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Em entrevista a rádios regionais na manhã desta segunda-feira, 15, o presidente Michel Temer voltou a refutar a informação de que ele teria comandado reunião para tratar de pagamento de propinas ao PMDB, que somariam US$ 40 milhões, conforme disse em delação premiada o ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial Márcio Faria. Para Temer, essas acusações são "fantasiosas". O executivo disse que, nesse encontro, Temer sentava-se à cabeceira da mesa para combinar o valor.

"O Judiciário vai levar adiante essa coisa de sentado a uma cabeceira, fazendo reunião de mafiosos. E 40 milhões de dólares, você disse? É muita coisa, é muita coisa. São coisas fantasiosas, mas que pegaram. Divulgou-se muito e isso tem que será apurado. E será apurado", afirmou Temer.

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Quando questionado sobre a permanência de oito ministros de seu governo investigados pela Operação Lava Jato, Temer os defendeu e disse a decisão sobre eles virá no momento oportuno, pois isso é dependente de inquérito.

"Em primeiro lugar, quero dizer que os ministros são da maior suposição administrativa, são ministros de uma competência extraordinária", disse, acrescentando que as questões relativas aos ministros também competem ao Poder Judiciário.

Quanto à denúncia feita pela empresária Mônica Moura em delação ao Ministério Público contra Dilma Rousseff, de que dinheiro de corrupção teria sido usado para pagar despesas com cabeleireiro da ex-presidente, Temer disse compreender a angústia popular e a revolta popular, mas que "nós temos de deixar que Judiciário examine isso, não temos de colocar isso como um ponto definitivo".

"Não se pode incriminá-la desde já. Não é a pessoa que delata quem condena. Quem condena é o Judiciário", completou.

O executivo Márcio Faria, um dos delatores da Odebrecht na Operação Lava Jato, afirmou em audiência nesta segunda-feira, 13, perante o juiz federal Sérgio Moro que o pagamento de propina era decidido "caso a caso". Márcio Faria prestou depoimento como testemunha de defesa do empreiteiro Marcelo Odebrecht.

Segundo o delator, a solicitação de propina em contratos entre a empreiteira e a Petrobras surgia "basicamente, na fase de licitação ou após a assinatura de contrato".

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"Era solicitada caso a caso. Cada contrato tinha sua história", declarou.

Os depoimentos de Emílio Odebrecht e do ex-executivo do grupo Márcio Faria, que fizeram delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), foram colocados sob sigilo, por Moro, a pedido da defesa. A reportagem teve acesso aos vídeos.

Márcio Faria afirmou que na diretoria de Serviços da Petrobras "quem cuidava disso era seu Pedro Barusco", ex-gerente da estatal. O delator disse que, "normalmente", Barusco levava "o assunto" a outro empreiteiro da Odebrecht Rogério Araújo.

"Isso era repassado para o pessoal de Operações Estruturadas (o 'Departamento de Propina' da empreiteira) que providenciava o pagamento seja em efetivo no Brasil ou no exterior em contas informadas", narrou.

Faria declarou que o Setor de Operações Estruturadas era "liderado pelo sr Hilberto Silva que tinha seus assessores Fernando Migliaccio e Luiz Soares".

O Ministério Público Federal quis saber do delator como eram direcionados os pagamentos.

"Eu não tinha a relação direta com o pessoal Operações Estruturadas. Normalmente eu pedia a César Rocha, que trabalhava comigo, para providenciar", contou.

"A partir do momento em que eu informava, que eu dava o 'de acordo', eu saía do processo."

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