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Foram apresentadas na tarde desta quarta-feira (4), durante audiência pública na Câmara Municipal do Recife, as 53 propostas elaboradas para a Rádio Frei Caneca e de autoria dos grupos de trabalho (GTs) formados por entidades da sociedade civil. Participaram da mesa Patrick Torquato, gestor da emissora, Isabella de Roldão, vereadora que convocou a audiência, Diego Rocha, presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), Teca Carlos, representando a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Cesar Cronembold, da Central Única das Favelas (CUFA), Nice Lima, professora de Radialismo da UFPE, e Rosa Sampaio, integrante da ONG Auçuba.

O encontro também contou com a presença de aproximadamente 40 pessoas, entre representantes do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco (Sinjope), Fórum Pernambucano de Comunicação (Fopecom), produtores musicais, como Paulo André, do Abril Pro Rock, e artistas a exemplo do Maestro Ademir Araújo (Formiga). O decano Liberato Costa Júnior, autor do projeto de lei da Frei Caneca em 1960, também foi convidado, mas por problemas de saúde não compareceu ao local.

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Antes da audiência ter início, Patrick Torquato deixou claro que o documento apresentado não é uma proposta da Prefeitura do Recife, mas sim dos grupos de trabalho envolvidos na formatação dessas propostas. Os GTs, formados por mais de 40 pessoas representando 20 entidades, se encontraram de 10 de março a 16 de abril, participaram de 16 reuniões e acumularam mais de 40 horas de debates. 

Perfil das propostas para a Frei Caneca

As propostas apresentadas durante a audiência são voltadas paras as áreas de Programação (20), Financiamento (18) e Gestão (15) da emissora pública. Ao abrir o encontro, a vereadora Isabella de Rondão ressaltou o valor da rádio. “Logo quando nós assumimos o mandato no ano passado, foi promulgada a lei dos frevos. Liguei pra Ivan Moraes, da Fopecom, pra conversar sobre o assunto, e ele me falou que o mais importante e viável era tirar do papel uma lei que já existe há mais de 50 anos, que é a da Rádio Frei Caneca”, disse a vereadora. 

Segundo Teca Carlos, da Fundarpe, todo o roteiro apresentado é fruto de uma ação missionária. “Foram muitas reuniões pra chegarmos nessas 53 propostas, foram encontros que animaram minha alma de militante da cultura. Eu diria que nos últimos 10 anos da minha vida, nada me emocionou tanto do que participar desse grupo”, comentou Teca. 

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Formato da Rádio Frei Caneca

Dentre as propostas apresentadas para a rádio estão a garantia do fortalecimento das matrizes tradicionais da cultura popular, a realização de um evento anual de avaliação e ações que promovam os direitos humanos, parceria com rádios comunitárias, participação majoritária da sociedade civil na composição do conselho, criação de uma ouvidoria e um percentual definido de atrações pernambucanas na programação (30%), entre outros. 

De acordo com Diego Rocha, presidente da FCCR, algumas ações concretas para a Rádio Frei Caneca já foram efetivadas. “Em relação aos equipamentos de transmissão, acredito que essa licitação estará na rua ainda neste mês de junho. Haverá também a parte da aquisição do material e dos equipamentos de estúdio e produção, que é mais simples do que comprar a parte da transmissão. Por último, teremos a definição do pessoal, da equipe, formada por conselho, diretoria, cargos efetivos, entre outros”, ressaltou o gestor público. 

Frei Caneca no primeiro semestre de 2014, garante Lessa

O produtor Paulo André, do Abril Pro Rock, ressaltou a urgência de colocar a rádio no ar. “Participei faz alguns anos de uma reunião, com a participação do vice-prefeito Luciano Siqueira e do autor da lei, Liberato Costa Jr. Mas de lá pra cá nada aconteceu. Queria muito que Luciano Siqueira tivesse aqui pra contar o que foi feito durante esse tempo todo que ele foi vice-prefeito”, provocou Paulo André, para depois questionar os presentes. “Alguém aqui já ouviu o novo disco de Naná Vasconcelos em alguma rádio pernambucana¿ Não¿ Pois saibam vocês que ele está tocando muito na Europa”, revelou o produtor. Assuntos como qualidade técnica da emissora, garantia do Estado laico na programação, proibição da pornofonia e alcance da rádio também foram abordados pelos presentes durante a audiência pública. 

Segundo Patrick Torquato, os grupos de trabalho devem se reunir novamente em breve para acertas os últimos pontos em relação ao formato da Frei Caneca. “Convoquei no meio da audiência mais um encontro dos GTs pra gente amarrar alguns detalhes que ficaram soltos e que todo mundo concordou ao longo da audiência. Vamos montar uma comissão a partir destes grupos de trabalho para que no segundo semestre possamos ter uma implementação real da rádio”, prometeu Torquato, que já havia dito ao LeiaJá que a rádio sairia antes do São João

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