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O deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL-SP) mudou o discurso sobre os ataques do Hamas ao território israelense e afirmou que o grupo terrorista não representa o povo palestino. A mudança para um tom mais incisivo ocorreu dois dias após o coordenador do programa de saúde da pré-campanha do deputado deixar a equipe, motivado pela falta de postura firme de Boulos em relação ao ataque terrorista.

"Diante da situação trágica que estamos acompanhando no Oriente Médio, eu queria aqui me solidarizar com todos os familiares das vítimas dos ataques propagados pelo Hamas. Nada justifica o assassinato de civis inocentes. É importante lembrar que o Hamas não representa o conjunto do povo palestino", disse o parlamentar em sessão esvaziada da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (10), citando nominalmente o grupo terrorista.

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O parlamentar também criticou as ações do primeiro-ministro israelense. "Quero aqui me solidarizar também com todas as vítimas dos ataques feitos pelo governo de extrema-direita de Benjamin Netanyahu, que, com a sua atitude de violência contra os palestinos nos últimos anos e o descumprimento dos acordos internacionais, só agravou o conflito."

Nos últimos dias, o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo foi criticado por não citar o grupo extremista na primeira manifestação sobre o atentado no sul de Israel. Nas redes sociais, o deputado citou os mortos de ambos os lados da guerra - palestinos e israelenses - e defendeu uma solução pacífica.

"Condeno sem meias palavras ataques violentos a civis, como os que mataram nas últimas horas 250 israelenses e 232 palestinos. Deixo minha solidariedade às vítimas e seus familiares. Defendo uma solução pacífica e duradoura, que passe pelo cumprimento do direito internacional e das resoluções de paz", disse.

Após a publicação, o ex-secretário de Saúde de São Paulo Jean Gorinchteyn, que é judeu, criticou Boulos por não condenar explicitamente o Hamas após o ataque e deixou a pré-campanha do deputado. "Nessa ação, reafirmo meu compromisso como judeu em apoio ao Estado de Israel e em respeito às vítimas e seus familiares. É imperativo condenar e repudiar ataques terroristas contra civis em qualquer lugar do mundo", disse em nota publicada no Instagram.

O episódio foi usado por opositores de Boulos para criticar o deputado. Imagens do pré-candidato com mensagens de apoio à Palestina foram publicadas nas redes sociais. Em resposta, Boulos se manifestou reiterando a defesa dos direitos do povo palestino e condenando "ataques violentos a civis" e classificou o uso das imagens como fake news.

Nesta terça-feira, o deputado voltou ao tema. "Eu lamento muito que num momento trágico e dramático como esse, setores de extrema direita aqui no Brasil inventem fake news e trabalhem com mentiras com finalidades eleitoreiras querendo fazer associações absurdas e espúrias entre a nossa atuação aqui e o Hamas", disse.

Guerra Israel x Hamas

No último sábado, 7, integrantes do grupo extremista Hamas se infiltraram no território israelense a partir da Faixa de Gaza e dispararam foguetes contra Israel. Até o momento, o conflito resultou em mais de 2 mil mortes e deixou milhares de feridos tanto em Israel quanto em Gaza. Dois brasileiros estão entre os mortos: a carioca Bruna Valeanu e o gaúcho Ranani Glazer.

O ex-secretário de Saúde de São Paulo Jean Gorinchteyn deixou a pré-campanha de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura da capital paulista pela postura do deputado em relação ao ataque do grupo terrorista Hamas no sul de Israel. Gorinchteyn, que é judeu, comandou a secretaria estadual de Saúde no governo João Doria, durante o enfrentamento da pandemia de covid-19, e coordenava o programa de saúde do pré-candidato do PSOL na capital paulista.

O ex-secretário criticou Boulos por não condenar explicitamente o Hamas após o ataque.

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"Nessa ação, reafirmo meu compromisso como judeu em apoio ao Estado de Israel e em respeito às vítimas e seus familiares. É imperativo condenar e repudiar ataques terroristas contra civis em qualquer lugar do mundo", disse Gorinchteyn em uma nota publicada no Instagram.

Neste domingo, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o país está oficialmente em guerra. De acordo com o Ministério da Saúde de Israel, o número de vítimas fatais no país já chega a 700. Do outro lado, em Gaza, os números das autoridades locais apontam para cerca de 400 mortos.

No sábado, 7, Jean Gorinchteyn publicou um vídeo falando sobre a situação em Israel. "Temos obrigação quanto sociedade civil de nos posicionarmos contra esse absurdo", afirmou.

O episódio foi usado por opositores de Boulos para criticar o deputado. Imagens de Boulos com mensagens de apoio à palestina foram publicadas nas redes sociais. Filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro, tentaram associar a imagem de Boulos aos ataques do Hamas ao publicar foto antiga do psolista na Cisjordânia em 2018.

Boulos se manifestou nas redes sociais reiterando a defesa dos direitos do povo palestino e condenando "ataques violentos a civis" e classificou o uso das imagens como fake news.

"Minha defesa dos direitos do povo palestino é pública. Cheguei inclusive a realizar uma visita à Cisjordânia em 2018, da qual os bolsonaristas estão utilizando imagens para propagar fake news. Agora, condeno sem meias palavras ataques violentos a civis, como os que mataram nas últimas horas 250 israelenses e 232 palestinos", escreveu o deputado.

Como mostrou a Coluna do Estadão, os ataques Hamas a Israel fizeram ressuscitar nas redes sociais o tiroteio entre bolsonaristas e aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Pelo respeito e admiração ao povo de Israel, repudio o ataque terrorista feito pelo Hamas, grupo terrorista que parabenizou Luiz Inácio Lula da Silva quando o TSE anunciou o vencedor das eleições de 2022", disse o ex-presidente Jair Bolsonaro.

No sábado, Lula disse que ficou "chocado com os ataques terroristas" realizados pelo Hamas contra Israel.

O presidente prestou condolências aos familiares das vítimas e afirmou que repudia o terrorismo "em qualquer das suas formas".

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