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Policiais civis do Rio de Janeiro prenderam, nessa segunda-feira (8), uma mulher por abandonar sua filha de 14 anos em um motel, após terem ingerido bebida alcoólica. A investigação apurou que a mulher foi embora com um homem, enquanto deixou a filha sozinha.

Segundo os agentes, a autora passou a noite ingerindo bebida alcoólica com a filha, menor de idade. Em seguida, ambas foram até um motel com um homem.

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Na delegacia, a menor informou que a sua mãe a levou para beber, mas não se lembra dos fatos ocorridos na madrugada.

A vítima foi encaminhada para exames de corpo de delito. O homem que estava no motel com a vítima e a autora foram identificados.

Uma mulher morreu, na última terça-feira (2), após ficar três dias internada com 70% do corpo queimado, devido a um acidente com uma churrasqueira, na cidade de Ponta Grossa, no Paraná. Outros familiares foram atingidos pelas chamas, mas não tiveram ferimentos graves. 

Maria Osséia dos Santos Dias, de 57 anos, estava perto da churrasqueira, durante uma festa de fim de ano com sua família, quando um de seus filhos tentou acender o equipamento usando etanol (álcool). O fogo se espalhou rapidamente e o galão explodiu, atingindo a vítima. Ela foi levada ao chuveiro enquanto aguardava a chegada do Corpo de Bombeiros, que a levou ao Hospital Regional de Ponta Grossa, em estado grave. Após três dias de internamento, não resistiu aos ferimentos. 

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Dias era professora de canto e piano na Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Culturais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Proex-UEPG), e deixa três filhos adultos. Um deles, Leandro Dias, é membro da direção estadual do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) do Paraná. 

O velório foi realizado nesta quarta-feira (3), na Capela da Funerária Princesa, em Ponta Grossa, e o sepultamento, no Cemitério São José. 

 

Cenários internos e externos contribuíram para a trajetória dos preços dos combustíveis no país ao longo de 2023. No cenário interno, as maiores influências vieram de mudanças na cobrança de tributos e da nova política de preços da Petrobras. Fora do Brasil, dúvidas sobre o comportamento das principais economias e consequências da guerra na Ucrânia são os fatores apontados.  

A trajetória no preço dos combustíveis é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA é considerado a inflação oficial do país.  

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Custo na bomba

Até novembro, último mês com resultado fechado, a inflação acumulava alta de 4,04%, sendo que o subitem combustíveis era mais que o dobro, 8,92%. O IBGE apurou que a gasolina puxou a subida, contribuindo com 12,47% no período. Por outro lado, o etanol caiu 7,11, o diesel 6%, o gás natural veicular (GNV), 7,76% e o botijão de gás, menos 6,56%. 

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) também faz acompanhamento dos preços médios de revenda nos postos. De 1º de janeiro a 10 de dezembro, o litro da gasolina comum subiu de R$ 5,12 para R$ 5,61.  

O litro de etanol caiu de R$ 4,01 para R$ 3,51 no mesmo período. No caso do diesel, a redução foi de R$ 6,41 para R$ 5,95. O GNV recuou de R$ 4,77 para R$ 4,44 o metro cúbico (m³), e o botijão de 13 quilos teve queda de R$ 108,50 para R$ 100,96.  

Apesar de o preço pago pelo consumidor nas bombas incluir custos como margem de lucro dos revendedores e tributos, uma âncora da precificação dos combustíveis é a parcela da Petrobras – principal produtora de petróleo e derivados do país. No caso da gasolina, por exemplo, essa parte responde por um terço do valor final. 

Política de preços

Apesar de não ser a única responsável pelo preço dos combustíveis na bomba, a Petrobras tem grande influência sobre o comportamento de preços. Até maio deste ano, a estatal seguia a política de Preço de Paridade Internacional (PPI), que atrelava os valores no Brasil ao mercado internacional, suscetível a mais volatilidade. Era algo como aumentou lá fora, vamos aumentar aqui. 

Em maio, a estatal abandonou o PPI e passou a adotar uma política que, na prática, faz “abrasileirar” os preços dentro do país.

A Petrobras explica que a nova estratégia comercial passou a incorporar as melhores condições de produção e logística para a definição dos preços de venda de gasolina e diesel às distribuidoras. Isso permitiu, segundo a estatal, “em especial no ano de 2023, mitigar a alta volatilidade do mercado internacional, proporcionando períodos de estabilidade de preços”. 

Apesar de o IBGE ter identificado inflação nos preços em 2023, os combustíveis vendidos pela Petrobras ficaram mais baratos ao longo do ano. Um levantamento feito pela empresa em dezembro mostra que o litro da gasolina barateou R$ 0,27, representando uma queda de 8,7%.  

No caso do diesel, a redução foi de R$ 1,10 (22,5%), sendo a redução mais recente vigorado a partir de 27 de dezembro; botijão de gás de 13 quilos foi reduzido em R$ 10,40 (24,7%), e o querosene de aviação caiu R$ 1 por litro (19,6%). 

Ajustes

Em 24 de novembro, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, elogiou a mudança na política de precificação da empresa.  

“A gente não está mais no período da ditadura do PPI. Nós não estamos mais reajustando os preços em tempo real e em dólar, de acordo com a paridade de importação”, explicou. 

“O que também não quer dizer – e ninguém nunca prometeu isso em campanha alguma, muito menos o presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva] – que o preço só ia cair. O que foi compromissado foi ‘abrasileirar’ os preços, e isso nós fizemos. Nós trouxemos para a política de preço os fatores nacionais aos componentes, que são, inclusive, parte da nossa estrutura, que é produzir no Brasil. Esse fator faz diferença para a gente poder fazer ajustes em patamares. Isso dá estabilidade ao mercado”, completou. 

Pressão política

Prates também refutou ter sofrido pressões do presidente Lula para segurar o preço dos combustíveis. 

A declaração aconteceu poucos dias depois de Prates ter levado um “puxão de orelha” do ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira. No dia 17 de novembro, o ministro reproduziu na rede social X uma entrevista em que defendia a queda nos preços. 

“Fiz essa manifestação à Casa Civil. É importante, respeitando a governança da Petrobras, respeitando a sua natureza jurídica. Mas já está na hora de puxarmos a orelha de novo da Petrobras, para que ela volte à mesa e possa colocar com clareza”, escreveu o ministro. 

Economias globais

O superintendente de pesquisa da FGV Energia, Márcio Couto, explicou à Agência Brasil que dois principais fatores externos contribuíram para que os preços dos combustíveis tivessem uma tendência de queda no cenário internacional em 2023. 
Um deles é a conjuntura econômica, com os Estados Unidos subindo taxas de juros para conter a inflação americana por meio da desaceleração da economia. Soma-se a isso desconfianças sobre a força do crescimento da China, segunda maior economia global.  

"Essas dúvidas fazem com que as pessoas prevejam uma demanda por petróleo menor e faz com que haja uma redução no preço", analisa Couto, contextualizando que o barril de petróleo flutuou na casa dos US$ 70, US$ 75, diferentemente de 2022, quando ultrapassou os US$ 100 seguidamente. 

Outro elemento externo é um reflexo da guerra na Ucrânia. Como forma de pressionar a Rússia a parar o conflito, a União Europeia e o G7 (grupo dos sete países mais desenvolvidos do mundo) aplicaram embargos à compra do petróleo russo.  

"A Rússia ficou com muito petróleo e derivados sobrando e está colocando esses produtos no mercado por um preço muito baixo. Você passou a ter um combustível barato", observa Couto. 

“A Rússia passou a ser a principal origem de exportação de diesel para o Brasil”, complementa.  

Para Couto, os dois elementos facilitaram as coisas para a Petrobras. “A Petrobras pôde fazer uma administração de preços com menor pressão política”. 

Reoneração

De acordo com o especialista da FGV, esses dois fatores que levaram a uma tendência de baixa nos preços dos combustíveis ganham uma quebra de braço com um elemento interno que tenderia a fazer os preços subirem em 2023: a reoneração dos combustíveis. 

Em junho de 2022, os tributos federais tinham sido zerados pelo governo Jair Bolsonaro como tentativa de conter a inflação. A medida perderia validade na virada do ano, mas o presidente Lula, no primeiro dia de gestão, prorrogou a isenção por mais 2 meses.  

Em março, o governo reonerou parcialmente a gasolina e o etanol com a cobrança do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Desde 29 de junho, a cobrança integral do PIS/Cofins voltou a ser feita.  

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a ideia de que a reoneração de combustíveis seria compensada pelo clima no mercado internacional.  

Em junho, quando se discutia a antecipação da oneração do diesel – prevista originalmente para 1º de janeiro de 2024, o ministro acreditava que o aumento não seria sentido pelo consumidor final. “Na bomba, esse aumento não vai se verificar porque já houve queda adicional do dólar e uma queda do preço do petróleo. Então, estamos sem preocupações quanto a isso. Não tem impacto para o consumidor”, ponderou. 

Futuro

Para 2024, Couto, da FGV, não crava previsões sobre o comportamento dos preços, uma vez que não basta analisar o cenário interno. Seria preciso prever também o quadro externo. 

Sobre dois temas ligados ao mercado de combustíveis que ganharam o noticiário em 2023, o especialista acredita que não devem influenciar os preços. 

Um deles é a exploração de petróleo na Margem Equatorial - área marítima que se estende por mais de 2,2 quilômetros a partir da costa, desde o Amapá até o Rio Grande do Norte, tida como de grande potencial. 

Márcio Couto explica que a exploração inicial de petróleo é um processo que dura anos para dar frutos.  

"Esses processos de exploração da Margem Equatorial demoram muito tempo para iniciar a fase de produção, 3, 5 anos. Isso é mais para o futuro. Existe uma previsão de que haja uma queda na produção do pré-sal a partir de 2031, 2032, e essa produção na Margem Equatorial é no sentido de suprir essa queda no pré-sal", explica. 

O outro assunto é a entrada do Brasil na Organização dos Países Produtores de Petróleo Plus (Opep+), que reúne grandes produtores de petróleo mais os seus aliados. 

“É mais um movimento político do que econômico", afirma.

Existem alternativas vegetais ao "foie gras", ao salmão defumado e ao peru recheado para as festas de fim de ano? Bebidas não alcoólicas nos brindes? Na França, grandes chefs trabalham nesta direção, mas admitem que a demanda é, por enquanto, minoritária.

O chef argentino Mauro Colagreco, cujo restaurante Mirazur em Menton (sul da França) tem três estrelas Michelin e foi considerado o melhor do mundo em 2019 pela "50 Best", considera que estes pratos devem ser "generosos" e agradar a crianças e adultos "para terem sucesso nas festas".

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"Como alternativa vegetariana, gosto do pastel de alcachofras, com trufa e queijo comté", explica à AFP.

Há também pratos de Natal com base em verduras e legumes, como a beterraba ao caviar.

O francês Stephan Paroche, chef da Table de Castigno (uma estrela) em Occitânia (sul), também oferece beterraba, em uma preparação confitada, em seu risoto e fica de olho nos vegetais da estação (repolho, trufa, castanhas...).

- Espumante de erva-doce -

Os dois chefs propõe bebidas sem álcool para acompanhar seus pratos.

Uma pesquisa lançada pelo Mirazur deu origem à marca Tempera, que inclui um espumante natural à base de erva-doce e flor de sabugueiro.

"Muitas pessoas ainda não estão acostumadas, mas vão se habituar, tenho certeza. Porque mesmo eu, que amo vinhos, às vezes quero este" sem álcool, afirma Colagreco.

Os números mostram que o consumo de vinho não para de diminuir na França desde os anos 1960. Mais da metade dos consumidores de álcool declaram beber menos, ou nada, e 66% dos consumidores de vinho têm interesse em bebidas não alcoólicas, segundo um estudo encomendado pelo grupo Moderato, produtor de vinhos sem álcool.

Para seu cofundador, Sébastien Thomas, Natal e Ano Novo são momentos perfeitos para alternar os dois.

Mas a lógica comercial dita comportamentos diferentes, inclusive entre os chefs mais empenhados.

"Um restaurante precisa vender vinho para sobreviver", disse à AFP Manon Fleury, que recentemente abriu seu primeiro restaurante em Paris, o Datil, depois de oferecer combinações interessantes com bebidas sem álcool.

- Casa cheia-

Para Baptiste Renouard, que tem uma estrela no restaurante Ochre, em Rueil Malmaison, perto de Paris, é "necessário" ter uma opção vegetariana e sem álcool.

"Os que negarem esta face do mercado estarão ultrapassados em dez anos", afirma.

Para as festas, propõe um torta recheada de batata salteada com bacon, cebola, salsa branca no lugar do bife Wellington e sobremesa fermentada de pera-limão-alho preto acompanhada de chá verde com casca de cacau.

Para o próximo Natal, o chef promete um "foie gras" vegetal à base de sementes de abóbora com especiarias.

Renouard oferece um cardápio vegetariano o ano todo, mas não durante as festas. Criou um menu no ano passado, mas recebeu "zero pedidos".

Para Glenn Viel, chef do três estrelas Oustau de Baumanière, em Beaux de Provence (sul da França), que oferece um cardápio vegetariano desde 1987, "não é possível encher um restaurante fazendo apenas verduras".

E a demanda por bebidas sem álcool, introduzida há um ano, continua sendo "incipiente".

Um dos maiores jogadores da história do futebol inglês, Wayne Rooney revelou que teve problemas com o álcool no início de sua carreira. O ídolo do Manchester United afirmou que descontava na bebida a pressão por resultados e pela fama precoce. Aos 38 anos, ele está sóbrio e atualmente trabalha como técnico do Birmingham City, time da segunda divisão da Inglaterra. Rooney foi um dos principais jogadores da seleção inglesa.

"Quando eu tinha vinte e poucos anos, o álcool servia como uma rota de fuga", contou o ex-capitão da seleção inglesa ao podcast de Rob Burrow, ex-jogador de rúgbi e portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). "Cheguei em casa, passei vários dias trancado, sem sair. Bebi quase até perder a consciência", revelou.

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Garoto prodígio, Rooney estreou como profissional quando tinha apenas 16 anos, em 2002, pelo Everton. No ano seguinte, aos 17, foi convocado para vestir a camisa da Inglaterra. Era considerado um dos rostos da renovação inglesa após a eliminação na Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul para o Brasil. Aos 18, ele assinou com o Manchester United, principal time do Campeonato Inglês na ocasião.

"Eu não queria me cercar de pessoas, porque às vezes você se sente desconfortável. Às vezes eu sentia que estava decepcionando as pessoas e não sabia como lidar com a situação", comentou o ex-atacante. "Quando você não aceita ajuda e conselhos dos outros, você pode ficar afundado e foi isso que aconteceu comigo durante alguns anos. Hoje, felizmente, não tenho mais medo de explicar meus problemas aos outros", disse.

Relembre outros jogadores que tiveram problemas com o álcool:

ADRIANO IMPERADOR

Adriano era apontado como craque logo nos seus primeiros anos no Flamengo. As passagens de sucesso pelo futebol italiano, no Parma e na Inter de Milão, fizeram o brasileiro ganhar o apelido de Imperador e ser uma das esperanças de gol do Brasil na Copa do Mundo de 2006. O ex-atacante já admitiu, porém, que a morte do pai abalou o seu psicológico e a bebida o atrapalhou na carreira.

CICINHO

Campeão mundial com o São Paulo, o ex-lateral Cicinho travou uma batalha contra o alcoolismo ao longo de sua carreira vitoriosa. Ele afirma que já foi treinar bêbado no Real Madrid e precisou de uma intervenção da família para superar o problema. Atualmente, Cicinho está sóbrio e é comentarista do canal SBT.

JOBSON

Jobson ganhou projeção nacional com a camisa do Botafogo. Em 2010, ele admitiu o uso de crack ao ser flagrado no exame antidoping e também admitiu problemas com álcool. Ele ficou suspenso por dois anos e voltou a jogar em 2012, mas os problemas extracampo persistiram e a sua carreira nunca mais foi a mesma. Em 2014, Jobson levou um gancho de quatro anos por se recusar a fazer o exame antidoping quando jogava na Arábia Saudita.

VALDIRAM

Goleador do Vasco nos anos 2000, Valdiram acumulou uma série de problemas extracampo com drogas e bebidas. Ele tentou recuperar a carreira por mais de uma vez, mas o álcool atrapalhou sua permanência no mundo do futebol e rapidamente caiu no ostracismo. O ex-atacante acabou tendo um final trágico, vivendo em situação de rua e encontrado morto, em 2019, aos 36 anos.

PAUL GASCOIGNE

Craque da seleção inglesa na década de 1990, Paul Gascoigne ganhou a simpatia dos torcedores pela habilidade e garra demonstradas em campo. Conhecido pelo carisma e personalidade forte, ele travou uma batalha contra o abuso de álcool e drogas ao longo de sua vida. Em 2010, foi diagnosticado com bipolaridade e virou personagem frequente dos tabloides ingleses, que chegaram a registrar uma foto sua andando descalço pelas ruas vestindo apenas um roupão.

Toda a diversão da Oktoberfest mas sem a ressaca. Atraídos pelas vantagens para a saúde e pela qualidade das crescentes opções disponíveis, os alemães recorrem cada vez mais à cerveja sem álcool.

As cervejas com menos de 0,5% de teor alcoólico - limite legal para ser classificada como bebida não alcoólica - já se tornaram comuns nos famosos "biergärten" (jardim da cerveja, na tradução literal), áreas abertas onde a cerveja é comercializada.

"Gosto do sabor da cerveja, mas não me parece coerente bebê-la sempre com álcool", declrou à AFP Kathrin Achatz, de 40 anos, na BRLO - 'biergärten' no bairro central de Kreuzberg, em Berlim, uma das primeiras cervejarias a aderir à tendência.

De acordo com a agência federal de estatísticas Destatis, o volume de cerveja sem álcool produzida na Alemanha quase duplicou nos últimos 10 anos, e chegou a 670 milhões de litros em 2022.

Em uma pesquisa feita em 2022, o instituto Allensbach descobriu que a bebida sem álcool representava quase 7% do total das cervejas compradas.

"Vemos um forte aumento na procura", afirmou o presidente da Federação de Cervejeiros da Alemanha, Holger Eichele, que representa os interesses da indústria.

- Técnicas de fermentação -

A BRLO, que se orgulha em produzir todas as suas bebidas em Berlim, lançou a linha sem álcool "Naked" (nu, em tradução literal) em 2017. Desde então, entre 2021 e 2022, as vendas deram um salto de 60%.

Todos os meses são produzidos cerca de 16 mil litros da 'Naked' nesta cervejaria, onde 15 funcionários vestidos com botas pesadas trabalham para atender os pedidos, em meio a um labirinto de canos e esteiras transportadoras.

Lançada na década de 1970, a cerveja sem álcool foi inicialmente concebida como um produto de nicho para motoristas, gestantes ou alcoólatras em recuperação.

Mas, nos últimos anos, o seu consumo generalizou. O número de marcas que oferecem cerveja sem álcool dobrouu desde 2010 e já são mais de 700, segundo a associação de cervejeiros.

Este crescimento acontece, em parte, devido ao desenvolvimento nas técnicas de fermentação que melhoraram a qualidade da cerveja sem álcool - algo que anteriormente era uma barreira para os consumidores.

- "Potencial enorme" -

"Às vezes você quer tomar uma bebida, mas não quer sentir os efeitos do álcool", diz Max Thomas, um britânico de 44 anos que mora em Berlim.

Embora a Alemanha ainda esteja entre os maiores consumidores do mundo, com até 10 litros de álcool puro anualmente por habitante, o consumo de álcool diminuiu no país - especialmente entre os jovens.

Um estudo do Centro Federal de Educação em Saúde mostrou que, atualmente, 8,7% dos jovens de 12 a 17 anos consomem álcool pelo menos uma vez por semana. O mesmo índice era de 14% em 2011 e 25% em 1979.

Um alemão bebeu, em média, 87,2 litros de cerveja em 2022 - quantidade menor que os 100 litros ingeridos em 2013, segundo Destatis.

A federação cervejeira prevê um crescimento contínuo nas vendas dos seus produtos não alcoólicos, atingindo até 20% do mercado.

"Não substituirá completamente a cerveja clássica, mas tem um potencial enorme", diz Eichele.

Aos 27 anos, o ator britânico Tom Holland compartilhou sua jornada contra o alcoolismo. Em participação no podcast “On Purpose with Jay Shetty”, nesta segunda-feira (10), a estrela de “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa” (2021) explicou que a decisão em se manter sóbrio começou durante as férias do ano passado e também listou os benefícios físicos e emocionais que a nova fase trouxe. 

“Nunca acordei e disse: ‘Estou parando de beber’. Eu, como muitos britânicos, tive um dezembro muito, muito embriagado. (Era) época de Natal. Eu estava de férias, bebia muito e sempre pude beber muito”, disse. “Acho que herdei meus genes do lado da minha mãe. E decidi desistir (disso) em janeiro”, acrescentou. 

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Holland pontuou o quão desafiador foi se manter longe do álcool.

“Tudo o que eu conseguia pensar era em tomar uma bebida. Isso é tudo que eu conseguia pensar (...) Eu acordava pensando nisso”, admitiu. “Isso realmente me preocupou. Eu estava tipo: ‘Uau, talvez. Talvez eu tenha um pouco de álcool’. Então, decidi me punir e dizer: ‘Vou fazer fevereiro também. Vou tirar dois meses de folga. Se eu puder tirar dois meses de folga, posso provar a mim mesmo que não tenho nenhum problema”, complementou. 

À medida que dava passos cada vez mais largos em sua pausa alcóolica, o ator também sentia os reflexos da cultura inglesa centrada na bebida.

“Dois meses se passaram e eu ainda estava realmente lutando. Eu senti que não poderia ser social. Senti que não poderia ir ao pub e tomar um refrigerante de limão. Não pude sair para jantar. Eu estava realmente lutando e comecei a me preocupar que talvez tivesse um problema com álcool”, afirmou.

Para Tom, a virada de chave se deu próximo de seu aniversário, no início do mês passado. Ao final, o astro disse que chegou a questionar o motivo de não parar de beber antes.

“Eu meio que disse a mim mesmo: Por que estou tão obcecado com a ideia de tomar essa bebida?”. A decisão de Holland teve um ponto positivo em inspirar a mãe a ficar sóbria.

Marco na luta contra a violência no trânsito no Brasil, a Lei Seca completa 15 anos nesta segunda-feira (19). Para lembrar a data, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) divulgou dossiê sobre os acidentes provocados pelo uso de álcool no país. Os dados foram coletados do Ministério da Saúde.  

O documento revela que 10.887 pessoas perderam a vida em decorrência da mistura de álcool com direção em 2021, o que dá uma média de 1,2 óbito por hora.

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“Esse número é altíssimo se a gente considerar que as mortes atribuídas ao álcool por acidente de trânsito são completamente evitáveis. É só você não beber”, diz o psicólogo e pesquisador do Cisa, Kaê Leopoldo. Segundo o levantamento, cerca de 5,4% dos brasileiros relataram dirigir após beber, índice que tem apresentado estabilidade no país.  

Apesar de alarmante, a taxa de mortes por 100 mil habitantes de 2021 foi 32% menor que a de 2010, quando a Lei Seca ainda tinha apenas dois anos. O número de mortos por ano caiu de sete para cinco por 100 mil habitantes no período.

Para Kaê, o número ainda é excessivamente alto, mas “a gente precisa entender que a tendência é de redução. Vem sempre existindo uma tendência de redução ao longo dos 10 anos analisados”, acentua.  

Hospitalizações em alta

O total de hospitalizações cresceu 34% no período, passando de 27 para 36 internações a cada 100 mil habitantes. A pesquisa mostra, também, que esse crescimento foi puxado por acidentes com ciclistas e motociclistas, uma vez que caíram as hospitalizações de pessoas que estavam em veículos e de pedestres envolvidos em acidentes causados pelo consumo de álcool.  

O pesquisador do Cisa opina que a expansão das hospitalizações envolvendo ciclistas e motociclistas pode estar relacionada ao aumento da frota no período.

“Principalmente na questão dos motociclistas, que representam um caso que merece atenção especial. Cresceu o total de motoboys e de entregadores. Eles passaram a trabalhar em horários que, às vezes, há outras pessoas dirigindo embriagadas [cujos veículos]  podem [atingir] motoboys”, destaca Kaê.  

Diferenças

Os números de óbitos e hospitalizações variam bastante de acordo com o estado. Enquanto Tocantins (11,8), Mato Grosso (11,5) e Piauí (9,3) registram mais de nove óbitos a cada 100 mil habitantes por acidentes motivados pelo consumo de álcool, Amapá (3,6), São Paulo (3,5), Acre (3,5), Amazonas (3,2), Distrito Federal (2,9) e Rio de Janeiro (1,6) não chegam nem a quatro óbitos por 100 mil habitantes.  

Em relação a hospitalizações, elas podem variar de 85,2 a cada 100 mil pessoas, como no Piauí, até 11,8 a cada 100 mil no Amazonas. A diferença é de mais de sete vezes entre os dois estados. Para o pesquisador, é difícil entender essa diferença.

“Temos alguns indicativos como implementação de políticas públicas, fiscalização, densidade de blitzes, fatores culturais, frota de veículos e qualidade da frota e das estradas. Tudo isso entra no cálculo e afeta na diversidade dessas taxas de óbitos e hospitalizações”, argumenta.  

A socióloga Mariana Thibes, coordenadora do Cisa, diz que as autoridades locais devem aumentar a fiscalização nas ruas e implementar campanhas de educação.

“A educação da população tem um importante papel na segurança viária e, em relação à fiscalização, sabemos que quando não há continuidade o impacto na redução de mortes viárias tende a diminuir, apesar da existência de leis”, opina.  

Perfil das vítimas

O perfil das vítimas de acidentes envolvendo consumo de álcool é majoritariamente masculino. Isso porque 85% das hospitalizações envolvem homens, enquanto 89% das mortes causadas pelo álcool são de pessoas do sexo masculino. “Em relação à faixa etária, a população entre 18 e 34 anos de idade é a mais afetada”, informa o estudo. 

O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool alerta que não há um volume seguro para ingestão de bebidas alcoólicas antes de dirigir. Arthur Guerra, psiquiatra e presidente do Cisa, acentua que muitas pessoas acreditam que a pouca ingestão de álcool não interfere na capacidade de dirigir.

“Em pequenas quantidades, o álcool já é capaz de alterar os reflexos do condutor e, conforme a concentração de álcool no sangue, [ele] se eleva e aumenta também o risco de envolvimento em acidentes de trânsito graves, uma vez que provoca diminuição de atenção, falsa percepção de velocidade, aumento no tempo de reação, sonolência, redução de visão periférica e outras alterações neuromotoras”, finalizou.

Um motorista de caminhão que estava dirigindo sob efeito de álcool e colocando em risco a segurança do trânsito foi detido, no sábado (22), pela Polícia Rodoviária Federal, no Km 254 da BR 232, em Arcoverde, no Sertão pernambucano. O resultado do teste do bafômetro foi de 1,37mg/l, o que equivale a quatro vezes o índice de 0,34mg/l, que configura crime de trânsito.

Por volta do meio-dia, policiais receberam denúncias de que o motorista de um caminhão estava realizando diversas manobras perigosas na rodovia. Quando o veículo foi avistado, a equipe flagrou o momento em que o condutor realizava uma ultrapassagem em local proibido.

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Após a constatação de embriaguez, o motorista foi autuado com uma multa no valor de R$2.934,70 e com outra por ultrapassagem no valor de R$ 1.467,35.

O homem foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Arcoverde e a equipe descobriu que ele já havia sido detido pelo mesmo crime. O condutor poderá responder por embriaguez ao volante, que prevê pena de seis meses a três anos de  detenção.

Da assessoria.

A cada hora cerca de duas mulheres morreram em razão do uso nocivo de álcool em 2020. Ao todo, 15.490 brasileiras perderam a vida por motivos atribuídos ao álcool naquele ano. A faixa etária mais afetada foi a das mulheres de 55 anos e mais (70,9%), seguida por 35 a 54 anos (19,3%), 18 a 34 anos (7,3%) e de 0 a 17 anos (2,5%). Os dados fazem parte de estudo inédito, divulgado nesta semana pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) para marcar o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, comemorado hoje (18).

Segundo o levantamento, as principais causas desses óbitos foram doença cardíaca hipertensiva (15,5%), cirrose hepática (10,4%), doenças respiratórias inferiores (8,7%) e câncer colorretal (7,3%). 

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O consumo abusivo de álcool pelas brasileiras aumentou 4,25% de 2010 a 2020. A tendência foi registrada em 12 capitais e no Distrito Federal. Os maiores aumentos no consumo foram verificados em Curitiba (8,03%), São Paulo (7,34%) e Goiânia (6,72%). O levantamento é realizado pelo Cisa, com dados do Datusus 2021.

Por consumo abusivo considera-se a ingestão de quatro ou mais doses, para mulheres, ou de cinco ou mais doses, para homens, em um mesmo dia. O aumento mais significativo foi observado entre mulheres, passando de 7,8% em 2006 para 16% em 2020. O centro considera que uma dose padrão corresponde a 14g de etanol puro no contexto brasileiro. Isso corresponde a 350 ml de cerveja (5% de álcool), 150ml de vinho (12% de álcool) ou 45ml de destilado (como vodca, cachaça e tequila, com aproximadamente 40% de álcool).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de álcool pode causar mais de 200 doenças e lesões. Está associado ao risco de desenvolvimento de problemas de saúde como distúrbios mentais e comportamentais, incluindo dependência ao álcool, doenças graves como cirrose hepática, alguns tipos de câncer e doenças cardiovasculares, bem como lesões resultantes de violência e acidentes de trânsito. Em todo o mundo, 3 milhões de mortes por ano resultam do uso nocivo do álcool, representando 5,3% de todas as mortes.

Consumo abusivo

Os perigos do consumo nocivo de bebidas alcoólicas afetam, de formas diferentes, homens e mulheres. Segundo a presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), Alessandra Diehl, as mulheres têm predisposição a ter adoecimento clínico e psíquico mais rápido do que os homens.

“Uma das questões aí é a vulnerabilidade biológica”, disse, em entrevista à Agência Brasil. A psiquiatra explicou que as mulheres têm menor concentração de enzimas que fazem a metabolização do álcool, o que faz com que ele seja mais tóxico para o organismo feminino do que para o masculino. Segundo Alessandra, as mulheres, às vezes, com menos tempo de uso crônico de álcool que os homens, já apresentam mais prejuízos para a saúde, como hepatite, cirrose e envelhecimento.

De acordo com o psiquiatra e presidente do Cisa, Arthur Guerra, os efeitos do consumo de álcool entre as mulheres também podem variar conforme o ciclo menstrual, a gestação e amamentação. Além disso, elas sofrem impactos por fatores sociais, como a maternidade e participação no mercado de trabalho. 

“Outro ponto é que as mulheres acabam tendo outras influências hormonais, como ciclo menstrual por exemplo, que acabam afetando o consumo de álcool também. Algumas delas, durante a fase pré-menstrual, a famosa TPM, ficam mais sensíveis e vão usar o álcool como se fosse um remédio para aliviar os sintomas”, explicou o médico.

Para a socióloga Mariana Thibes, coordenadora do Cisa, o aumento no consumo de bebida alcóolica tem um componente cultural.

“As mulheres estão bebendo mais e isso é uma mudança cultural importante que foi acontecendo ao longo da última década. Provavelmente tem a ver com a maior presença delas no mercado de trabalho, acho que esse é o fator mais importante. A mulher está nos mesmos espaços que os homens, então ela sai para um happy hour com os colegas homens e por que ela vai consumir menos álcool?”, questionou.

Segundo Mariana, o acúmulo das jornadas também é relevante para o aumento do consumo abusivo de álcool entre as mulheres. 

“O acúmulo de trabalho dentro de casa, fora de casa, cuidar dos filhos, da profissão, do trabalho doméstico. Esse aumento das pressões acaba levando muitas mulheres a procurar no álcool uma espécie de recurso para relaxar. No período da pandemia, vimos a hastag #winemom viralizar, com muitas mães postando fotos com taça de vinho no fim do dia, como uma espécie de recompensa depois daquele dia duro de acúmulo de jornada. Esse estresse que as mulheres passaram a sofrer nos últimos anos também pode ajudar a explicar o aumento do consumo abusivo de álcool”, afirmou. 

Menores

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com estudantes de 13 a 17 anos, a experimentação de bebida alcoólica cresceu de 52,9% em 2012 para 63,2% em 2019. O aumento, no período, foi mais intenso entre as meninas (de 55% para 67,4%) do que entre os meninos (de 50,4% para 58,8%).

O consumo excessivo de álcool também aumentou. Foi de 19% em 2009 para 26,2% em 2019 entre os estudantes do sexo masculino e de 20,6% para 25,5% entre as adolescentes. A experimentação ou exposição ao uso de drogas cresceu em uma década. Foi de 8,2% em 2009 para 12,1% em 2019.

A presidente da Abead, Alessandra Diehl, alerta que a iniciação no álcool ocorre cada vez mais cedo, em média aos 13 anos de idade, sendo que 34,6% dos estudantes tomaram a primeira dose de álcool com menos de 14 anos. “Há prevalência de meninas jovens iniciando o consumo de álcool”, disse.

Alcoolismo

Diferentemente do abuso de álcool, a dependência é considerada doença pela Organização Mundial da Saúde. De acordo com a socióloga Mariana Thibes, “em geral, leva-se uma década para passar do estágio de consumo abusivo para a dependência”.

Esse tipo de dependência é considerado crônica e multifatoria. Isso significa que diversos fatores contribuem para o seu desenvolvimento, incluindo a quantidade e frequência de uso do álcool, a condição de saúde do indivíduo e fatores genéticos, psicossociais e ambientais, tipicamente associados aos seguintes sintomas: 

- Forte desejo de beber

- Dificuldade de controlar o consumo (não conseguir parar de beber depois de ter começado)

- Uso continuado apesar das consequências negativas, maior prioridade dada ao uso da substância em detrimento de outras atividades e obrigações

- Aumento da tolerância (necessidade de doses maiores de álcool para atingir o mesmo efeito obtido com doses anteriormente inferiores ou efeito cada vez menor com uma mesma dose da substância) 

- Por vezes, um estado de abstinência física (sintomas como sudorese, tremores e ansiedade quando a pessoa está sem o álcool).

O meia-atacante Joelinton, do Newcastle, foi multado em 29 mil libras (cerca de R$ 183 mil) e teve sua carteira de motorista suspensa por um ano por dirigir sob efeito de álcool na Inglaterra, no início do mês. As punições ao jogador brasileiro foram anunciadas nesta semana pela Justiça local.

O atleta de 26 anos, que vem se destacando pela equipe inglesa nesta temporada, falhou num teste de bafômetro numa blitz da polícia realizada no dia 12 de janeiro, na cidade de Newcastle. Nesta quarta, o juiz Paul Currer decidiu pela suspensão da sua licença para dirigir por um ano. A punição poderá ser reduzida para nove meses se o jogador fizer um curso de reabilitação.

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O valor da multa foi calculado pelo juiz com base em seu salário. De acordo com documentos apresentados ao tribunal, Joelinton ganha 43 mil libras por semana (R$ 271 mil), equivalente a pouco mais de R$ 1 milhão por mês. O jogador ainda terá que desembolsar uma taxa de 2 mil libras (R$ 12 mil).

O juiz alegou que as punições aplicadas no caso se devem à postura do brasileiro, que admitiu o consumo de álcool e colaborou com a apuração do caso. "Você se colocou em perigo real e isso poderia ter consequências desastrosas para a vida de outras pessoas. Espero sinceramente que você tenha aprendido com esse erro e que não o vejamos neste tribunal novamente", declarou Currer.

Calada vence? Parece que para Kanye West é assim que as coisas vão funcionar no próximo mês. O rapper recuperou as contas nas redes sociais na noite da última quinta-feira (4) e já encheu a timeline dos seguidores com postagens. Após alguns tweets com fotos e vídeos, Kanye publicou uma nota em preto e branco.

"Eu estou tirando 30 dias de limpeza. Um jejum verbal. Sem álcool. Nada de filmes adultos. Sem relações sexuais. Em Deus nós louvamos. Amém. Mas o meu Twitter ainda está funcionando", disse.

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Relembre

Kanye West parece que quis montar um portfólio recheado de polêmicas e se empenhou nas últimas semanas para tal feito. O rapper proferiu uma sequência de falas e atitudes polêmicas que fizeram a web ir à loucura.

Tudo começou ainda na Semana de Moda em Paris, quando o ex de Kim Kardashian expôs a sua coleção de roupas, a Yeezy em parceria com a Adidas, e usou o slogan White Lives Matter [Vidas Brancas Importam], que é um movimento contrário ao Black Lives Matter [Vidas Negras Importam], fundado em 2013 após a morte de Tayvon Martin e tomou ainda mais força e notoriedade após o assassinato de George Floyd nos Estados Unidos. Kanye também teria chamado o movimento da população negra de farsa.

Logo depois, no dia 10 de outubro, o artista teria mostrado um vídeo pornográfico durante reunião com os executivos da Adidas. Segundo o Page Six, West compartilhou os bastidores da produção da Yeezy no YouTube, que era a única plataforma que ainda não o tinha banido, e no meio do registro é possível ver o momento em que o rapper deixa os colegas de trabalho bem desconfortáveis com o conteúdo adulto.

Kanye decidiu que ainda não era o suficiente e fez escolhas erradas. Além de ter supostamente dito que George Floyd não foi assassinado pela força bruta de um policial nos Estados Unidos, o rapper foi acusado por um ex-funcionário de elogiar atitudes de Adolf Hitler, representante principal do nazismo.

Após pouco tempo das publicações serem feitas na internet, o cantor já começou a ver sua fortuna se esvair, além de ter perdido oficialmente seu contrato exclusivo com a Balenciaga e Adidas.

Em 23 estados e no Distrito Federal, abastecer com gasolina passou a ser mais vantajoso que encher o tanque com etanol. O comparativo foi feito conforme dados da Agência Nacional do Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) dessa sexta-feira (26).

Apenas em São Paulo, o preço dos combustíveis se equipara e o Mato Grosso é o único estado em que ainda é mais vantajoso rodar com álcool. No Amapá, não houve registro dos preços atualizados. 

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A comparação se baseia no fato do etanol ter poder calórico menor. Por isso, o preço limite de 75% em relação ao da gasolina é considerado vantajoso.



Nessa semana, o valor médio do combustível derivado da cana e do milho passou de R$ 3,98 para R$ 3,84. Enquanto o litro da gasolina baixou para R$ 5,25. 

 

Com uma população envelhecida, a taxa de natalidade em queda e as mudanças no estilo de vida provocadas pela pandemia da Covid-19, as pessoas estão consumindo cada vez menos álcool no Japão e isso atingiu em cheio a receita tributária do país. Na tentativa de reverter esse quadro, o governo asiático lançou a campanha "Sake Viva!". 

A Agência Nacional de Impostos do Japão é responsável pelo supervisionamento da campanha. Grupos de até três pessoas com idades entre 20 e 39 anos estão sendo buscados para apresentarem propostas que incentivem os jovens a beber. A inscrição é gratuita e serão aceitas até o dia 9 de setembro. 

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Os jovens de qualquer país podem apresentar ideias, no entanto, documentos de inscrição e documentos de referência só podem ser enviados em japonês. Além disso, se você participar da rodada final, deverá fazer uma apresentação em japonês e responder a perguntas e respostas também na língua local.

As melhores serão apresentadas em Tóquio no mês de novembro deste ano, com os finalistas recebendo uma viagem gratuita à capital japonesa.

Segundo o site Fortune, embora o governo esteja querendo estimular o consumo de bebidas alcoólicas, o abuso do álcool ainda é visto no país como um problema pelos profissionais de saúde. Em 2021, o Ministério da Saúde do Japão alertou sobre as doenças que estão relacionadas com o abuso no consumo do álcool. 

Cerca de metade dos cânceres do mundo se devem a um fator de risco determinado, e o tabaco e o álcool estão no topo da lista, segundo um grande estudo divulgado nesta sexta-feira (19). As medidas de prevenção são essenciais, mas não são a panaceia, advertem os autores.

"Segundo nossa análise, 44,41% das mortes por câncer no mundo podem ser atribuídas a um fator de risco determinado", considera o estudo, publicado na revista "Lancet" como parte do projeto mundial Global Burden of Disease.

Milhares de pesquisadores em todo o mundo estão envolvidos nesse amplo projeto, financiado pela Fundação Bill Gates e de dimensão sem precedentes. O objetivo é aprofundar o conhecimento sobre os fatores de risco de câncer por região.

As primeiras conclusões confirmam que o tabaco é o principal fator que favorece o câncer (33,9%), seguido do álcool (7,4%), em todo o planeta. No entanto, aproximadamente metade dos cânceres não são atribuíveis a um determinado fator de risco, o que mostra que a prevenção não é suficiente.

O diagnóstico precoce e um tratamento eficaz devem ser os outros dois pilares de uma política de saúde inteligente. Dois epidemiologistas que não têm relação com o estudo - Diana Sarfati e Jason Gurney - concordam, na mesma edição da revista, com as conclusões do mesmo, embora alertem que os dados colhidos apresentam deficiências em alguns países.

Um remédio lançado no Reino Unido promete decompor o álcool no corpo de quem bebeu mais do que devia e curar a ressaca do dia seguinte. Desenvolvido ao longo de 30 anos de pesquisas, o Myrkl é uma pílula vegana com ingredientes reconhecidos como seguros pela Agência Europeia de Segurança Alimentar e pela Food Drug Administration dos Estados Unidos.

O 'antirressaca' natural é composto pela mistura das bactérias Bacillus subtilis e Bacillus coagulans, produzidas a partir de farelo de arroz fermentado, e enriquecido com L-cisteína e vitamina B12. A pílula deve ser consumida 2h antes da bebedeira e leva 1h para decompor até 70% do álcool.

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Se o consumidor beber 50ml de uísque com teor 40%, que contém 20 ml de álcool puro, apenas 6 ml desse álcool vai entrar na corrente sanguínea, como se a pessoa tivesse bebido apenas 15ml.

Os desenvolvedores explicam que as bactérias de alto desempenho decompõem o álcool em água e dióxido de carbono e, como a cápsula é resistente aos ácidos naturais do estômago, as substâncias chegam ao intestino, onde a maior parte do álcool é absorvida pelo organismo.

Apesar do suposto efeito milagroso, os responsáveis pelo antirressaca reforçam que alguns efeitos não são revertidos, como a desidratação e o baixo nível de açúcar no sangue.

 

Um estudo publicado na revista científica Journal of Agricultural and Food Chemistry sugere que tomar uma cerveja por dia pode ser bom para a saúde do intestino. De acordo com a pesquisa, os micronutrientes utilizados no processo de fermentação da cerveja podem ajudar no aumento do número de bactérias boas no intestino. 

A consequência disso é a redução do risco de desenvolver doenças cardíacas e diabetes tipo 2, conforme achados dos pesquisadores da Universidade Nova de Lisboa, em Portugal. 

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Foi feito um estudo duplo-cedo para entender como a cerveja atuaria no intestino. Nesse modelo de pesquisa, o examinado e o examinador não sabem qual é a variável estudada. A amostra foi randomizada com 19 homens saudáveis, de 23 a 58 anos de idade. 

Os participantes foram divididos em dois grupos. Um deles bebeu 330ml de cerveja lager alcoólica e o outro bebeu a mesma cerveja, mas do tipo não alcoólico, no jantar, todos os dias durante um mês. Os homens foram orientados a não mudar a rotina de alimentação ou exercícios durante o experimento. 

Depois deste período, os resultados mostraram que os participantes apresentaram um aumento de 7% na variedade de bactérias no intestino. O nível de fosfotase alcalina fecal também teve aumento, que é uma medida de saúde intestinal. Não houve diferença no peso ou nível de colesterol dos homens. 

Aumentar o número de bactérias e a variedade delas no intestino, segundo os pesquisadores, pode ser associada a menos riscos de diabetes e doenças cardiovasculares. Os polifenóis, que são micronutrientes altamente antioxidantes encontrados no lúpulo da cerveja, podem ser os responsáveis por esse aumento. 

 Apesar de o resultado ser visto com os grupos que beberam cerveja com e sem álcool, os pesquisadores recomendam que bebam as não alcoólicas. A recomendação é feita por conta de outros estudos que relacionam o consumo do álcool com o risco de doenças, como câncer.

Uma estudante de 19 anos pode ser levada a júri popular por ter ateado fogo em uma colega dentro de uma escola estadual, em Goiânia-GO. A vítima é uma menor de 17 anos, que permanece hospitalizada com 50% do corpo queimado.

O caso ocorreu durante o intervalo no Colégio Estadual do Setor Palmito, enquanto a vítima estava na fila do lanche, no dia 31 de março. A estudante identificada como Islane Pereira Saraiva Xavier despejou álcool na outra colega de sala e ateou fogo.

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De acordo com a Polícia Civil, após o ataque, ela voltou para a sala de aula e esperou a chegada dos policiais. Duas facas foram encontradas dentro da sua bolsa.

Ataque motivado por bullying

A jovem não possui antecedentes criminais, mas foi apreendida preventivamente no mesmo dia e deve ser solta nesta terça-feira (26). Na segunda-feira (25), o juiz Jesseir Coelho de Alcântara qualificou Islane como ré por interpretar que há elementos que caracterizam o caso como uma tentativa de homicídio qualificado. Ela foi indiciada com as qualificadoras de uso de fogo, motivo fútil e dificuldade de defesa da vítima.  

A motivação teria sido um suposto bullying sofrido por Islane por conta do bronzeado. Porém, testemunhas disseram que elas não tinham contato.

Na denúncia assinada pelo promotor Cláudio Braga Lima, o argumento é que a suspeita “causou sofrimento desnecessário e prolongado à vítima, configurando meio cruel”.

Caso pode ser levado a júri popular 

A aluna de 17 anos segue internada com quadro estável no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Ela está consciente e respira sem o uso de aparelhos, conforme o G1.

As autoridades esperam a alta para colher o depoimento da vítima e anexar ao processo, que pode ser julgado por júri popular, já que Islane é suspeita no requisito de crime doloso contra a vida.

Josh Peck, estrela da série infanto-juvenil Drake & Josh, revelou um passado doloroso em que travava uma luta contra o peso e o vício em drogas devido a suas inseguranças. Hoje, com 35 anos de idade, ele afirma estar sóbrio desde 2008 e detalha o sofrimento pela primeira vez em seu novo livro de memórias, Happy People Are Annoying.

Em entrevista à People, o ator comentou os assuntos tratados em sua autobiografia e abriu o coração ao falar de suas inseguranças. Durante as gravações da série da Nickelodeon, exibida originalmente entre 2004 e 2007, ele chegou a pesar cerca de 136 quilos. Apesar de divertir os telespectadores ao retratar um personagem rejeitado pelas garotas, o ator não lidava bem com a própria aparência.

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- Eu estava sempre procurando por algo do lado de fora para consertar minhas questões internas. Mas, eventualmente, percebi que, se minha vida estava além dos meus sonhos mais loucos ou uma bagunça total, isso não mudava o que estava acontecendo em minha mente. Eu sabia que nada no mundo exterior me faria sentir completo, desabafou.

Acima do peso e ainda iniciante no universo de Hollywood, Josh conta que a comédia funcionava como um mecanismo de defesa. Decidido a mudar o estilo de vida, ele conseguiu emagrecer quase 58 quilos após um ano e meio de dieta e exercícios físicos. Contudo, ainda não estava satisfeito.

- Ficou claro que, uma vez que perdi o peso, eu continuava a mesma cabeça em um novo corpo. O que está realmente claro é que exagerei nas coisas. E então descobri as drogas e o álcool. E esse se tornou meu próximo capítulo. Usei comida e drogas para anestesiar meus sentimentos.

O ator admite que experimentar álcool e drogas, como a cocaína, até os 20 e poucos anos forneceu uma fuga da realidade marcada pelas dores pessoais e inseguranças decorrentes da infância.

- Foi realmente um buffet, resume.

Em seguida, Peck explica que foram as inseguranças que o levaram a mergulhar no vício.

- Eu tinha essa ilusão de me tornar mais confiante e atraente quando participava. Eu estava tentando acalmar aquela voz que me acordava todas as manhãs e me dizia que eu não era suficiente.

Com o tempo, a sua reputação em Hollywood começou a ser afetada e ele percebeu que essa obviamente não era a saída. Temendo perder tudo o que conquistou, o ator ingressou em um programa de tratamento e está sóbrio desde 2008. Agora, após superar as dificuldades, Josh conta que adquiriu uma nova apreciação pela jornada que o trouxe até aqui.

- Demorei muito tempo para amar a minha versão de 15 anos, mas agora eu entendo o quão forte ela era. E eu sinto que tudo na minha vida me preparou para encontrar este capítulo de saúde, paz e tranquilidade.

Após um instante de silêncio, uma prece é lida e inicia-se a reunião de recuperação dos Alcoólicos Anônimos (A.A), com o compartilhamento de experiências, cada membro pode falar sobre durante 10 minutos para o tratamento dos membros do grupo. A data 18 de fevereiro é o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, a data é para estimular a conscientização sobre os danos que a doença pode causar ao indivíduo.

Em Pernambuco, existem 402 grupos de Alcoólicos Anônimos registrados, sendo 111 no Recife e 41 em Olinda, além dos outros municípios do Estado.

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Uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig) mostra que 55% da população brasileira tem o hábito de consumir bebidas alcoólicas, sendo que 17,2% declaram aumento do consumo durante a pandemia da Covid-19 associado a quadros de ansiedade, devido ao isolamento social. 

Psiquiatra da Singular e tesoureira da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria, Mayara Barros confirmou o uso do álcool atrelado a outras doenças mentais. “O uso de álcool tem muita relação com transtornos depressivos, ansiosos, fobia social, principalmente no homem, que começa a beber para conseguir se desenrolar no trabalho, apresentação da faculdade, para dar em cima de uma pessoa numa festa. Ele começa a beber para se sentir melhor numa relação e acaba relacionando com outros transtornos mentais que precisam ser identificados”, explica. 

O levantamento aponta que uma em cada três pessoas no país consome álcool pelo menos uma vez na semana. O consumo abusivo de bebidas foi relatado por 18,8% dos brasileiros ouvidos na pesquisa. 

Já durante a pandemia, uma pesquisa realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) mostrou que a venda de bebidas online subiu para 93,9%, ou seja, houve um grande aumento no consumo. 

O delegado suplente da área 6 dos Alcoólicos Anônimos, que não quis ter o nome revelado, tendo em vista a proposta do grupo, relatou o aumento de pessoas que procuraram o grupo pós-lockdown. "A quantidade de pessoas que vieram pra cá depois da pandemia aumentou bastante. E depois da nossa divulgação que fazemos todos os anos nos ônibus da Região Metropolitana do Recife foi que aumentou mesmo, e sempre acontece nessa época de janeiro e fevereiro. Para se ter noção, existe no escritório de 7 a 10 pedidos de ajuda, mas quando há essa divulgação o número triplica. Procuramos saber de qual bairro e cidade a pessoa é, porque temos uma listagem dos grupos e quase toda cidade do interior tem um grupo de A.A", detalhou. 

Ele explicou que no A.A quem se diagnostica como alcoólatra ou alcoólico é a pessoa que tem problemas com o álcool, a partir da resposta de 12 perguntas. "Nós geralmente não diagnosticamos que a pessoa é alcoólatra, só ela que decide através de 12 perguntas formuladas durante as reuniões que fazemos. A pessoa analisa as perguntas e se tiver enquadrado em quatro ou mais, possivelmente ela pode ser alcoólica, ou está em um futuro bem próximo".  

Mayara Barros ressaltou que o tratamento psicológico, psicoterápico e com o A.A se complementam e, inclusive, indica pacientes com o transtorno para o A.A. "Os tratamentos não são excludentes, eles se complementam. O trabalho do A.A é válido porque não é todo mundo que tem acesso a psiquiatria, psicoterapia. Sempre encaminho meus pacientes alcoolistas a procurar o A.A, que é um tratamento de apoio. Um paciente que tem abstinência, se sente mal e está num A.A, às vezes precisa de medicação para ajudar a passar pela abstinência. Se um paciente grave parar de beber e não fizer o internamento para a desintoxicação para depois estarem em um ambiente menos controlado, ele morre". 

Para a psiquiatria, o alcoolista pode ser diagnosticado a partir do Diagnostic and Statistical Manual Of Mental Disorders 5 (DSM 5). "Algumas questões têm que ter sofrimento, um comprometimento no último ano e entra algumas questões com 11 critérios, e se você pontuar mais de dois deles como, por exemplo, consumo de álcool em maiores quantidades e por um tempo mais longo do que você queria; não ter momento de parar; uso em momentos inadequados; gasta muito dinheiro para comprar álcool; deixa de trabalhar, ir para evento importante da família porque está de ressaca ou bêbado; é um critério de alerta". 

A reportagem do LeiaJá foi até um dos encontros que acontecem todos os dias em Olinda, na Rua Jerônimo de Albuquerque, 182 - Varadouro, ás 19h30. Foi possível constatar a presença de vários homens e algumas mulheres. Além disso, foi possível conversar com alguns dos membros. 

Um dos membros que está no A.A há nove anos relatou ter tido conhecimento da associação após ter sido socorrido ao hospital por conta da bebida por diversas vezes. "Toda vez que eu bebia era socorrido. A última vez que fui socorrido, a médica que foi conversar comigo falou que se eu continuasse a beber da maneira que eu tava, eu ia morrer, porque eu já tava vomitando sangue; uma hora eu vomitava verde. Pedi pra ela passar um remédio para eu parar de beber, ela falou, 'procure um CAPS ou o Alcoólicos Anônimos'. Foi quando eu vim pra cá, no dia 18 de agosto de 2013 e me declarei alcoólatra. Já vou completar nove anos e estou dando continuidade ao programa". 

Ele contou que ficava desconfiado de ir para o A.A no início, mas depois "vi que se não viesse pra cá, não teria jeito". "Eu tentei parar de beber de várias maneiras e não consegui. Fui pro Caps, passei um mês lá, tomava alguns remédios, mas voltei a beber de novo. Fui para a igreja evangélica, levantei a mão, aceitei Jesus e não deu jeito, foi quando eu decidi procurar o A.A. Só não perdi a minha família porque a minha esposa, graças a Deus, teve paciência comigo. Eu não ia trabalhar quando bebia e começava a passar necessidade dentro de casa, o meu mal na bebida era isso". 



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De acordo com ele, a pior parte do processo de recuperação foi a dependência do álcool no organismo. "Me tornei um dependente do álcool, essa foi a pior parte que passei do alcoolismo. Pra tudo na minha vida tinha que ter álcool: quando eu acordasse, tinha que beber, porque senão passava mal, e quando era de noite tinha que beber de novo, porque senão não dormia, tinha alucinações, via bicho, barata, timbu. Minha esposa contou que teve uma vez que eu tava conversando comigo mesmo no espelho, mas na minha imagem eu via outra pessoa. Nos primeiros três meses da fase de recuperação foi um pouco difícil por causa da abstinência, mas depois foi mais fácil. Desde quando entrei no programa venho dando continuidade, quase todos os dias eu estou aqui, melhor do que ficar em casa assistindo TV é estar numa sala de A.A, porque pelo menos estou me recuperando". 

Mayara falou, ainda, que o alcoolista metaboliza o álcool mais rápido porque vai criando tolerância e vai precisando de quantidades maiores. Isso pode causar vários problemas de saúde e físicos. "Além do problema no fígado com a cirrose, pode dar problema cardíaco de coração crescido, demência induzida pelo uso de álcool, diminuição na alimentação, que baixa a vitamina B12 e dá problema de coordenação motora", detalhou.

Ela chamou atenção que na psiquiatria não se usa mais a nomenclatura "alcoólatra", por ter se vulgarizado e se tornado um xingamento. "Mudou pela carga que o nome carrega, acabou virando xingamento. Acontece com transtorno mental como um todo e hoje a gente usa transtorno por uso de álcool, abstinência ao álcool, não existe formalmente esse nome 'alcoolismo' para a psiquiatria", disse. 

Um outro membro que faz parte da associação há 38 anos, e teve como palco de alcoolismo o bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife, confessou ter sido um alcoólico problemático. "Perdi família, esposa, trabalho, muita coisa. Fiz uma fuga geográfica porque eu não aguentava mais ser enxotado pela família. Pedi demissão do meu primeiro emprego e vim passar o Carnaval em Olinda, não conhecia o Carnaval da cidade. Aqui, recebi uma abordagem de um ex-funcionário do meu pai, que trabalhava de dia e bebia à noite. Ele sentou no bar comigo, eu pedi uma cerveja e ele um refrigerante, até estranhei, foi quando ele falou do A.A e, desesperado, eu disse que não queria parar de beber, 'eu quero é beber'". 
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"De calça e blusão jeans, encontrei umas pessoas desconhecidas que fiz amizade. Dormi na casa deles, comecei a namorar com uma menina e depois de três meses estava casado de novo. Desempregado, comecei a beber e essa foi a minha vida durante quatro anos, até que no dia 28 de junho de 1974, levei um tapa na cara de um dono de uma barraca que não quis me vender fiado. O esculhambei, recebi uma mão para me levantar, e foi chorando com o rosto inchado que naquele dia em diante eu decidi que não ia ser mais desmoralizado", afirmou.

Como funciona o A.A

Além das reuniões presenciais, que podem ser checadas local, data e hora no site da organização, o A.A também conta com reuniões de recuperação online, que acontecem de segunda a domingo, das 20h às 22h.

O interessado ou interessada também pode entrar em contato por telefone, ligando para o escritório pelo número 3221-1555, localizado no Edifício Tereza Cristina, localizado na Praça Machado de Assis, 63, na Boa Vista.  

"Alcoólicos Anônimos é uma Irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolverem seu problema comum e ajudarem outros a se recuperarem do alcoolismo. O único requisito para tornar-se membro é o desejo de parar de beber. Para ser membro de A.A. não há taxas ou mensalidades; somos autossuficientes, graças às nossas próprias contribuições. A.A. não está ligada a nenhuma seita ou religião, nenhum movimento político, nenhuma organização ou instituição; não deseja entrar em qualquer controvérsia; não apoia nem combate quaisquer causas. Nosso propósito primordial é mantermo-nos sóbrios e ajudar outros alcoólicos a alcançarem a sobriedade", é o que diz o conceito da Associação.

12 perguntas

1. Já tentou parar de beber por uma semana (ou mais), sem conseguir atingir seu objetivo?



2. Ressente-se com os conselhos dos outros que tentam fazê-lo parar de beber?



3. Já tentou controlar sua tendência de beber demais, trocando uma bebida alcoólica por outra?



4. Tomou algum trago pela manhã nos últimos doze meses?



5. Inveja as pessoas que podem beber sem criar problemas?



6. Seu problema de bebida vem se tornando cada vez mais sério nos últimos doze meses?



7. A bebida já criou problemas no seu lar?



8. Nas reuniões sociais onde as bebidas são limitadas, você tenta conseguir doses extras?



9. Apesar de prova em contrário, você continua afirmando que bebe quando quer e pára quando quer?



10. Faltou ao serviço, durante os últimos doze meses, por causa da bebida?



11. Já experimentou alguma vez ‘apagamento’ durante uma bebedeira?



12. Já pensou alguma vez que poderia aproveitar muito mais a vida, se não bebesse?

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