Boates, baladas e bares são opções de lazer, mas podem ser bastante prejudiciais para quem trabalha nestes locais. Garçons, DJs, barmans e outros profissionais que diariamente se expõem à música alta são as principais vítimas da perda de audição, que é progressiva e irreversível. A exposição contínua ao ruído, aliado à quantidade de horas em contato com o som alto provoca o processo conhecido como Perda Auditiva por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE).
Um trabalhador não deve ser exposto a uma carga sonora maior que 90 decibéis por mais de oito horas diárias. Se o ruído for maior, por exemplo 98 decibéis, a tolerância permitida é de pouco menos de 10 minutos diários neste ambiente. Um ruído próximo a 85 decibéis equivale a um grito.
##RECOMENDA##A maior dificuldade em identificar casos da perda auditiva é que, muitas vezes, as pessoas não percebem os sintomas. Os sintomas iniciais podem ser zumbidos, sensação de ouvido tapado, dores de cabeça e dificuldades para entender o interlocutor durante uma conversa.
Mas a perda de audição não ocorre apenas aos trabalhadores noturnos. Segundo o England’s Royal National Institute of Deaf, três em cada quatro frequentadores assíduos de boates e danceterias estão sujeitos a desenvolver surdez precoce. No Brasil, ainda não existe dados sobre estes tipos de ocorrência. “O mais importante é procurar um otorrinolaringologista para avaliar se há alguma perda ou complicação e se existe a necessidade de solicitar exames complementares, mais específicos”, recomenda a fonoaudióloga Isabela Gomes, da Telex Soluções Auditivas. A indicação também serve para quem tem casos de perda de audição precoce na família, pois o mal também pode ser genético.
Em todo o planeta, 120 milhões de pessoas já estão com a audição afetada pela exposição a ruídos intensos e podem acabar surdos, visto que as células do ouvido não se regeneram. “A PAINPSE é cumulativa. Qualquer dano à audição vai se somando ao longo do tempo. Os efeitos podem não ser sentidos e a percepção do dano pode vir tarde demais”, conclui a fonoaudióloga.
Com informações da assessoria