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O volume dos lagos que se formam ao redor do mundo conforme as geleiras derretem, como consequência da mudança climática, aumentou 50% em 30 anos - aponta um novo estudo baseado em dados de satélite.

"Já sabíamos que nem toda a água derretida chega imediatamente ao oceano", disse o principal autor do estudo Dan Shugar, geomorfologista e professor associado da Universidade de Calgary, em um comunicado.

"Mas, até agora, não havia dados para estimar quanto dele estava armazenado em lagos, ou em lençóis freáticos", completou.

A descoberta, publicada na segunda-feira (31) na Nature Climate Change, ajudará os cientistas a identificarem perigos potenciais para as comunidades que vivem abaixo desses lagos instáveis, disse Shugar.

Os dados também permitirão aumentar a precisão das estimativas de elevação do nível do mar, entendendo melhor como e a que taxa a água dos lagos chega ao mar.

Entre 1994 e 2017, as geleiras do mundo, especialmente nas regiões de alta montanha, perderam cerca de 6,5 trilhões de toneladas em massa, de acordo com pesquisas anteriores.

"Nos últimos 100 anos, 35% do nível global de aumento do nível do mar veio do derretimento das geleiras", disse à AFP Anders Levermann, professor do Institute for Climate Change Impact, em Potsdam.

As outras principais causas do aumento do nível do mar são as calotas polares e a expansão da água do oceano, à medida que se aquece.

A temperatura média da superfície da Terra aumentou 1°C desde a era pré-industrial, mas as regiões de alta montanha ao redor do mundo aumentaram a temperatura duas vezes mais, acelerando o derretimento das geleiras.

Ao contrário dos lagos normais, os lagos glaciais são instáveis e frequentemente inundados por gelo, ou por sedimentos compostos por rochas soltas e detritos.

Em janeiro, o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas estimou em mais de 3.000 lagos glaciais que se formaram na região do Hindu Kush-Himalaia, com 33 deles representando um risco iminente que pode afetar sete milhões de pessoas.

Baseado em 250.000 imagens das missões do satélite Landsat da NASA, o novo estudo considera o volume atual dos lagos glaciais em mais de 150 quilômetros cúbicos, o equivalente a um terço do volume do Lago Erie nos Estados Unidos.

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