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O presidente Jair Bolsonaro e representantes do governo federal participaram hoje (15) da cerimônia de inauguração da alça de ligação da Ponte Rio-Niterói à Linha Vermelha, no Rio de Janeiro. Em discurso, o presidente exaltou os militares e destacou a estratégia de concessões e parcerias com o setor privado como forma de desenvolver o país.

“Esta ponte aqui [Ponte Rio-Niterói] foi um decreto de Costa e Silva, eleito, de acordo com a Constituição de 1967, presidente da República; e foi inaugurada no governo [do presidente Emílio Garrastazu] Médici. Esta parte aqui [alça de ligação à Linha Vermelha] é uma extensão dela”, disse. “O Brasil não existiria se não fossem as obras realizadas no governo militar”, completou.

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O presidente também se comprometeu a entregar obras que foram iniciadas em governos anteriores, mas que gostaria de fazer mais se não fosse a limitação do orçamento. "Nosso orçamento não nos contempla naquilo que nós gostaríamos de ter, mas procuramos fazer o melhor de nós para todos no Brasil”.

Presente na cerimônia, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, reforçou a estratégia de parcerias com o setor privado como forma de melhorar a infraestrutura do país. Segundo ele, as concessões ao setor privado são um “acerto” e o Brasil “está entrando no caminho certo”.

Participaram também do evento o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o general Augusto Heleno; o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, além de prefeitos e parlamentares.

A partir deste sábado, os veículos coletivos e de passeio que têm permissão de passar na Linha Vermelha poderão trafegar pelo trecho. A alça é um caminho mais rápido para quem sai de Niterói e acessa a Linha Vermelha, no Rio de Janeiro.

A Linha Vermelha é uma das principais vias expressas da capital fluminense, que liga os municípios do Rio e São João de Meriti, passando também por Duque de Caxias.

O viaduto tem 2,5 quilômetros de extensão em trecho elevado e duas faixas de rolamento. Segundo a concessionária Ecoponte, responsável pelo empreendimento, a obra também vai melhorar o trânsito na Avenida Brasil, no sentido zona oeste, atravessando o bairro do Caju. Assim, cerca de 15 mil veículos deixarão de cruzar a via para acessar a Linha Vermelha pela saída da ponte diariamente.

Em paralelo à alça com a Linha Vermelha, a Ecoponte também está construindo a Avenida Portuária, via expressa com dois sentidos, exclusiva para veículos de cargas, que ligará Manguinhos, na Avenida Brasil, com o portão 32 do Cais do Porto, no Caju. Segundo a concessionária, a Avenida Portuária está com 75% da obra concluída e com previsão de ser entregue em agosto de 2020.

O investimento da concessionária é de R$ 450 milhões na alça de ligação da Ponte Rio-Niterói à Linha Vermelha e na Avenida Portuária.

Após a cerimônia, o presidente Jair Bolsonaro participa, na tarde de hoje de celebração religiosa comemorativa dos 40 Anos da Igreja Internacional da Graça de Deus, em Botafogo. Após o evento religioso, Bolsonaro retorna para Brasília.

Para vencer a disputa, O PMDB de Tancredo Neves, de Ulysses Guimarães e de tantas outras personalidades que lutaram contra o regime militar teve de se unir à chamada Frente Liberal, formada por dissidentes do PDS – partido de sustentação do governo militar.

No inicio de janeiro, o então deputado Ulysses Guimarães entregou a Tancredo o programa do partido, denominado de “Nova República”, que previa eleições diretas em todos os níveis, educação gratuita, congelamento de preços da cesta básica e dos transportes, entre outros.

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Tancredo firmou com os brasileiros, que foram às ruas lutar pelas eleições diretas, o compromisso de virar a página da história do Brasil, colocando fim ao ciclo comandado pelos militares. Tancredo Neves conquistou os brasileiros de Norte a Sul e deu ao país perspectivas de uma pátria livre. Com a convocação da Assembleia Nacional Constituinte, prometeu banir o chamado “entulho autoritário”.

Com esperança e ânimos redobrados, os brasileiros esperavam ansiosos a chegada do dia 15 de março de 1985, quando Tancredo Neves assumiria os destinos do Brasil e os militares voltariam para as casernas.

No dia 12 de março, a maioria da população ficou decepcionada com o anúncio do ministério, integrado por lideranças da antiga Arena e que haviam migrado para a Frente Liberal.

As esperanças começaram a diminuir com a doença de Tancredo Neves, internado 12 horas antes da posse em um hospital de Brasília, onde se submeteu a uma cirurgia. O problema de saúde do presidente eleito foi comunicado na véspera de sua posse. No dia 15 de março, no lugar de Tancredo assume interinamente a Presidência da República o vice-presidente eleito, José Sarney. 

Da noite de 14 de março até a noite de 21 de abril, brasileiros de todas as regiões, raças e credos oraram pela recuperação de Tancredo. As esperanças de tê-lo no comando do país acabaram na noite de 21 de abril, quando oficialmente foi anunciada sua morte. A tristeza e desesperança tomam conta do Brasil. Até o sepultamento, em 24 de abril, Tancredo recebeu homenagens de multidões de pessoas país afora.

Para o professor da Universidade de Brasília e cientista político Flávio Britto, Tancredo era a esperança. Segundo ele, sua morte acabou com o sonho de milhões de brasileiros que aguardavam as mudanças prometidas em campanha. “Tancredo representava a efetiva esperança da redemocratização. Sua morte foi um momento de muita frustação e dor para o povo. A simbologia que ele passava era da verdadeira redemocratização. Todos acreditavam que o país iria entrar novamente nos trilhos.”

“Além de representar a esperança, Tancredo Neves tinha a aparência de uma pessoa muito próxima e simpática. Ele estava sempre sorridente, disposto a se aproximar das crianças. Era uma figura que passava confiança”, disse o professor Flávio Britto. 

“A notícia da morte dele foi muito impactante. Havia uma união de solidariedade pela recuperação do presidente eleito. Todos torciam pela recuperação dele. Tancredo Neves foi transformado em uma espécie de herói nacional”, acrescentou Flávio Britto.

Documentos reunidos pelo empresário Rodolfo da Rocha Miranda, filho de Celso da Rocha Miranda (1917-1986), um dos dois donos da companhia aérea Panair do Brasil, indicam que a falência da empresa, decretada em 1965, resultou de perseguição do governo militar (1964-1985). Os alvos eram Celso e seu sócio Mario Wallace Simonsen, ligados a Juscelino Kubitschek, presidente da República de 1956 a 1961 e posteriormente opositor da ditadura instalada após o golpe militar que derrubou o presidente constitucional, João Goulart, chefe de Estado de 1961 a 1964.

Quando a empresa pediu concordata, o governo instituiu um decreto que impedia empresas aéreas de usar esse instrumento legal. Foi então decretada a falência da Panair. Depois, quando a empresa conseguiu pagar seus credores e, por lei, poderia voltar a operar, o governo criou novo decreto impedindo empresa aérea que houvesse falido de retomar os voos. Relatórios do governo indicam que a Panair não era insolvente e operava sem irregularidades.

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Rodolfo obteve os documentos em 2012, com base na Lei de Acesso à Informação, e os encaminhou à Comissão Nacional da Verdade (CNV), que ontem promoveu uma audiência pública no Rio de Janeiro para debater o caso. É o primeiro caso de empresa supostamente prejudicada pela ditadura a ser discutido pela CNV.

Segundo Rosa Cardoso, integrante da comissão, mesmo se ficar demonstrado o prejuízo causado aos empresários, a investigação não vai gerar responsabilização criminal de ninguém, devido à Lei de Anistia, de 1979. Rodolfo, de 63 anos, afirma que não pretende pedir ressarcimento. "A intenção não é cobrar o prejuízo. Quero apenas que o Estado reconheça que a falência da Panair não foi culpa de seus donos, mas sim uma manobra da ditadura", disse.

A Panair era a maior companhia aérea brasileira, com 5.000 funcionários, quando teve suas licenças de voo cassadas pelo governo militar, em 10 de fevereiro de 1965, sem nenhum aviso prévio. As rotas foram distribuídas às demais companhias, principalmente à Varig. Cinco dias depois, foi decretada a falência da Panair, sob o argumento de que a empresa estava em grave situação econômica e isso representaria risco à segurança dos voos. Essa situação nunca foi comprovada.

Simonsen morreu 37 dias após a decretação da falência. Rocha Miranda discutiu o caso na Justiça até morrer, em 1986. A falência foi extinta em 1995, quando a empresa pode ser reaberta. Hoje ela é dirigida por Rodolfo, mas seus únicos contratados são advogados que ainda discutem judicialmente o caso. Ele cogita contar a história da Panair por meio de uma minissérie.

Trinta anos depois da Guerra das Malvinas, documentos secretos mostram que o governo militar brasileiro temia que o conflito entre Argentina e Grã-Bretanha abrisse as portas do continente para a influência comunista da União Soviética e até mesmo acelerasse o programa nuclear argentino.

Papéis confidenciais guardados no Arquivo Nacional, em Brasília, aos quais o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, revelam que o Brasil monitorou diariamente o andamento da crise entre os dois países. Os militares brasileiros, porém, tiveram especial preocupação com a ajuda que a então União Soviética poderia prestar aos argentinos como contraponto à aliança da Grã-Bretanha com os EUA.

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O documento de número 350, produzido pelo Centro de Informações da Marinha (Cenimar), de 19 de abril de 1982 e classificado como secreto, revela que a inteligência brasileira soube que os soviéticos teriam se comprometido a repassar uma carga de 100 quilos de urânio enriquecido aos argentinos. O relatório não informa o grau de enriquecimento do material. "Obteve-se informe de que, em cumprimento a negociações secretas anteriores, a União Soviética comprometeu-se a entregar à Argentina 100 quilos de urânio enriquecido para seu programa nuclear, tendo sido assinado em Buenos Aires um convênio entre a Comissão Nacional de Energia Atômica e a Teschmabexport (entidade soviética de comércio exterior)."

Segundo o mesmo documento, os soviéticos teriam elaborado uma espécie de operação com outros países de seu grupo de influência, como Cuba, Angola e Líbia, para poder repassar armas aos argentinos de forma indireta, sem chamar a atenção da comunidade internacional.

O avião que levava o embaixador de Cuba em Buenos Aires chegou a ser interceptado quando sobrevoou o espaço aéreo brasileiro. O documento do Cenimar faz referência ao episódio citando ainda a participação do líder cubano Fidel Castro e de seu colega líbio Muamar Kadafi na suposta operação de ajuda militar para a Argentina.

"Há indícios de que militares soviéticos se encontram em Buenos Aires auxiliando a Marinha argentina a levantar dados sobre a força-tarefa britânica que foi deslocada para a área das Malvinas. Os soviéticos solicitaram a Kadafi que a Líbia fornecesse à Argentina aviões e mísseis de procedência russa para que a URSS não aparecesse sozinha como responsável pelo fornecimento de armas", diz o documento.

"O embaixador cubano em Buenos Aires, cujo avião foi interceptado no espaço aéreo brasileiro, foi portador de uma mensagem de Fidel Castro aos argentinos em que, em nome do governo de Angola, oferece as bases aéreas angolanas como escala operacional para manter uma ponte aérea entre a Líbia e a Argentina", acrescenta o relatório. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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