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Renan Dal Zotto, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, avisou que no momento não existe clima para ter na equipe o central Maurício Souza, dispensado do Minas Tênis Clube por causa de comentários homofóbicos em suas redes sociais. Os dois estiveram juntos representando o País nos Jogos Olímpicos de Tóquio, neste ano.

"Eu tenho carinho muito grande pelo Maurício, pela convivência a gente acaba gostando da pessoa. Por isso estou triste e decepcionado. Não cabe uma convocação, não só dele como de qualquer outro profissional que tenha essa atitude. Não tem como incluir dentro de uma equipe que preza esse sentimento coletivo", disse.

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O treinador confessa que quase não acompanha as redes sociais e por causa da polêmica foi atrás do que aconteceu. E ele viu que envolvia também o atacante Douglas, que é homossexual. "Fiquei bastante triste, porque conheço bem os dois, tenho relação de cinco anos com eles de trabalho, então fiquei muito chateado com tudo isso", comentou.

Renan reforça que dentro da seleção nunca percebeu qualquer ato inconveniente por parte de jogadores ou membros da comissão técnica. "Não era nem para ser falado sobre isso. Quando falamos em sentimento de grupo e em seleção brasileira, precisamos pensar no todo e não cabe qualquer tipo de preconceito. Uma convocação de qualquer atleta com esse tipo de sentimento não vai ser saudável para toda a equipe", avisou.

Maurício Souza está com 33 anos e estava na seleção na campanha vitoriosa nos Jogos do Rio-2016, quando se sagrou campeão olímpico. Em Tóquio, perdeu a disputa de bronze e ficou na quarta posição. Renan não fecha totalmente as portas da seleção para o jogador, mas garante que para ter chance ele precisará mudar a postura.

"O Maurício sempre foi importante na seleção, tem uma história bonita, mas ele não pertence à seleção, assim como os outros. Eles são jogadores dos clubes e são convocados no momento de disputa da seleção. As portas não estão fechadas para ele, mas para atos como esse que teve. Hoje não teria como ser convocado, ele vai ter de olhar para dentro e repensar", explicou.

O técnico da seleção quer aproveitar a situação para fazer o jogador refletir sobre tudo que está acontecendo e prometeu ter uma conversa com o atleta nesta quinta-feira. "Eu recebi uma ligação dele, mas como estava no voo não consegui atender. E, quando conversarmos, vou orientá-lo. Longe de mim querer mudar as pessoas, mas talvez ele tenha de repensar o modo como se posiciona, pois não cabe mais esse tipo de postura."

Renan reforça que o atleta sempre teve conduta muito legal na seleção e quer tentar entender porque ele se excedeu. "Não quero entrar no mérito das convicções dele, que ele deixa claro. Mas ele não pode fazer mal a si próprio. Se eu tivesse de fazer uma convocação hoje, talvez ele não estivesse, pois seria uma pessoa dentro da equipe que teria dificuldade de relacionamento. Mas quem não erra? Ele precisa de uma conversa olho no olho", conclui.

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