Desde o último final de semana, moradores do Edifício Olinda, localizado na Avenida Mário Melo, em Santo Amaro, zona norte do Recife, estão assustados com a possibilidade do prédio vir a desabar. A hipótese foi confirmada na tarde desta segunda-feira (13), por uma equipe da Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (Codecir), que realizou uma inspeção no residencial a pedido dos moradores.
De acordo com o Diretor de Engenharia da Codecir, Ronaldo Santos, o prédio está com três compartimentos comprometidos: o 17° andar (onde fica a cobertura) e os 16° e 15° andares, que apresentam danos nas estruturas das vigas, pilares e na laje. Ainda segundo o diretor, não existe uma iminência imediata de desabamento, mas a Codecir está orientando os condôminos a desocuparem o prédio imediatamente como medida preventiva.
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“Ao realizar a vistoria, observamos que a parte mais crítica está na sustentação do reservatório de água, onde os pilares e vigas estão com as ferragens expostas, além da corrosão da armadura que compõe a estrutura que sustenta a caixa d’água. Podemos dizer ainda que o comprometimento das estruturas já está no nível 4, ou seja, o mais alto grau de periculosidade. Sendo assim, a possibiliade de desabamento em efeito dominó não é descartado. O que provavelmente causou o problema foi a falta de manutenção dos compartimentos que deve ser feito em um período de cinco em cinco anos”, pontuou o diretor.
De acordo com o síndico, Hugo Regis, uma empresa de construção foi contratada para realizar a reforma do edifício. Porém, ele não quis revelar qual empresa irá realizar o serviço e nem quando as obras deverão ser iniciadas. Cerca de 10 funcionários da Codecir, entre engenheiros, técnicos, psicólogos e assistentes sociais realizaram a vistoria e orientaram os moradores a desocupar o edificío antes das obras começarem.
O caso - O edifício possui 82 apartamentos, quatro por andar, além de quatro lojas no térreo. A suspeita de desabamento começou depois que um engenheiro e também inquilino do imóvel vistoriou, superficialmente, a cobertura do residencial e alertou sobre o risco de desabamento. No compartimento funcionavam dois escritórios que estavam abandonados e sem manutenção já alguns anos.
De acordo com Emenuelina Rocha, moradora do 14°, o próprio morador tomou a iniciativa de deixar o edifício. “Depois que ele falou que havia possibilidade do prédio cair, nós ficamos assustados e muitos condôminos começaram a deixar os apartamentos. Mas ainda não tínhamos nenhuma posição técnica atestando e isso começou a nos preocupar”, contou.
A equipe do Leiajá teve acesso, com exclusividade, a fotos tiradas por uma pessoa (que não quis se identificar) das vigas e pilares que compõem a estrutura da cobertura no 17° andar.
Veja as imagens: