Câmeras de monitoramento da própria residência flagraram o cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Tarcísio de Assis Nunes, espancando a companheira. Ele deu socos, chutes e chegou a derrubá-la com um golpe de judô. Após quatro dias o militar foi preso, mas foi liberto em menos de duas semanas.
O vídeo foi gravado no dia 13 de abril, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Após discutir com a mãe da sua filha de seis anos, o cabo dá um soco em seu rosto e a derruba no gramado com um golpe de judô. A Corregedoria da PM aponta que Nunes "tem conhecimentos de técnicas de artes marciais, uma vez que a banda que aplicou se assemelha com o golpe de judô 'de-ashi-bara'", de acordo com apuração do Extra.
##RECOMENDA##Antes de encerrar a luta corporal, ela recebe uma chinelada no rosto. O relatório da Corregedoria também aponta que a filha do casal "aparentemente ouviu todo o ocorrido".
No dia seguinte, policiais militares levaram os dois para a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), onde a vítima declarou que foi ameaçada de morte junto com a filha, "dizendo que iria matar as duas, transtornado, ao mesmo tempo em que pegou o seu revólver e efetuou um disparo para o alto". Segundo a companheira, Nunes teria apontado a arma para sua cabeça e dito: "eu vou te matar e matar tua filha".
Ainda de acordo com o depoimento, o militar ameaçou incendiar a casa. Enquanto a filha pedia para que a mãe não fosse morta, ele rebateu: "Vou pensar se não mato você, mas sua mãe vai morrer".
O cabo foi preso no dia 17 de abril, mas no dia 29 a prisão foi revogada pelo mesmo magistrado que ordenou a reclusão. Para voltar atrás, o juiz Glauber Bitencourt Soares da Costa considerou uma "declaração prestada pela vítima de forma escrita, na qual afirma não se sentir ameaçada pelo marido e de não possuir receio em sua soltura".
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Ele possui histórico de violência doméstica e foi preso em 2015. Porém foi liberto um mês depois, após a vítima se reconciliar e garantir "não ter mais interesse na prisão do acusado". Livre, ele precisou participar do “grupo de reflexão para homens, frequentando dez sessões”, para que o processo fosse suspenso.
O advogado Felipe Simão informou que o cabo segue separado da mulher desde que foi posto em liberdade. "Eles estão vivendo separados. A própria ex-companheira declarou ao Ministério Público que não tinha medo dele. E não se sentia ameaçada por ele de forma alguma", contou ao Extra. A PM relatou que Nunes segue afastado do serviço para "tratamento de saúde".