A decisão veio poucas horas antes de Blinken partir de Washington para Pequim e marcou um novo golpe nas já tensas relações EUA-China. Blinken e o presidente Joe Biden determinaram que era melhor não prosseguir com a viagem neste momento - muito em função das pressões políticas de republicanos e democratas após a descoberta do suposto balão espião.

As tão esperadas reuniões de Blinken com altos funcionários chineses foram vistas em ambos os países como uma forma de encontrar terreno comum em meio a grandes divergências sobre Taiwan, direitos humanos, reivindicações da China no Mar da China Meridional, Coreia do Norte, guerra da Rússia na Ucrânia, política comercial e mudanças climáticas.

Embora a viagem, que foi acertada em novembro pelo presidente Joe Biden e pelo presidente chinês Xi Jinping em uma cúpula na Indonésia, não tenha sido formalmente anunciada, autoridades de Pequim e Washington vinham falando nos últimos dias sobre a chegada iminente de Blinken. As reuniões deveriam começar no domingo e terminar na segunda-feira.

Enquanto o Pentágono minimizou o valor potencial do balão para adquirir inteligência, a reação pública dos funcionários do governo Biden destacou como as relações com Pequim se tornaram frágeis e delicadas, mesmo por causa de um balão.

Balão espião existe?

O outrora humilde balão é uma das muitas tecnologias que as forças militares da China aproveitaram como uma ferramenta potencial em sua rivalidade com os Estados Unidos e outras potências. Outras máquinas avançadas incluem drones e veículos hipersônicos que podem manobrar em altas velocidades na atmosfera.

Em estudos e artigos de jornais, os especialistas do Exército Popular de Libertação da China acompanharam os esforços dos EUA, França e outros países para usar balões avançados de alta altitude para coleta de informações e para coordenar operações no campo de batalha. Segundo eles, novos materiais e tecnologias tornaram os balões mais resistentes, manobráveis e de maior alcance do que as gerações anteriores de balões.

Desde 2001 a China usa balões para investigações e finalidades de espionagem. O Ministério da Defesa de Taiwan disse que no início de 2022, a China lançou balões sobre a ilha. "Os avanços tecnológicos abriram uma nova porta para o uso de balões", afirmou um artigo do Liberation Army Daily - o principal jornal militar da China - no ano passado. Outro artigo no mesmo jornal observou que os dirigíveis nas camadas superiores da atmosfera também podem se tornar como "mil olhos" ajudando a monitorar o espaço sideral.

O balão supostamente enviado para os EUA pode ser usado para coletar informações sobre sistemas de defesa aérea ou condições atmosféricas, disse Su Tzu-yun, analista do Instituto de Defesa Nacional e Pesquisa de Segurança em Taipei.

As forças americanas teriam poucos problemas para seguir o balão agora, mesmo em altitudes muito mais altas do que as vistas sobre Taiwan, disse ele. "Basicamente, eles são muito óbvios e, devido ao seu grande volume, são facilmente rastreados pelo radar", disse Su.

O que é o balão e como ele é operado?

Um balão espião é apenas isso - um balão usado para fins de vigilância. "Claramente, eles estão tentando voar com isso - este balão sobre locais sensíveis - para coletar informações", disse o oficial de defesa dos EUA na quinta-feira, 2.

Um balão espião pode ter uma ou várias câmeras suspensas sob um balão que flutua acima de uma determinada área, carregado por correntes de vento. O equipamento acoplado aos balões pode incluir radar e ser movido a energia solar.

Os balões normalmente operam a 24 mil metros - 37 mil metros (80.000-120.000 pés), bem acima de onde voa o tráfego aéreo comercial - os aviões quase nunca voam acima de 12 mil metros.

E os balões espiões não são novidade: durante a Guerra Civil Americana, a União até usou balões de ar quente para rastrear os movimentos das tropas confederadas. Durante a 1ª Guerra, a seção fotográfica do Serviço Aéreo do Exército dos EUA usou balões para realizar vigilância e fornecer imagens aéreas.

E na década de 50, a Força Aérea dos EUA lançou o Projeto Genetrix, que descreveu como sua primeira "operação de inteligência de balão de grande escala, não tripulada e de alta altitude", projetada para tirar fotos sobre "a massa terrestre do bloco soviético".

A atividade de vigilância de balões continuou nos últimos anos, de acordo com autoridades dos EUA. "Instâncias desse tipo de atividade de balão foram observadas anteriormente nos últimos anos", disse o secretário de imprensa do Pentágono, general de brigada Patrick Ryder, sem dar mais detalhes.

Por que um balão e não um satélite?

"Nas últimas décadas, os satélites eram o protocolo, o estado da arte da espionagem", disse ao jornal britânico The Guardian John Blaxland, professor de segurança internacional e estudos de inteligência na Australian National University e autor do livro Revealing Secrets. "Mas agora que lasers ou armas cinéticas estão sendo inventados para atingir satélites, há um ressurgimento do interesse por balões".

Eles não oferecem o mesmo nível de vigilância persistente que os satélites, mas são mais fáceis de recuperar e muito mais baratos de lançar. Para enviar um satélite ao espaço, você precisa de um lançador espacial - um equipamento que normalmente custa centenas de milhões de dólares.

Os balões também podem varrer mais território de uma altitude mais baixa e passar mais tempo sobre uma determinada área porque se movem mais lentamente do que os satélites, de acordo com um relatório de 2009 do Air Command and Staff College da Força Aérea dos EUA.

Craig Singleton, especialista em China da Fundação para Defesa das Democracias, disse à agência Reuters que esses balões foram amplamente usados pelos EUA e pela União Soviética durante a Guerra Fria e eram um método de coleta de inteligência de baixo custo.

Por que as autoridades não derrubaram o balão?

Os líderes militares desaconselharam fortemente a "ação cinética" - ou atirar no balão - por preocupação com a segurança dos civis no solo que poderiam ser feridos pelos destroços, disse o oficial de defesa.

"Estávamos analisando se havia uma opção ontem sobre algumas áreas pouco povoadas em Montana. Mas simplesmente não conseguimos reduzir o risco o suficiente para nos sentirmos à vontade para recomendar derrubá-lo", disse o funcionário, acrescentando que o balão não representava uma ameaça física nem uma ameaça substancial de inteligência.

"Temos observado o balão por vários meios, incluindo aeronaves tripuladas", disse o oficial, acrescentando que os militares têm "autoridade suficiente" para "fazer tudo o que for necessário para proteger o povo americano", autoridade que inclui legislação capacitação para usar a força contra aeronaves não tripuladas.

É sabido que os EUA e a China espionam uns aos outros, e o alto funcionário americano disse que as capacidades do balão não parecem ser "além" dos satélites chineses existentes e outras ferramentas.

Por que a China está fazendo isso?

O professor Steve Tsang, diretor do Instituto da China na Universidade SOAS de Londres, disse que, dado o acesso da China a tecnologia avançada, qualquer balão espião provavelmente teria mais "valor simbólico, mostrando que os chineses são capazes de enviar algo para o ar para inspecionar as instalações militares dos EUA."

"E eles estão fazendo isso porque, por décadas, os EUA enviaram aviões espiões ao longo da costa chinesa e, às vezes, sobre o espaço aéreo chinês para monitorar os chineses de maneiras que eles não podiam fazer muito", disse ele. "Agora eles podem, então eles fazem."

Ao jornal britânico The Guardian, John Blaxland, professor de segurança internacional e estudos de inteligência na Australian National University, disse achar improvável que os chineses não esperassem ser pegos. "Ser pego provavelmente era o objetivo, com dois resultados em mente. A primeira razão pela qual o balão foi lançado foi para constranger os EUA. Ainda melhor se capturasse alguma inteligência ao longo do caminho", disse Blaxland.

"É difícil imaginar como eles poderiam ter pensado que não seria detectado. O espaço aéreo americano é estudado de perto pelas autoridades da aviação civil dos EUA, pela Força Aérea dos EUA, pela Força Espacial dos EUA, pelas redes meteorológicas - é um espaço aéreo extremamente escrutinado", diz ele.

A segunda razão é tornar os EUA cientes do fato de que a China tem mantido secretamente sua tecnologia e a replicado. "As agências de segurança chinesas são mestres no comportamento de imitação. Eles são muito, muito bons em estabelecer o que é tecnologia e depois tentar replicá-la", disse Blaxland ao Guardian.

É algo como "qualquer coisa que você pode fazer, podemos fazer melhor" e é "apenas a ponta do iceberg", diz Blaxland. A espionagem da China acontece "em escala industrial", com pequenos pedaços de inteligência reunidos e transmitidos de inúmeras maneiras. Juntos, eles formam imagens detalhadas.

O analista de segurança com base em Cingapura, Alexander Neill, disse à Reuters que, embora o balão provavelmente forneça um novo ponto de tensão para os laços China-EUA, provavelmente teve um valor de inteligência limitado em comparação com outros elementos que as forças militares modernizadoras da China têm à sua disposição.

"A China tem sua própria constelação de satélites espiões e militares que são muito mais importantes e eficazes em termos de observação dos EUA, é justo supor que o ganho de inteligência não é enorme", diz Neill, que é um membro adjunto no grupo Pacific Forum do Havaí. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Deputados estaduais mineiros derrubaram nesta terça-feira, 12, por 55 votos a três, os vetos do governador mineiro Romeu Zema (Novo) ao reajuste salarial ampliado para servidores. Eram necessários 39 votos para que o veto fosse derrubado. Além dos policiais, que fizeram paralisações entre fevereiro e março deste ano, a decisão dos deputados beneficia também servidores das áreas de educação e saúde.

Na semana passada, o governador havia vetado um adicional de 14% para segurança e saúde e 33,24% para educação, referendando a recomposição de 10,06% a todo funcionalismo público que ele mesmo enviou para a Assembleia Legislativa, no início de março, pressionado pelo movimento dos policiais.

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Assim, Zema devolveu aos deputados uma versão final do projeto de lei, que trata da recomposição salarial de 10,06% para todas as categorias de funcionários públicos, com adendo do pagamento retroativo a janeiro de 2022 para as três categorias e aumento do auxílio vestimenta aos militares.

Quando assinou o veto, Zema disse que o Estado não teria condições de arcar com os reajustes pedidos. De acordo com cálculos da área de gestão do governo mineiro, eles resultam em acréscimo de R$ 5 bilhões a folha na pagamentos do Estado.

Nesta segunda, 11, véspera da votação na Assembleia, Zema voltou a criticar a tramitação do projeto de derrubada dos vetos. "Cuidado com as fake news daqueles que só se interessam por votos. Os servidores públicos merecem respeito, que começa por dizer a verdade, sem mentiras ou ilusão", afirmou. "O reajuste de 10% é hoje o limite que o Estado consegue pagar a todos os 600 mil servidores, ativos e inativos, e terá impacto de R$ 5 bilhões por ano nas contas de Minas Gerais", disse o mandatário.

Zema tem 48 horas para sancionar a iniciativa da ampla maioria de deputados estaduais. De acordo com alguns parlamentares, porém, o governador pode tentar judicializar a questão, o que poderia levar os reajustes serem feitos somente em novembro deste ano, após as eleições gerais.

"Se Zema judicializar, o debate vai para outra esfera. Esperamos que a Justiça, caso ele de fato judicialize, esteja do lado do povo mineiro, principalmente daquele que depende da escola pública, do SUS (Sistema Único de Saúde) e precisa de segurança pública", afirmou o líder da oposição na Casa, André Quintão (PT).

A assessoria de imprensa do governo estadual não se manifestou sobre o assunto até a publicação deste texto.

O governo federal publicou uma portaria interministerial, assinada pelos ministros Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Marcelo Queiroga (Saúde), desobrigando o uso e fornecimento de máscaras em empresas estabelecidas em cidades ou Estados que já liberaram a população do uso do item de proteção em locais fechados, como é o caso de São Paulo.

A empresa, no entanto, ainda pode exigir do colaborador que ele continue utilizando o equipamento. "É obrigação do empregador garantir a segurança no ambiente de trabalho", explicou o professor da FGV Direito Rio, Paulo Renato Fernandes.

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A medida que flexibiliza o uso em empresas pode ser reavaliada em caso de novos surtos de contaminações por Covid-19.

O fornecimento das máscaras deve ser mantido caso o município esteja com níveis de alerta de saúde alto (151 a 499 casos por 100 mil pessoas) e muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas).

Afastamento

A norma mantém a necessidade de as empresas realizarem a identificação precoce e afastar trabalhadores que tiveram o diagnóstico positivo para a covid-19.

O trabalhador com caso confirmado deve ser afastada por 10 dias. Ele pode retornar antes, com sete dias, desde que não tenha apresentado sintomas nas 24 horas anteriores e não esteja fazendo o uso de medicamentos antitérmicos.

O afastamento também deve valer para quem teve contato com o infectado entre dois dias antes e 10 dias após o início dos sintomas, desde que essa interação tenha sido por pelo menos 15 minutos e a menos de 1 metro de distância.

Também são enquadradas nessa categoria contatos por toque, como aperto de mão e abraços, entre o infectado e um colega de trabalho que não estejam usando máscaras de proteção facial.

Contudo, a norma libera de afastamento as pessoas que tiveram contato com um infectado se elas estiverem com o esquema vacinal completo, conforme as orientações definidas pelo Ministério da Saúde.

Casos suspeitos

A determinação de afastamento deve ser adotada também em casos suspeitos. Esses são considerados aqueles que apresentam pelo menos dois sintomas entre febre, tosse, dificuldade de respirar, dificuldade de sentir gosto e cheiro, calafrios, dor de garganta e cabeça, coriza e diarreia.

O prazo também é de 10 dias, podendo ser abreviado para sete dias nas condições dos confirmados. Para as pessoas com suspeita é possível retornar após cinco dias se o exame der negativo.

O autoteste para detecção de antígeno do coronavírus tem apenas caráter de triagem e orientação e não pode ser utilizado para fins de afastamento ou de retorno ao trabalho.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve derrubar a decisão do ministro Raul Araújo, também membro da Corte, que proibiu manifestações políticas durante o festival Lollapalooza, encerrado no último domingo, 27. A percepção predominante entre os magistrados, segundo seus interlocutores, é de que a proibição pode manchar a credibilidade que a instituição tem se esforçado para alcançar junto ao eleitorado em um momento decisivo, na medida em que as eleições se aproximam.

Entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que atuam como efetivos no TSE, a avaliação foi unânime contra a decisão do colega de toga. Os magistrados passaram o final de semana tendo conversas sobre os rumos que a Corte deveria seguir para reverter o despacho de Araújo, que estaria isolado no posicionamento adotado contra os artistas do festival.

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Como mostrou o Estadão, os ministros viram cerceamento injustificado à liberdade de expressão na decisão. A percepção é de que a instituição, que vem sendo alvo de ataques recorrentes do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus apoiadores, agora estaria exposta a críticas de outros grupos por causa de uma questão jurídica delicada. Especialistas ouvidos pelo jornal avaliaram que a jurisprudência do tribunal apontaria para um sentido contrário do que decidiu o ministro.

Nesta terça-feira, 28, o presidente do TSE, Edson Fachin, manifestou que pretende levar o caso ao plenário da Corte em caráter de urgência. Para que o despacho seja revisto pelos demais ministros é necessário, porém, que Araújo libere o processo para julgamento, o que ainda não tem data para acontecer. A organizadora do Lollapalooza no Brasil, a Time 4 Fun (T4F), já recorreu da decisão - outra exigência para que os demais ministros possam julgar este tipo de ação.

No mês passado, ainda durante a presidência de Luís Roberto Barroso no TSE, Araújo foi designado ministro da propaganda eleitoral ao lado de Maria Cláudia Bucchianeri e Carlos Velloso Filho, todos substitutos na Corte. A função dos três é julgar reclamações ou representações que indiquem irregularidades nas campanhas de candidatos à Presidência.

O ministro decidiu com base em um pedido do partido de Bolsonaro - o PL - contra manifestações das artistas Pablo Vittar e a inglesa Marina. A cantora brasileira desfilou com uma bandeira com o rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o seu show no sábado, 26. Já a artista do Reino Unido disse aos seus fãs estar "cansada dessa energia" e convocou xingamentos contra Bolsonaro. Araújo determinou multa de R$ 50 mil para cada artista que descumprisse a decisão. No último dia do festival, porém, diversos grupos e cantores se manifestaram contra o que decidiu o TSE.

"A manifestação política em mais de um show, uma em absoluto desabono ao pré-candidato Jair Bolsonaro e outra em escancarada propaganda antecipada em favor de 'Lula', configuram propaganda eleitoral irregular - negativa e antecipada - além de promoverem verdadeiro showmício, sendo indiferente se o evento foi custeado pelo candidato ou se o mesmo esteve presente no ato", escreveu Araújo.

O ministro, porém, rejeitou um pedido do PT para retirar outdoors com mensagens de apoio ao presidente espalhados por Rio de Janeiro, Bahia, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Na ocasião, o magistrado entendeu que não foram apresentadas evidências suficientes para que o caso fosse configurado como propaganda eleitoral antecipada.

Supremo é instado a agir

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) apresentou uma reclamação em caráter de urgência ao Supremo contra a decisão do ministro Araújo. Na ação encaminhada à Corte nesta terça-feira, 28, a legenda acusa o TSE de ter praticado "censura prévia".

"O ponto nevrálgico de insurgência é a proibição genérica, antecipada e indistinta para que artistas se manifestem politicamente, a favor ou contra algum projeto de poder, num cenário pré-eleitoral marcado, naturalmente, pelo enfrentamento e pela polarização", escreveu o partido. "Esse balizamento judicial antecipado do debate público é geneticamente autoritário", completou

O PDT argumenta que o Supremo pode ser considerado omisso caso não julgue este caso, pois deixará "acesa a lamparina do autoritarismo, constrangendo toda a classe artística, bem como o exercício da opinião pública em geral". De acordo com os advogados do partido, a decisão do TSE restringe o direito de expressão dos artistas e gera um "profundo estado de insegurança quanto a apresentações vindouras".

O partido argumenta que a decisão do ministro representou "flagrante lesão" ao conceito de liberdade de expressão fixado pelo próprio Supremo. O PDT cita julgamento recente sobre showmícios em que os ministros declararam constitucional a apresentação de artistas com a finalidade específica de assegurar recursos para a campanha eleitoral, garantindo o direito de expressão da classe.

"O que se tutela é a prerrogativa de liberdade de expressão de toda a comunidade artística no contexto político-eleitoral, direito titularizado, pois, por qualquer cidadão ou organização", defendeu o PDT. "Em outras palavras: ainda que existente qualquer "suspeita" de propaganda eleitoral irregular por artistas engajados, a censura nunca será o remédio legítimo a ser encampado pelo Poder Judiciário", destacou em outro trecho.

O Congresso derrubou nesta terça-feira, 8, o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) à proposta de compensação fiscal pelo retorno da propaganda partidária gratuita em rádio e televisão fora do período eleitoral. Foram 344 votos a favor da derrubada na Câmara e 49 contra. O placar no Senado foi de 54 a 14.

A propaganda partidária foi extinta em 2017, quando foi mantido apenas o horário eleitoral em período de campanha, mas retomada agora em um projeto do Congresso encabeçado pelo PL, partido que abrigou Bolsonaro para a eleição de 2022. Com a proposta, as legendas voltarão a ter acesso a inserções nas emissoras para divulgar suas atividades e até mostrar seus candidatos.

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De acordo com o projeto aprovado pelos congressistas, a propaganda partidária será divulgada fora do período de eleições, incluindo o primeiro semestre do ano eleitoral, em horário nobre, entre 19h30 e 22h30. Serão inserções de 30 segundos no intervalo da programação normal das emissoras.

Da forma como o texto foi aprovado, a propaganda partidária será custeada com renúncia da cobrança de impostos das emissoras, o que vai gerar queda na arrecadação. A compensação tributária, de acordo com projeto, será calculada com base no faturamento nos comerciais no horário de veiculação. O Congresso não apontou um cálculo de impacto no Orçamento.

Bolsonaro havia vetado, em 4 de janeiro, essa compensação fiscal, que agora foi retomada pelo Congresso. Ao justificar o veto, o Palácio do Planalto havia alegado que a proposta instituiria benefício fiscal, "com consequente renúncia de receita", sem observância às regras fiscais e orçamentárias.

Segundo o projeto aprovado pelos parlamentares, a volta da propaganda partidária gratuita em rádio e televisão fora do período eleitoral tem o objetivo de permitir às siglas difundir seus programas, transmitir mensagens aos filiados, incentivar a filiação, esclarecer o seu papel na democracia e promover e difundir a participação política das mulheres, dos jovens e dos negros.

O partido Novo entrou nesta segunda-feira, 20, com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o aumento do fundo eleitoral. Na semana passada, o Congresso derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) e abriu caminho para uma despesa de R$ 5,7 bilhões para gastos de campanha em 2022.

O pedido é pela revogação imediata do trecho do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que amplia os recursos, fixados pelo governo federal em R$ 2,1 bilhões. O partido afirma que deputados e senadores invadiram uma competência do presidente, a quem cabe enviar a proposta de orçamento, incluindo os critérios para o cálculo do fundo eleitoral.

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"Não foi por proposta do Poder Executivo, que é privativa por força constitucional, a nova fórmula de cálculo para o aumento discricionário do Fundo Eleitoral ocorrido quando da aprovação do Projeto da LDO 2022 pelo Congresso Nacional, o que faz com que exista um vício de constitucionalidade formal insuperável que macula o aumento pretendido e escancara a intenção pessoalista dos parlamentares em simplesmente aumentar os recursos disponíveis para as suas campanhas eleitorais às custas do erário", afirma o partido na ação.

Outro ponto questionado é a falta de previsão da fonte de recursos para custear a despesa. Como mostrou o Estadão, parlamentares pretendem tirar recursos do orçamento da própria Justiça Eleitoral para aumentar o fundo

"Há um aumento expressivo e ad hoc de despesas, sem indicação da fonte de recursos, sem prévia autorização legislativa, que não foi proposta pelo Poder Executivo e que se destina para uma finalidade que não é exatamente coletiva, mas se objetiva custear com recursos públicos interesses eleitorais de somente algumas forças políticas, que são hegemônicas e que, por isso, sentiram-se confiantes para fazê-lo", segue o Novo na ação.

A investida foi antecipada pelo presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, na semana passada. Ele anunciou que entraria com a ação contra o que chamou de 'presente de Natal imoral que os parlamentares se deram'.

"Entendemos que há vícios na LDO no que diz respeito à fórmula de cálculo do Fundo Eleitoral e, principalmente, quanto à competência do Legislativo em definir arbitrariamente esse valor, por isso decidimos recorrer ao STF ", adiantou.

O fundo eleitoral foi criado em 2017 depois que o Supremo Tribunal Federal proibiu o financiamento empresarial das campanhas, que na avaliação dos ministros causava distorções ao processo eleitoral e permitia que empresas usassem as doações para mascarar o pagamento de propina via caixa dois.

A Câmara votou pela derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, por 317 a 146. A decisão ainda precisa ser confirmada pelo Senado. Nesta sexta-feira, 17, deputados e senadores realizam uma sessão conjunta do Congresso Nacional para analisar vetos e projetos que abrem créditos adicionais ao Orçamento deste ano.

O governo sugeriu formalmente a manutenção do veto ao fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, mas decidiu liberar os partidos do Centrão e outras legendas da base aliada a derrubar o veto e garantir o valor "turbinado" para as campanhas eleitorais do próximo ano.

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Durante a sessão desta sexta, 17, a líder do PSOL na Câmara, Talíria Petrone (RJ), criticou o valor do chamado "Fundão", mas disse que o partido apoia o financiamento público de campanhas como uma forma de fortalecer a democracia e evitar relações "espúrias" entre público e privado. "Nós achamos que num momento de crise sanitária e econômica, não é razoável este valor", afirmou.

O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), por sua vez, frisou que o País fez uma opção pelo financiamento público. "Nós estamos decidindo aqui, em tese, se nós reafirmamos aquela decisão lá atrás ou se nós vamos ter que rediscutir a possibilidade de financiamento privado. É isso que está em jogo", disse.

Deputada do Novo, Adriana Ventura (SP) defendeu a manutenção do veto ao fundão. Para ela, o financiamento de campanhas não traz renovação política. "Isso só beneficia o cacique que vai receber. Chega de financiamento público das eleições", declarou.

Em pronunciamento no qual fez um balanço do trabalho da Câmara neste ano, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), afirmou ontem que a sociedade perde sem um financiamento público para as campanhas. "A discussão vai ser: o Congresso mantém o veto do presidente e volta para R$ 2 bilhões ou o Congresso derruba o veto e mantém o porcentual, vinculando ao orçamento do TSE."

Fundo turbinado

Conforme o Broadcast Político mostrou ontem, parlamentares se articulam para turbinar o fundo eleitoral cortando recursos da Justiça Eleitoral no Orçamento, que atualmente tem verbas calculadas em R$ 10,3 bilhões. O argumento é de que o Poder Judiciário tem um orçamento superior a de outros órgãos e precisa dar sua "contribuição" na contenção de despesas.

Tirar recursos da Justiça Eleitoral para turbinar o fundo eleitoral é uma manobra com entraves técnicos, de acordo com especialistas do Congresso. O Legislativo não pode repassar recursos de um Poder para outro. Atualmente, o "fundão" está subordinado ao Executivo. A vinculação citada por Lira, porém, pode ser uma saída para driblar a regra, deixando a verba sob o guarda-chuva do TSE, com o recurso indo na prática para os partidos, e não para o tribunal.

Senadores prometem se mobilizar para derrubar no Congresso o veto do presidente da República, Jair Bolsonaro, à distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda e mulheres em situação de rua. A medida integrava o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, sancionado nesta quinta-feira (7) e transformado na Lei 14.214, de 2021.

“O Congresso precisa derrubar o veto de Bolsonaro para demonstrar que, ao contrário dele, os parlamentares se importam com o fato de que uma em cada quatro meninas faltam aulas por não terem acesso a absorventes”, tuitou a senadora Zenaide Maia (Pros-RN), que foi a relatora do PL 4.968/2019, da deputada Marília Arraes (PT-PE), aprovado pelo Senado em 14 de setembro.

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O objetivo da proposta é o de combater a pobreza menstrual, que significa a falta de acesso ou a falta de recursos para a compra de produtos de higiene e outros itens necessários ao período da menstruação feminina. Zenaide Maia acrescentou que os vetos presidenciais prejudicaram a principal parte do projeto.

O 1º vice-presidente do Senado, senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), também lamentou o veto: “votamos favoravelmente a esta proposta e, mais uma vez, constatamos o descompromisso do presidente Bolsonaro com os menos favorecidos”, afirmou.

Para a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), o presidente demonstrou “insensibilidade e desprezo” com as mulheres. “O veto demonstra o atraso do governo em avançar em ações que realmente importam”, criticou.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também considerou a medida insensível. “Prioridades! Vamos lutar pela derrubada desse veto!”, prometeu. A derrubada do veto foi defendida também pela Procuradora Especial da Mulher no Senado, senadora Leila Barros (Cidadania-DF): “fornecer itens básicos de higiene é garantir um mínimo de dignidade aos mais pobres. Vamos batalhar para derrubar este veto”, tuitou.

Na avaliação do líder do PT no Senado, senador Paulo Rocha (PA), o veto foi mais um ataque do presidente aos pobres. “Só uma pessoa que não tem a menor consciência humana, pode negar um direito básico como esse”, alegou o senador via Twitter.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) questionou a justificativa apresentada pelo governo para que a medida fosse vetada — a falta de indicação de fonte de financiamento. Foi vetado o artigo 6º do projeto que determinava que as despesas com a execução das ações viriam das dotações orçamentárias disponibilizadas pela União ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas o governo argumentou que absorventes higiênicos não se enquadram nos insumos padronizados pelo SUS.

A líder da bancada feminina, senadora Simone Tebet (MDB-MS), também manifestou seu protesto nas redes sociais. "Desconexão com a realidade, falta de empatia e desconhecimento da condição feminina, em pleno mês de valorização da saúde da mulher: o Outubro Rosa. O argumento de que não há previsão orçamentária é irreal. Os recursos viriam do SUS e do Fundo Penitenciário. Também não se pode falar em falta de interesse público, em um país onde 52% da população são mulheres. Veto do presidente é mais um sinal do menosprezo dele à condição humana."

*Da Agência Senado

Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral decidiram, por unanimidade, reformar decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro que havia tornado inelegíveis o ex-prefeito do Rio de Janeiro (RJ) Marcelo Crivella, seu filho, o suplente de deputado federal Marcelo Hodge Crivella (PRB-RJ), e Alessandro Silva da Costa (PRB-RJ), suplente de deputado estadual. Por maioria, o Plenário ainda reduziu a multa que havia sido imposta a cada um dos políticos, de R$ 106.410,00 para R$ 15 mil.

Na sessão plenária desta terça-feira, 5, o colegiado confirmou a condenação do trio, apenas por conduta vedada nas Eleições Gerais de 2018, derrubando a imputação de abuso do poder político que havia tornado os políticos inelegíveis por seis anos. As sanções tem relação com um 'comício' organizado pelo então prefeito da capital fluminense com a estrutura da Prefeitura.

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O evento realizado em setembro de 2018 na sede da escola de samba Estácio de Sá, no centro do Rio. Servidores da Companhia Municipal de Limpeza Urbana foram convidados e transportados para a reunião com a frota municipal e motoristas pagos pela prefeitura. O evento foi divulgado como uma reunião da categoria com Crivella para tratar de assuntos trabalhistas, mas segundo a denúncia, serviu para fazer campanha para Marcelo Hodge Crivella, que tentou sem sucesso se eleger deputado federal, e Alessandro Costa, que não conseguiu se tornar deputado estadual.

Os ministros do TSE seguiram o voto do relator do processo, ministro Mauro Campbell Marques, que considerou que há provas do uso dos veículos e dos funcionários da prefeitura para transportar os participantes do comício. No entanto, o magistrado considerou que não foi possível atestar que o comício tenha reunido um público numeroso o suficiente para desequilibrar a disputa eleitoral no Rio de Janeiro em 2018. Nessa linha, defendeu que a inelegibilidade dos políticos deveria ser afastada e a multa aplicada a cada recorrente deveria ser reduzida para R$ 15 mil.

O voto de Mauro Campbell foi apresentado em sessão plenária por videoconferência no último dia 17, quando o julgamento teve início. A discussão do caso foi retomada nesta terça, 5, com a apresentação de voto-vista do ministro Sérgio Banhos, que acompanhou o relator no sentido de afastar o abuso de poder político e a declaração de inelegibilidade, mantendo a condenação por conduta vedada. Por outro lado, o magistrado abriu divergência quanto à redução do valor das multas aplicadas pelo TRE-RJ.

Banhos lembrou a jurisprudência do TSE sobre a dosimetria da multa a agentes públicos que tenham praticado condutas vedadas, indicando que devem ser consideradas a condição econômica dos envolvidos e a gravidade do ato. Nessa linha, o ministro propôs que o valor da multa fosse reajustado para R$ 30 mil, para cada condenado. Segundo o ministro, a sanção visaria 'punir o uso do aparato do Estado para o benefício de uma família e coibir que esse tipo de conduta volte a ocorrer'.

Os ministros Carlos Horbach e Edson Fachin acompanharam o voto do ministro Sérgio Banhos. Já os ministros Alexandre de Moraes, Luis Felipe Salomão e Luís Roberto Barroso seguiram o entendimento do relator pela fixação da multa em R$ 15 mil a cada político.

O Congresso derrubou um veto do presidente Jair Bolsonaro que liberou a possibilidade de despejos pelo não pagamento de aluguel até o fim de 2021, em função da pandemia de covid-19. Com isso, essas medidas estarão proibidas para aluguéis residenciais de até R$ 600 e comerciais de até 1,2 mil mensais.

A proposta também suspende os despejos praticados desde 20 de março de 2020 que ainda não foram concluídos, prevendo a dispensa de pagamento de multa para interrupção do aluguel. Além disso, o projeto aprovado e recuperado agora pelos congressistas interrompe a desocupação coletiva ou remoção forçada em propriedades urbanas e rurais, como em assentamentos.

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A decisão fez parte de um acordo envolvendo o próprio governo, que recuou e concordou com a rejeição do próprio veto em troca da manutenção de outros e da aprovação de projetos orçamentários ampliando a liberação de verbas em 2021. A Câmara havia votado para derrubar o veto mais cedo. No Senado, o veto foi rejeitado por 57 votos a 0.

Sudene

O Senado também chancelou decisão tomada inicialmente na Câmara recuperando um projeto que aumenta a área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O assunto opôs o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), desencadeando uma crítica pública do parlamentar à pasta de Guedes.

A Sudene é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, comandado por Rogério Marinho. Em maio, o Senado desengavetou um projeto de 2017 e aprovou a proposta incluindo 78 municípios de Minas Gerais e quatro municípios do Espírito Santo na área de atuação da autarquia, responsável por tocar projetos de forte apelo eleitoral no Nordeste.

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