Tópicos | João Carlos Lyra Melo Filho

Baseados nas informações coletadas pela Operação Turbulência, o Ministério Público Federal (MPF) concluiu que o proprietário do avião utilizado pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB) durante a campanha presidencial em 2014, o empresário João Carlos Lyra Melo Filho, foi responsável por entregar propina da empresa Camargo Corrêa ao senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e a Campos. 

De acordo com o G1, que teve acesso ao inquérito da Operação, ex-funcionários da construtora reconheceram que o empresário era o responsável pelo pagamento do dinheiro ilegal. Tendo um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) do ano passado que investiga o desvio de dinheiro público na construção da Refinaria Abreu e Lima como base, o MPF afirmou que é "clara a atuação do investigado João Carlos Lyra na condição de operador financeiro de numerários recebidos clandestinamente para abastecer ou pagar dívidas decorrentes da campanha eleitoral do falecido ex-governador Eduardo Campos". Os montantes teriam sido utilizados em 2010.

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Em sua defesa, o senador Fernando Bezerra Coelho afirmou que são “totalmente imprecisas as ilações” feitas pela Procuradoria da República em Pernambuco, nos autos da medida cautelar relacionada ao Inquérito 163/2016 (“Operação Turbulência”), pois, segundo ele, “contrariam frontalmente” os depoimentos anexados ao Inquérito 4005 (“Operação Lava Jato”).

De acordo com o socialista, ele não foi citado por “qualquer pessoa ligada à Construtora Camargo Correia – muito menos, como sendo receptor de recursos da empresa”. Além disso, o parlamentar reforçou que “não foi coordenador das campanhas de Eduardo Campos nem em 2014, à Presidência da República, nem em 2010; não tendo, portanto, exercido qualquer função financeira nas campanhas de Campos.” 

A Operação Turbulência, deflagrada nessa terça-feira (21), prendeu além de Melo Filho, os empresários Eduardo Freire Bezerra Leite, Arthur Roberto Lapa Rosal e Apolo Santana Vieira. Considerado foragido pela Polícia Federal, o empresário Paulo Cesar de Barros Morato foi encontrado morto na noite dessa quarta (22) em um motel em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Morato era apontado como “testa de ferro” da organização criminosa que repassava propina para políticos pernambucanos através de empresas fantasmas.

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