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Número um do mundo no tênis de mesa, o chinês Ma Long não esconde que costuma se 'dopar' com bebida alcoólica para superar crises de estresse.

O atleta de 27 anos domina o ranking da modalidade há anos, mas não conseguiu se classificar para os Jogos Olímpicos de Londres. Ele tentará buscar a primeira medalha no Rio, um ano depois de se sagrar campeão mundial pela primeira vez da sua carreira, depois de quatro fracassos.

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O mesatenista nascido na província de Liaoning (nordeste) impressiona com sua técnica, com saque devastador e efeitos desconcertantes. Apesar de todas essas qualidades, ele costumava 'amarelar' na hora do vamos ver. Por isso o técnico da seleção chinesa, Liu Guoliang, precisou inovar para ajudá-lo a relaxar antes dos torneios mais importantes. "Para Ma Long, duas coisas são importantes", descreve Lio à AFP: "a primeira é beber álcool em um bar quando a pressão é forte demais". A segunda é bater um papo descontraído com ele para espairecer, revela o treinador.

Vale ressaltar que o álcool não faz parte das substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada) e que é consumido apenas com moderação por Ma Long. Afinal, o tênis de mesa é um esporte que exige reflexos aguçados. "A ideia é apenas ajudá-lo a relaxar, porque ele costuma ser submetido a regras muito estritas", resume Liu.

- 'Libertar de um fardo' - No Rio, Ma Long disputará os torneios individuais e por equipes, ao lado do compatriota Zhang Jike, medalhista de ouro em Londres, que pode se tornar o primeiro bicampeão olímpico da história. "Acho que Ma Long é o favorito ao ouro, mas ele precisa cuidar do aspecto mental, tentar vencer o estresse ", analisa Liu Guoliang.

Para alguns observadores, Ma Long é o melhor mesatenista da história, mas potente e mais rápido que o lendário sueco Jan-Ove Waldner. Um rótulo que coloca ainda mais peso nas costas do jovem chinês, que tentará conquistar no Rio o único título que falta na sua carreira. "Primeiro, preciso me libertar desse fardo", explica Ma Long à AFP. "É o único jeito de conquistar o ouro", confessa.

Mais de um bilhão de chineses terão os olhares grudados na tela para acompanhar as provas que serão realizadas no Pavilhão 3 do Riocentro, que receberá o esporte que é sinônimo de orgulho nacional no país asiático. No passado, o tênis de mesa era um dos únicos esportes acessíveis aos chineses, que só passaram a contar com estruturas de alto nível em todas as modalidades a partir dos Jogos de Pequim-2008.

- Hegemonia'devastadora' - Muito mais que a prática de lazer chamada popularmente de 'pingue pongue', o esporte é levado muito à sério na China. O tênis de mesa só passou a fazer parte do programa olímpico em Seul-1988 e a China conquistou 24 das 28 medalhas de ouro em jogo nas sete edições em que a modalidade foi disputada. "É realmente o esporte nacional", resume Liu Guoliang. "A chave é a paixão pelo jogo. É um aspecto que outros países não conseguem igualar".

Em Londres, a China abocanhou pela segunda vez seguida todos os quatro títulos em jogo. Os quatro primeiros colocados do ranking são chineses e tudo indica que o ouro será disputado por Ma Long e o atual campeão Zhang Jike. A hegemonia chinesa é tão avassaladora que poderia até levar outros países a desistir de participar, ameaçando a permanência do esporte no programa olímpico.

A tal ponto que um dirigente da Federação Internacional de Tênis de Mesa que preferiu manter o anonimado considera esse domínio "devastador". Para tentar acabar com essa imagem, Ma Long destaca o potencial de rivais alemães ou japonês, mas deixa claro: "vou fazer de tudo para vencer". Ou seja, é provável que beba uma cervejinha antes de castigar a bolinha.

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