A justiça israelense anunciou sua intenção de alimentar à força Mohamed Aalan, um preso palestino "que corre risco de morte iminente" após 55 dias de greve de fome.
O parlamento israelense aprovou recentemente uma polêmica lei que autoriza a alimentação forçada dos prisioneiros em greve de fome se suas vidas estiverem em perigo, o que a liderança palestina, os defensores dos direitos humanos e médicos israelenses denunciam como um texto que incita a "tortura".
Se o tribunal decidir no domingo pela alimentação forçada, Aalan se tornará o primeiro detento a receber este tratamento após a adoção da medida.
"O procurador-geral de Israel me informou de sua disposição para realizar a alimentação forçada de Aalan. Eu o comuniquei, mas isso não mudou em nada sua determinação em continuar a greve", disse à AFP o advogado do preso, Yamil al-Khatib.
Aalan, um advogado de 30 anos, parou de comer em protesto contra as condições de sua detenção.
Acusado por Israel de pertencer à Jihad Islâmica, segunda força islâmica nos territórios palestinos, Aalan foi preso em novembro de 2014 e colocado em detenção administrativa, um regime de prisão controverso que permite Israel prender suspeitos sem que sejam acusados ou julgados.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que visitou Aalan várias vezes nas últimas semanas no hospital, instou na sexta-feira Israel a autorizar a visita da família, banida há mais de quatro meses, estando ele, de acordo com o CICV, "em perigo de morte iminente".