Tópicos | Guitinho de Xambá

Criado em Olinda, dentro do Terreiro de Xambá, o Bongar é um dos grupos que tenta preservar e levar para as pessoas as tradições afro, pernambucanas e da Festa do Coco de Xambá através da música – unindo ritmos como maracatu, coco e ritmos do candomblé. Formado por seis integrantes, todos olindeses, o Bongar surgiu em 2001, tem dois discos lançados e parcerias musicais bem inusitadas – em 2013, o grupo gravou com a banda de metal pernambucana Desalma.

A musicalidade, o canto, a dança e a originalidade do Bongar tem chamado tanta atenção que, também em 2013, eles se apresentaram no País de Gales durante a Womex - feira referência de música no mercado mundial. No próximo sábado (6), todo o ritmo e cultura do Grupo Bongar tomará conta da Praça do Carmo, em Olinda, durante sua primeira apresentação no MIMO. Em entrevista ao LeiaJá, o vocalista Guitinho de Xambá contou um pouco de como surgiu o convite para participar do festival de música instrumental e o que o público pode esperar do show.

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Como surgiu o convite para participar da 11ª edição do MIMO?

Há muito tempo que temos um namoro com o festival e a gente já externava o desejo de participar com a produtora Lu Araújo, mas todos nós entendíamos que ainda não era o momento ideal. Ano passado a encontramos na Womex, tivemos nosso show bem avaliado e então recebemos o convite.

Qual a importância da participação do Bongar em um festival deste porte?

Para a gente é super importante. Todos os integrantes são olindeses, fazem parte de Xambá e fazemos parte da periferia e isso mostra quanto a cultura popular a musicalidade tradicional está viva e se inserindo em ambientes como esse.

Vocês têm participado de grandes eventos de música e de uns anos para cá o Bongar tem feito muito sucesso e ganhado visibilidade. Qual o motivo dessa popularidade?

O bongar acabou se inserindo numa conjuntura mundial porque há uma busca grande pela autenticidade das coisas, as pessoas querem ouvir dançar e cantar o autêntico. Também tentamos juntar a nossa experiência com a de outros músicos, mas sem perder a espontaneidade. Além disso, o Bongar parte de um universo em que a gente entra no palco como se fosse o nosso último show e como se estivéssemos no quintal da nossa família, fazendo uma festa.

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Vocês vêm no festival alguma oportunidade para criar novas parcerias?

Sim, tem o percussionista indiano Trilok Gurtu que gostamos muito, vamos nos encontrar com ele e conversar. Também começamos um diálogo com Egberto Gismonti por e-mail, e até combinamos de um contemplar o show do outro.

O que podemos esperar do show no MIMO? Vocês vão trazer algum tema especial?

A gente vai trazer um tema específico, alusão a nossa vó Mãe Biu, este seria o centenário dela. Vamos levar para o palco a forte presença da mulher, cantando para orixás femininos. Tocaremos musicas dos primeiros discos e músicas inéditas do nosso próximo trabalho, Samba de Gira, que deve ser lançado em janeiro.

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