Tópicos | leis de trânsito

O convívio entre condutores de veículos motorizados e ciclistas é um dos desafios que mais exige reflexão e planejamento sobre a mobilidade na sociedade moderna. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), 97,8% dos recifenses consideram que motoristas e motociclistas desrespeitam quem usa a bike como meio de transporte diário. 

O designer Rodrigo Colaço começou a utilizar a bicicleta diariamente, para trabalhar, realizando o trajeto de Olinda ao bairro da Boa Vista, no Centro do Recife. Porém, em poucos dias, a experiência se mostrou arriscada e a volta ao carro foi consequente. “As pessoas não respeitam. Não tem como competir com ônibus, vi que foi ficando cada vez mais complicado. Além do medo de ser assaltado também”, afirmou Colaço. 

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A constatação de que vários ciclistas morriam, com certa frequência, também fez o designer recuar sobre a decisão de trocar o carro pela bicicleta. “Faço parte do grupo Bike PE, no Facebook, e vi que, vez por outra, a turma mudava a capa do grupo por uma mensagem de luto. Cada vez mais acontecia e isso começou a me assustar”. De acordo com a pesquisa do IPMN, 94,6% dos recifenses entrevistados não se sentem seguro ao trafegar pelas ruas do Recife. 

Por conta da irresponsabilidade do condutor de uma Kombi, por pouco a autônoma Solange Prestelo não se acidentou com maior gravidade. “Eu estava a caminho de Maria Farinha e o motorista veio na contramão. Desviei, o veículo raspou no meu braço e isso bastou pra ficar com o braço queimado”, disse a ciclista de fins de semana. Dos 621 recifenses entrevistados na pesquisa, 68,5% dos ciclistas já se sentiram ameaçados por motoristas ou motociclistas.

Solange Prestelo considera fundamental uma reeducação geral do trânsito, pois os ciclistas também desrespeitam as leis de trânsito. “Vemos uma pequena mudança, por conta da ampla divulgação da prática, mas ainda precisa de mais educação por parte dos motoristas de carros, ônibus e dos próprios ciclistas”. 

Outros dados – Sobre a qualidade da mobilidade do Recife para os adeptos às bicicletas, os recifenses consideraram insatisfatória ou muito insatisfatória para ciclistas a sinalização (68%), enquanto 37,5% acha uma boa alternativa a oferta de cursos de orientação para ciclistas, antes de irem às ruas com suas bikes, diariamente. 

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