Tópicos | Mércia Nakashima

O ex-policial militar Mizael Bispo de Souza se entregou neste sábado, 5, para voltar ao regime de reclusão após perder o direito de cumprir pena em domicílio. Ele foi condenado, em 2010, a 22 anos e oito meses de prisão pelo assassinato da advogada Mércia Nakashima, sua ex-namorada.

Uma decisão tomada na quarta-feira, 2, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) cassou uma determinação anterior, de agosto, que havia concedido o cumprimento de pena em domicílio. A alegação da defesa é que Bispo é do grupo de risco da covid-19.

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No entendimento do ministro Sebastião Reis, que concordou com manifestação enviada pelo Ministério Público Federal (MPF), o caso do ex-PM não era excepcional para justificar a medida e Bispo não estaria em um presídio com superlotação, fazendo inclusive tratamento médico na unidade.

O ministro também se baseou na resolução aprovada pelo presidente do Conselho Superior de Justiça, ministro Luiz Fux, que barrou a prisão domiciliar a presos do grupo de risco da covid-19 que foram condenados por crimes hediondos, como é o caso de Bispo.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o ex-policial se apresentou no Presídio Militar Romão Gomes (PMRG), embora estive antes encarcerado em Tremembé. De lá, foi acompanhada por policiais militares do 43º BPM/M e do PMRG até o 20º Distrito Policial (Água Fria).

"Na delegacia, foi cumprido um mandado de prisão contra o homem, expedido pelo Fórum de Taubaté, região onde ele deveria ter se apresentado. Oficializada sua captura, o detido foi encaminhado ao IML e depois ao PMRG, onde permanece preso aguardando transferência ao sistema prisional", diz nota da secretaria.

Relembre o caso. Mizael Bispo de Souza e Mércia Nakashima eram sócios em um escritório de advocacia e namoraram por quatro anos até setembro de 2009. A advogada foi vista pela última vez com vida em 23 de maio de 2010 na casa de sua avó.

Em 10 de junho, o carro da vítima foi achado na Represa Atibainha, em Nazaré Paulista. No dia seguinte, o corpo foi localizado por um pescador. Mizael foi denunciado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e por ocultação de cadáver. O ex-PM atirou no queixo de Mércia, trancou-a no carro e atirou o veículo na represa com a advogada ainda viva.

O caso foi concluído em julgado repleto de discussões acaloradas entre acusação e defesa no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. Mizael foi condenado a 20 anos de prisão, pena que foi ampliada em 2017 para 22 anos e oito meses de prisão por desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Através de uma denuncia anônima pelo telefone 181 da Policia Civil de Alagoas, o vigilante Evandro Bezerra da Silva, acusado de ser comparsa de Mizael Bispo no assassinado da advogada paulista Mércia Nakashima, ocorrido em 2010, foi preso pela Polícia Militar na madrugada deste sábado, dia 23, no Povoado Candu, em Carneiros, município do sertão alagoano.

Procurado pela Justiça Paulista, Evandro estava foragido há mais de um ano. Com ele, a polícia apreendeu um revólver calibre 32 e munições, uma motocicleta roubada com placa de outra moto também roubada, e duas toucas tipo balaclava. Ele foi cercado, recebeu voz de prisão e não resistiu.

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A captura do acusado foi possível devido a uma ação conjunta entre as agências de inteligência da Polícia Militar de Alagoas, do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gecoc), Força Nacional, Polícia Civil de São Paulo, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

O acusado foi levado para a Delegacia Regional de Santana do Ipanema, interior alagoano da região de Carneiros, e de lá transferido para a Academia de Polícia Militar Senador Arnon de Mello, em Maceió, de onde partirá em voo para São Paulo às 18h de hoje, conforme informou a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Defesa Social.

No ato da prisão, o acusado conversou apenas com o promotor de Justiça, Luiz Tenório, que atua em Olho D'Água das Flores e, coincidentemente, município de origem natural de Evandro. O promotor não comentou o caso.

O vigilante também é suspeito de participação em crimes de roubos a estabelecimentos comerciais, bancários e agências dos Correios em Alagoas.

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