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O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrel, propôs aos líderes do bloco, reunidos em uma cúpula na França, duplicar o aporte financeiro em ajuda militar à Ucrânia, apesar das advertências de Moscou.

O anúncio de Borrell veio a público nesta sexta-feira (11) no início da segunda jornada de uma cúpula de líderes europeus em Versalhes, aos arredores de Paris, que na noite de quinta acordaram uma forte mensagem política de apoio à Ucrânia, ainda que sem permitir sua adesão imediata ao bloco.

Borrell disse que apresentou "uma proposta para duplicar a (atual) contribuição de 500 milhões de euros (548 milhões de dólares) adicionais de apoio aos militares ucranianos", e expressou sua confiança em que os dirigentes do bloco "apoiem" a solicitação.

De acordo com Borrell, esse valor sairia do Fundo Europeu de Apoio à Paz, um instrumento financeiro dotado de 5 bilhões de euros aportados pelos Estados-membros do bloco, que não faz parte do orçamento comum.

O uso desses recursos requer a unanimidade dos países da União Europeia. No entanto, os países do bloco possuem a possibilidade de se abster na tomada de decisões, a fim de evitar o bloqueio da ajuda às forças ucranianas.

Os recursos são usados para ressarcir os Estados da UE pela ajuda militar direcionada à Ucrânia usando suas próprias reservas.

O governo ucraniano apresentou à UE pedidos muito detalhados sobre as necessidades de material bélico para fazer frente à ofensiva russa.

A UE havia aprovado a utilização de 500 milhões de euros para compra e entrega de material letal e equipamento médico à Ucrânia, e a Polônia (país do bloco e com fronteiras com a Ucrânia) vai coordenar os envios.

- Advertência russa -

A Rússia, por sua vez, advertiu, nesta quinta, que o envio de equipamentos letais à Ucrânia era um passo "perigoso"

Quem envia armas à Ucrânia "deve compreender que possuem responsabilidade por seus atos", disse o Ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.

Ao fim da primeira rodada da cúpula em Versalhes, os líderes europeus disseram que "sem demora, reforçaremos nossos vínculos e aprofundaremos nossa associação para respaldar a Ucrânia na continuação de seu caminho em direção à Europa".

"A Ucrânia faz parte da nossa família europeia", destaca a declaração adotada pelos líderes europeus em Versalhes.

No entanto, a postura comum frustrou as aspirações da Ucrânia de uma via rápida de adesão ao bloco, como o havia pedido repetidamente o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Esta posição reticente voltou a ser defendida, esta quinta, por vários líderes europeus. A adesão à UE é rígida por regras "e é necessário respeita-las", disse o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel.

A Ucrânia e a UE firmaram, em 2014, um Acordo de Cooperação, em, no momento, tudo o que os Europeus oferecem é uma "consolidação" desse entendimento.

A Ucrânia apresentou uma demanda formal de adesão à União Europeia, mas normalmente esse processo leva vários anos de árduas negociações, que, às vezes, se estendem a mais de uma década.

Nesta quinta, o encontro dos líderes europeus se centrará no reforço da defesa e as alternativas para diminuir sua dependência de hidrocarbonetos russos.

A discussão se concentra "na urgência de gastar mais em defesa, cooperar melhor em defesa. Mas não se trata de tomar decisão alguma. Os gastos serão realizados principalmente pelos orçamentos nacionais, disse o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte.

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