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Com a reeleição garantida, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) cumpriu uma "missão oficial" na Argentina, onde encontrou Fernando Cerimedo, responsável pela live após a vitória de Lula (PT) em que apresenta um dossiê falso sobre as urnas eleitorais. O vídeo foi amplamente compartilhado por bolsonaristas e reforçou o discurso golpista do 8 de janeiro até ser suspenso pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

As informações são do projeto Mercenários Digitais, que apura o negócio por trás da desinformação na América Latina e reúne mais de 20 veículos no continente, como Uol, Agência Pública, e mestrandos da Universidade de Columbia, sob liderança do Centro Latinoamericano de Investigação Jornalística (Clip).  

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Apesar do caráter urgente e “oficial”, a viagem entre os dias 12 e 15 de outubro, cerca de duas semanas antes do segundo turno, se confundem com uma agenda eleitoral. O deputado nunca divulgou os compromissos no país, nem os detalhes dos gastos foram lançados no Portal da Transparência da Câmara. 

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Além de produzir conteúdo para as redes sociais nos quais anunciava que a inflação do Brasil subiria igual a da Argentina com a vitória do petista, Eduardo se encontrou com Cerimedo. Dono do portal La Derecha Diário - conhecido por fake news de ultradireita - e da agência de marketing digital Numen - que usa bots e milhares de trolls contra adversários políticos -, o argentino atua em eleições na América do Sul e ficou conhecido no Brasil com o vídeo publicado no dia 4 de novembro em que mente sobre as urnas. 

Após atrair seguidores de Bolsonaro, ele passou a se definir como "um herói para metade do país" e diz ser o "argentino mais amado do Brasil". Apontado por tentar manipular o eleitorado de diversos países através da sua estratégia de desinformação, ele rebate as acusações e diz ser contra fake news.  

"Chamar-nos de desinformadores em série por duas ou três bobagens é a única maneira de chegarem até nós. Sou contra as fake news [...] La Derecha Diário é o único dos meus veículos que faz travessuras", admitiu. 

Cerimedo nega ter recebido dinheiro e garante que agiu sem ganhar nada em troca, apenas para ajudar Bolsonaro. Contudo, foram rastreados pagamentos de, pelo menos, R$ 3.900 de Eduardo com dinheiro da campanha para Giovanni Larosa, correspondente no Brasil do La Derecha Diário. Influenciador da direita, Larosa teria participado de ações na campanha de reeleição do deputado em bairros da Zona Oeste de São Paulo de 12 a 30 de setembro, indicam dados da Justiça Eleitoral. 

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