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A Câmara do Recife recebeu, na tarde desta terça-feira (11), a visita de Maria Prestes, viúva do comunista, Luiz Carlos Prestes, um dos líderes da esquerda brasileira. Ela está de passagem pelo Recife em função do lançamento de “Meu Companheiro, 40 anos ao lado de Luiz Carlos Prestes”, livro que relata a sua vida ao lado do “Cavaleira do Esperança” que percorreu todo o território brasileiro com a coluna prestes.

“Todos conhecem o lado guerreiro de Prestes, mas desconhecem o pai amoroso e dedicado de sete filhos. Era isso que eu queria contar para todos”, comentou Maria Prestes que visitou a casa José Mariano a pedido do vereador Almir Fernando (PCdoB). Ela contou que o livro tem o prefácio da presidenta Dilma Rousseff (PT) e já foi traduzido para o espanhol.

O lançamento do livro no Recife aconteceu na noite desta terça-feira, no Espaço Cultural Teatro Mamulengo, localizado perto da Praça do Arsenal, no Bairro do Recife Antigo.

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O Senado restituirá, na próxima quinta-feira (16), o mandato de senador do líder comunista Luiz Carlos Prestes, falecido em 1990. A sessão especial está prevista para começar às 15h30 e a homenagem simbólica, de autoria do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), torna nula resolução da Mesa do Senado de 9 de janeiro de 1948.

Eleito senador em 1945 pelo então Partido Comunista do Brasil com a maior votação proporcional da história política brasileira até aquela época, Prestes teve seu mandato declarado extinto pela Mesa do Senado após o Superior Tribunal Eleitoral (STE) ter cancelado o registro do Partido Comunista do Brasil, em 1947.

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Em sua justificativa, Inácio Arruda considera inconstitucional a decisão da Mesa do Senado que declarou extinto o mandato de Prestes, uma vez que a Constituição de 1946, vigente à época, em seu parágrafo 3º do art. 141, garantia o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. “O senador Luiz Carlos Prestes foi eleito, diplomado e empossado sem nenhuma impugnação. O Partido Comunista do Brasil estava legalmente credenciado para disputar as eleições de 2 de dezembro de 1945”, argumenta Inácio Arruda.

Já o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) tachou a decisão do Senado de cassação de Prestes, tomada em 1948, como uma das mais graves violências cometidas na história do país contra a democracia. “Devolver o mandato de Luiz Carlos Prestes é um reconhecimento da memória e uma autocrítica que o Brasil tem que fazer em relação aos momentos de violência que lamentavelmente foram perpetrados não somente pela ditadura de 1964”, defendeu Randolfe.

Durante a sessão no senado, o autor do projeto comunicou em Plenário o recebimento de uma carta da viúva de Prestes, Maria Prestes, congratulando-se com a Mesa da casa legislativa pela decisão de colocá-lo em votação.

O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira, em votação simbólica, projeto de resolução que anula a cassação do mandato do ex-senador e líder comunista Luiz Carlos Prestes (1898-1990) e do suplente dele, Abel Chermont. A dupla foi eleita nas eleições de dezembro de 1945, mas perdeu o mandato em janeiro de 1948, com a cassação do registro pelo Partido Comunista do Brasil (PCB).

O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), relator do projeto, lembrou que Prestes alcançara na ocasião a segunda maior votação do País, com 10% dos votos, ficando atrás apenas de Getúlio Vargas. "Faz-se com isso justiça à história e à nação brasileira e presta homenagem, ainda que tardiamente", afirmou Valadares.

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Prestes liderou duas décadas antes de chegar ao Senado um movimento político-militar, batizado de Coluna Prestes, com o intuito de cobrar reformas políticas e sociais ao governo de Arthur Bernardes e Washington Luís. Durante o périplo pelo País, ele ganhou o apelido de "Cavaleiro da Esperança".

A derrubada da cassação de Prestes tem caráter eminentemente simbólico. Pelo parecer apresentado ao projeto do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), não há previsão de pagamento de pensão, uma vez que o plano de previdência dos congressistas só foi criado em 1963. "Portanto, a aprovação do projeto não gerará efeitos financeiros aos sucessores do senador Luiz Carlos Prestes", disse o parecer do relator. Entretanto, a viúva dele, Maria Prestes, passará a ter direito de usar a assistência médica vitalícia, assim como os dependentes.

Em março, a Câmara dos Deputados anulou a extinção dos mandatos de 14 deputados federais do PCB. Pelo mesmo motivo de Prestes, a cassação pelo Parlamento se deu após a Justiça Eleitoral proscrever o partido. Na ocasião, a Câmara anulou os mandatos do escritor Jorge Amado, morto em 2001, e do ex-guerrilheiro Carlos Marighella, assassinado em 1969 durante a ditadura militar.

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