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Em petição à força-tarefa da Operação Lava Jato, a defesa do lobista Zwi Skornicki rechaçou informações do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia. Em novo depoimento à Polícia Federal, o empreiteiro afirmou que combinou com Skornicki repasse de R$ 500 mil para tirar do caminho o grupo holandês Keppels Fels de contratos de construção de plataformas da Petrobrás.

O lobista se colocou 'à disposição' para uma eventual acareação com Ricardo Pessoa. Na terça-feira (9), a defesa de Zwi Skornicki anexou uma declaração assinada pelo lobista aos autos da Lava Jato.

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"Vem declarar por meio desta que são inverídicas as imputações formuladas pelo sr. Ricardo Ribeiro Pessoa no referido documento, quando afirma que 'o contrato firmado e o único pagamento feito a ela [EAGLE] deveu-se a uma facilitação entre dois concorrentes' "que para afastar a Keppel Fel dos pacotes nos quais a UTC tinha interesse o declarante combinou com Swi (sic) Skornicki de pagar a ele o valor de R$500 mil, para que este deixa e de apresentar proposta nos dois pacotes que tinham interesse" e que o contrato da UTC com a empresa Eagle 'tinha objeto simulado'", disse Zwi.

O lobista declarou que 'efetivamente prestou serviços para a UTC Engenharia S/ A, por meio da Eagle Consultoria em Engenharia Ltda., em relação a aditivo para a P55, tal como consta no contrato inclusive apreendido em busca e apreensão realizada em sua residência, tendo feito reuniões de orientação com o Srs. Mauro Cruz e Maximo Alves, à época funcionários da UTC, conforme consta no Anexo 16 do seu acordo de colaboração'.

O dono da empreiteira UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, em novo depoimento à Operação Lava Jato, afirmou que combinou com o empresário Zwi Skornicki de pagar a ele R$ 500 mil para afastar o grupo holandês Keppels Fels de contratos de construção das plataformas da Petrobras. Ambos são delatores da Lava Jato. A revelação de Ricardo Pessoa, feita pela primeira vez desde que sua delação foi fechada em 2015, é contestada por Zwi Skornicki.

As declarações foram prestadas pelo empreiteiro em 20 de junho deste ano e anexadas aos autos da Lava Jato nesta semana. "Para afastar a Keppels Fels dos pacotes nos quais a UTC tinha interesse, o declarante (Ricardo Pessoa) combinou com Swi (sic) Skornicki de pagar a ele o valor de R$ 500 mil para que este deixasse de apresentar proposta nos dois pacotes que tinham interesse", relatou Ricardo Pessoa.

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"A empresa Eagle pertence ao sr. Swi (sic) Skornicki e o contrato firmado e o único pagamento feito a ela deveu-se a uma facilitação entre dois concorrentes; que, em 2010 foi lançada a concorrência para contratação de empresas para construção de módulos dos FPSOs P58 e P62 (Request for Proposal - RFP n.5 003542098 de 23/03/2010)."

Segundo o empreiteiro, 'para viabilizar o pagamento realizado por meio de transferência bancária foi feito um contrato com a empresa Eagle, cujo objeto era simulado'.

Ricardo Pessoa declarou que 'entre todas as empresas que se propunham a apresentar proposta, a única que realmente poderia ser considerada concorrente para a UTC era a empresa Keppels Fels', representada por Zwi Skornicki, 'porque tinha instalações apropriadas'.

"O contrato foi formalizado apenas em agosto de 2011, porque apenas perto desta data, a UTC pode cumprir o seu compromisso; Que o pagamento foi feito em 26 de agosto de 2011 para a conta da Eagle Consultoria, Banco 341, agência 1185 no valor líquido de R$ 444.250, e a nota fiscal emitida pela Eagle em 24 de agosto de 2011", disse Ricardo Pessoa.

O empreiteiro da UTC afirmou que o contrato foi assinado por Walmir Pinheiro, então diretor financeiro da empresa, uma assistente administrativa que 'desconheciam por completo que o objeto do contrato não tinha respaldo em serviço efetivamente prestado'.

Walmir Pinheiro também é delator da Lava Jato.

"Mesmo Walmir Pinheiro neste caso desconhecia o seu combinado com Swi (sic); que Walmir Pinheiro também ficou responsável em tratar com Bruno Skornicki, filho de Swi, sobre o pagamento; que, no entanto, mais uma vez quer dizer que Walmir Pinheiro não tinha conhecimento sobre qualquer irregularidade no pagamento; Que o declarante junta nesta oportunidade cópia do contrato, nota fiscal, comprovante de pagamento e troca de e-mails para a realização da transferência, bem como histórico da licitação dos módulos da P-58 e P-62", declarou o empreiteiro.

Ricardo Pessoa afirmou que 'não relatou estes fatos anteriormente, porque efetivamente não se recordou, o que só foi rememorado após revisitar este assunto e procurar especificamente por alguma informação que tivesse relevância e, eventualmente, tivesse passado despercebido'.

"De forma nenhuma houve qualquer intenção de omitir dolosamente qualquer informação agora revelada; que o depoente gostaria de uma vez mais externar o seu comprometimento de colaborar com o Ministério Público Federal no que for possível, estando a disposição para prestar maiores esclarecimentos", declarou. "Infelizmente, a memória do colaborador já no alto dos seus 64 anos nem sempre o favorece."

O empreiteiro declarou que 'continuará se esforçando para identificar outras informações relevantes, comprometendo-se a narrar sempre que possível qualquer fato novo'.

Em ofício à Lava Jato, a defesa de Zwi Skornicki negou as informações prestadas por Ricardo Pessoa. O lobista se colocou 'à disposição' para uma eventual acareação com Ricardo Pessoa.

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