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A Fifa divulgou um comunicado neste sábado (14) para lamentar, por meio de seu presidente interino, Issa Hayatou, os ataques terroristas que causaram mais de 120 mortes em Paris nessa sexta-feira (13), dia em que a capital francesa abrigou o amistoso entre França e Alemanha, no Stade de France. O dirigente camaronês, que nesta semana recebeu o transplante de um rim, enviou uma carta ao presidente da Federação Francesa de Futebol, Noël Le Graët, expressando solidariedade após a tragédia, sendo que na última sexta ocorreram ataques nos arredores do Stade de France, onde explosões puderam ser ouvidas pelos jogadores das duas seleções que estavam em campo.

"É com intensa emoção que escrevo hoje. Obviamente estou em estado de choque pelos ataques terroristas de ontem em Paris e no Stade de France, no marco da partida entre França e Alemanha", escreveu Hayatou, que depois completou: "Quero expressar a solidariedade da comunidade do futebol internacional, especialmente aos membros da Federação Francesa de Futebol, à seleção francesa e a todos os torcedores e todas as pessoas que estiveram presentes à noite no Stade de France. Ofereço às famílias das vítimas os meus mais sentidos pêsames".

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O presidente interino da Fifa ainda enviou uma carta à Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão) para expressar seu apoio à seleção do país, que também acabou sendo afetada pelos acontecimentos trágicos ocorridos em Paris. Por causa dos ataques terroristas, os jogadores do time nacional precisaram ficar no Stade de France por muitas horas após a partida, por questões de segurança, e apenas neste sábado puderam desembarcar em Frankfurt.

A Fifa se manifestou por meio de seu presidente interino pelo fato de que Joseph Blatter, que deixará o cargo na eleição presidencial de fevereiro, está suspenso por 90 dias pelo Comitê de Ética da entidade em razão de um pagamento suspeito feito a Michel Platini, presidente da Uefa que também recebeu a mesma pena pelo seu envolvimento na questão.

Com Joseph Blatter suspenso, a presidência da Fifa foi herdado pelo camaronês Issa Hayatou, que comanda o futebol africano há quase 30 anos. A entidade explicou nesta quinta-feira (8) que o status de Hayatou de mais antigo vice-presidente o leva a assumir a direção da Fifa interinamente, durante o período de suspensão de Blatter por 90 dias. Ele vem, porém, com o seu próprio histórico de problemas, que incluem antigas acusações de corrupção e uma reprimenda do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Hayatou, de 69 anos, também tem problemas de saúde, com grave doença nos rins, que o obriga a realizar sessões regulares de diálise. Depois de ser confirmado como presidente em exercício, o camaronês foi rápido ao dizer que não pretende se efetivar no cargo, descartando participar da eleição presidencial marcada para fevereiro. "Me comprometo a dedicar todos os meus esforços para a organização".

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"A Fifa continua comprometida com o processo de reforma, que é fundamental para recuperar a confiança do público", disse Hayatou, em um comunicado divulgado pela entidade. "Vamos também continuar a cooperar plenamente com as autoridades e acompanhar o inquérito interno para onde quer que ele leve".

Hayatou está em Camarões, mas a expectativa é de que viaje para Zurique imediatamente. A sua ascensão ao comando da Fifa se dá 13 anos após ele ser derrotado por Blatter em uma eleição presidencial.

Ele se tornou secretário-geral da Federação de Futebol dos Camarões com 28 anos, depois assumiu o comando do Ministério do Esporte do país e conquistou a presidência da Confederação Africana de Futebol aos 41 anos. O dirigente é um veterano na Fifa, mas até agora conseguiu ficar livre dos últimos escândalos de corrupção, embora já tenha sido alvo de algumas investigações.

Em 2011, Hayatou foi oficialmente repreendido pelo COI, do qual ele também é um membro, por receber recursos da empresa de marketing ISL em um escândalo de pagamento de propinas na Fifa. Ele garantiu que os recursos foram usados para desenvolver o futebol da África.

Ele também foi acusado de ter recebido propina de US$ 1,5 milhão para votar no Catar como sede da Copa do Mundo de 2022 - essa eleição é um dos alvos da investigação das autoridades suíças e norte-americanas na Fifa. O dirigente camaronês também nega essas alegações.

Blatter e Michel Platini, o presidente da Uefa, foram suspensos por 90 dias pelo Comitê de Ética da Fifa, nesta quinta-feira, após uma investigação da Justiça suíça acusar Blatter de má gestão dos recursos da entidade, incluindo o pagamento de 2 milhões de francos suíços ao francês.

Platini era o favorito a vencer a eleição da Fifa, marcada para fevereiro, e suceder Blatter, mas essa punição deve barrar a sua candidatura. Outro possível candidato, o sul-coreano Chung Mong-Joon foi suspenso por seis anos nesta quinta, em um outro caso, envolvendo a fracassada tentativa do seu país de sediar a Copa do Mundo de 2022.

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