Tópicos | Ivan Rejane Fonte Boa Pinto

A defesa do militante bolsonarista Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, o 'Ivan Papo Reto', preso preventivamente em julho, solicitou a soltura do ativista, com a substituição da detenção por medidas cautelares. Ivan foi detido pela Polícia Federal após gravar um vídeo ameaçando os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros políticos de esquerda.

O pedido de prisão foi feito pela PF e acatado pelo ministro Alexandre de Moraes, sob a suspeita de organização criminosa. A preocupação é de que o discurso do preso possa inflar a tensão política que já existe entre os polos de eleitorado no país, além de ferir a autoridade de instituições democráticas como o Supremo.

##RECOMENDA##

A priori, foi decretada a prisão temporária de Ivan, que foi transformada em prisão preventiva no último dia 1º de agosto. A Procuradoria-Geral da República não concordou com a decisão de Moraes e sugeriu prisão domiciliar, o que também não foi aceito pela Corte.

Em recurso, a defesa de Ivan aponta a posição da PGR e diz que as falas atribuídas ao militante "são inconcebíveis em qualquer democracia", mas que elas não impediram o exercício dos poderes constitucionais.  

"Ao contrário de outros que já estiveram ou estão nessa mesma situação, Ivan não possui nenhuma expressão política no cenário local, muito menos nacional. Imaginar que ele possa tentar, de forma minimamente idônea, abolir o Estado Democrático de Direito parece-nos, com o devido acatamento, algo completamente desvencilhado da realidade dos autos", disse a defesa. 

Ivan 'Papo Reto'

Nas redes sociais, o preso se denomina o “Terapeuta Papo Reto”. Em apreensões feitas pela polícia, foram encontradas, pelo menos, nove redes de transmissão e disparo de mensagens, pelas quais Ivan disseminava suas ideias e esquemas de confrontar “a esquerda”. Nos vídeos que culminaram em sua prisão, Ivan pedia que ministros do STF e políticos da oposição sumissem do Brasil. “Nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo", disse Boa Pinto em fala direcionada aos magistrados, convocando pessoas "de direita" para "expulsar do Brasil esses juízes corruptos e essa esquerda nefasta".

Na página pessoal, ele também apontou suas ameaças contra Lula, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e Marcelo Freixo (PSB), candidato ao governo do Rio de Janeiro.  

- - > LeiaJá também: ‘Homem que ameaçou Lula e STF tem prisão mantida’ 

Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, acusado de ameaçar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), teve sua prisão temporária confirmada pela Justiça, neste sábado (23), após audiência de custódia, realizada por teleconferência. A audiência de custódia é um procedimento previsto em lei e tem como objetivo checar a regularidade da prisão. Boa Pinto está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.

"Tive oportunidade de falar com os meus familiares e optei por permanecer em silêncio por ocasião da oitiva realizada pela Polícia Federal, pois meus advogados estavam em viagem ao interior de Minas Gerais", afirmou Boa Pinto durante a audiência de custódia.

##RECOMENDA##

Ivan Rejane Fonte Boa Pinto foi detido nesta sexta-feira (22), em Belo Horizonte, chegou a resistir à prisão, mas acabou preso pelos policiais. Seu mandado de prisão foi emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, na quarta-feira (20), a pedido da Polícia Federal. Agentes também cumpriram um mandado de busca e apreensão em sua residência.

Ele é investigado por compartilhar vídeos nas redes sociais em que realiza ameaça a ministros do STF e candidatos da esquerda. "Sumam do Brasil. Nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo", disse Boa Pinto em fala direcionada aos magistrados, convocando pessoas "de direita" para "expulsar do Brasil esses juízes corruptos e essa esquerda nefasta". Os vídeos postados pelo "terapeuta" são repletos de palavras de baixo calão e insultos aos ministros do Supremo. Boa Pinto diz que sua "guerra é contra o tráfico de drogas", mas seus alvos preferenciais são políticos de esquerda, a quem ele associa a existência do narcotráfico, e os ministros do Supremo, que, segundo ele, "mandam soltar esses vagabundos".

Em sua página, denominada "Terapeuta Papo Reto", ele aponta suas ameaças contra Lula, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e Marcelo Freixo (PSB), candidato ao governo do Rio de Janeiro. "Anda de segurança armada na rua que nós, da direita, vamos começar a caçar você (Lula). Caçar você, caçar Gleisi Hoffmann, esse Freixo, frouxo do caralho. Todos eles que te cercam, vagabundo", afirma na postagem.

Na decisão em que determinou a prisão de Boa Pinto, Moraes disse que o caso pode se enquadrar como organização criminosa. "Esses elementos demonstram uma possível organização criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas, principalmente aquelas que possam contrapor-se de forma constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais, como o Supremo Tribunal Federal, utilizando-se de uma rede virtual de apoiadores que atuam, de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil", afirmou o ministro.

O magistrado registrou que as medidas requeridas pela Polícia Federal foram integralmente deferidas (prisão temporária, ordem de busca e apreensão). Moraes ainda determinou que o Twitter, o Youtube e o Facebook bloqueiem os canais e perfis de Boa Pinto, e intimou o Telegram a bloquear um grupo administrado na rede social pelo acusado.

"As declarações constantes de suas publicações em diversas redes sociais se revestem de convocação de terceiros não identificados, com união de desígnios, para utilização abusiva dos direitos de reunião e liberdade de expressão, para atentar contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, ignorando a exigência constitucional das reuniões serem lícitas e pacíficas, o que pode configurar os crimes de associação criminosa (art. 288 do Código Penal) e abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal)", disse o magistrado em seu despacho.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando