Tópicos | lojas físicas

Apesar do recrudescimento da Covid-19 no País, a Pernambucanas segue com um plano agressivo de expansão de lojas físicas. A meta da varejista centenária é encerrar o ano com 412 unidades no País, alta de 10%, e bater a marca de pelo menos 450 lojas em 2021, segundo o presidente do grupo, Sergio Borriello.

Capitalizada pela venda de 66 lojas próprias a um fundo do Credit Suisse por R$ 450,3 milhões - a rede se desfez dos imóveis, mas manteve as lojas -, a Pernambucanas aproveita oportunidades criadas pela crise imobiliária para ganhar capilaridade com o aluguel de pontos onde antes tinha dificuldade de chegar - a rede tem apenas 80 lojas em que é proprietária dos imóveis. O investimento médio por loja é estimado por Borriello em R$ 4 milhões.

##RECOMENDA##

"Vamos continuar (a expandir) mesmo que venha a segunda onda. Aprendemos muito com a primeira. Já sabemos que a limitação de horário gera mais aglomeração e que é eficaz usar máscara e álcool gel", diz o executivo.

A marca mira principalmente lojas de rua e cidades no interior de Estados onde não estava ou onde quer ampliar sua presença, como Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Goiás. No ano que vem, uma possibilidade é estrear no Nordeste. Nas últimas semanas a ofensiva tem se concentrado no Rio de Janeiro.

A Pernambucanas voltou para o território fluminense no ano passado, após 20 anos afastada. A maratona de inaugurações em novembro incluiu oito lojas, localizadas em São Gonçalo e em zonas populares de cidades como Araruama, Três Rios, além de Belford Roxo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Neste mês, será a vez de abrir portas em Campo Grande e nos shoppings Metropolitano Barra e Via Brasil, os dois últimos na cidade do Rio.

'Fígital'

Com uma cesta de produtos que vão de vestuário a eletroeletrônicos, as novas lojas reforçam a estratégia batizada de "fígital" - misto de físico e digital -, com o "Clique e Retire". Pela tática, os estabelecimentos viram ponto de retirada de produtos comprados online nas plataformas digitais da Pernambucanas.

Mais jovem que o das concorrentes, o comércio eletrônico da rede cresceu 1.600% durante a crise, atingindo uma participação próxima à média do setor (15%) no negócio, relata Borriello. O grupo teve de fazer investimentos relevantes em distribuição, automação e suporte de atendimento ao cliente.

Borriello afirma que 2020 será de retração na receita do varejo de vestuário e calçados, com as empresas saindo do ano mais endividadas. O tíquete médio da varejista, diz ele, se manteve em R$ 120 ao longo do ano, com a queda no fluxo de pessoas nas lojas parcialmente compensada pelo aumento da taxa de conversão de vendas, evitando um estrago maior.

Nesse cenário, o executivo acredita que a estratégia da Pernambucanas se provou resiliente. Além de mesclar o comércio eletrônico e o físico, a rede optou por se aproximar dos clientes, cujo orçamento foi corroído pela pandemia. "A Pernambucanas optou por reduzir taxa de juros, dar isenção de multas, carência. Isso nos possibilitou colher frutos na retomada mais rapidamente que os outros."

Borriello classifica o Natal de 2020 como uma "incógnita". A varejista reforçou em 15% a mão de obra para a data, mas há o temor de que o comércio sofra novamente restrições em algumas cidades em função da pandemia.

Auxílio-emergencial

Tendo como público-alvo as classes C e D, a Pernambucanas vê como ponto de atenção o fim do auxílio emergencial. "Ajudou (o auxílio) e continua ajudando. Haverá um impacto negativo (o fim do auxílio) na distribuição de renda, mas por outro lado a economia vai começar a se movimentar muito além 2020", acredita. "Vamos ter uma demanda menor, mas uma oferta menor também, porque muitas lojas fecharam."

Em meio à onda de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) na bolsa brasileira, Borriello chama de especulação as notícias de que a Pernambucanas virá a mercado. Aos 112 anos, a varejista é uma empresa familiar de capital fechado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de desembarcar no Brasil por meio do comércio eletrônico, a Black Friday ganhou as ruas e, hoje, o evento já é uma das principais apostas do comércio físico para as vendas de fim de ano. Nesta quinta-feira (23) pela cidade, faixas e cartazes anunciavam descontos de até 70%. Alguns estabelecimentos, decidiram antecipar as promoções. Foi o caso do Hipermercado Extra, em São Paulo. Uma unidade da rede na zona sul da cidade deu início à Black Friday às 22 horas, atraindo centenas de pessoas, que se estapearam por aparelhos de TV - os primeiros produtos da noite a entrarem na promoção.

O analista de segurança, Celso Brito, de 48 anos, conseguiu comprar uma delas. Ele havia passado no hipermercado, depois do trabalho, para comprar apenas um celular para o filho de 13 anos. "Fui atrás de um desconto no telefone, mas não encontrei o modelo que estava procurando e acabei levando uma TV de 40 polegadas", contou. Brito já tem dois televisores em casa e planejava comprar mais um em breve. "Não estava nos planos, mas valeu a pena: paguei R$ 1.699, em vez de R$ 3.800". Parecia satisfeito em sua Black Friday, apesar da previsão de espera de duas horas na fila do caixa. Nas grandes varejistas, a Black Friday já tem impacto importante nas vendas.

##RECOMENDA##

Para Jorge Pretz, diretor de marketing do Extra, a data já representa o resultado de dez sextas-feiras comuns. O fundador da Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, diz que quando a campanha começou há cinco anos, ela era mais forte no online, mas isso se inverteu e, os dados mais recentes da loja, mostram que 60% das vendas foram realizadas na loja física.

Previsão

Segundo a economista da Fecomércio-SP, Julia Ximenes, existe um movimento cada vez mais forte das lojas para ingressar no frisson que ocorre nos sites e nas redes sociais, mas o que se observa nos dados de vendas é que o efeito da megapromoção ainda é pequeno nas ruas. A federação estima para novembro um crescimento de 15% a 16% nas vendas do online, enquanto no varejo físico prevê um crescimento de 8%, desempenho considerado normal para o mês.

"O varejo físico faz uso da campanha, mas não consegue efetivar as vendas porque não existe incremento de renda na mão do consumidor, o 13.º salário só chega a partir do dia 30 em muitos casos, então as compras ficam para o Natal", diz Julia Ximenes. Além da falta do 13.º, a gama de ofertas de preços e produtos oferecida na internet acaba causando uma concorrência desleal para as lojas físicas, explica a economista.

Mesmo assim, a onda chegou até à Rua 25 de Março, região de comércio popular no centro de São Paulo, onde os descontos e preços baixos já são tradição. "Se a gente não participar, fica atrasado", afirma o gerente da Perfumaria 2000, Ricardo Gonçalves.

Apesar do esforço dos comerciantes, os consumidores nas ruas parecem não dividir a mesma empolgação. Muita gente nem sequer conhece a megapromoção. O porteiro Pedro Bertino, de 45 anos, pagou R$ 1.044 em um TV ontem, sem saber que possivelmente encontraria o mesmo produto mais barato na loja hoje. "Sabia que era em novembro, mas não sabia quando."

Na Rua 25 de Março, a VestCasa, loja de roupas de cama, chegou a erguer em sua fachada um portal preto anunciando descontos de até 70%. A aposentada Meire da Conceição, 52 anos, foi atraída pelo anúncio, mas ficou desapontada. "Venho aqui toda quinta-feira. O preço está igual."

Dicas:

Saiba os preços antes. Não dá pra saber se a promoção compensa se você não souber quanto custava o produto.

Compare Pesquise preços e condições em diferentes lojas. Sites de busca podem ajudar na comparação

Pague à vista. Não assuma dívidas para aproveitar os descontos. Juros altos anulam as vantagens da oferta.

Faça uma lista. Defina antes o que quer adquirir para evitar compras por impulso.

Cuidado com fraudes. Compre de sites que trazem o cadeado no canto esquerdo superior da tela, endereço físico, telefone e SAC.

Atenção com a entrega. Verifique data de entrega e condições de troca e devolução. É possível cancelar a compra no prazo de até 7 dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando