Tópicos | Morte e negócio

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O cenário do mercado funerário no Recife e na Região Metropolitana mudou nos últimos dez anos. Essa realidade se dá devido à alteração do perfil do setor, principalmente em âmbito nacional, e que chega de forma destacada na capital pernambucana e nos municípios adjacentes. Segundo a Associação Brasileira Empresas do Setor de Informações Funerárias (Abrasif), em 2013, o ramo movimentou R$ 2,5 bilhões.

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Com o desenvolvimento do nicho de mercado e o crescimento da variedade dos serviços, a categoria espera o crescimento de ao menos 15% em 2014. Quem almejou esse aumento na Região Nordeste,com atuação no mercado há 65 anos, foi o Morada da Paz, localizado no município de Paulista. Representado pelo empresário Eduardo Vila e há dez anos atuando em terras pernambucanas, o empreendedor afirma que com a mudança do mercado, as funerárias também ampliaram as opções de serviços.

“Nosso trabalho é tentar amenizar o momento doloroso de perda e, para isso, buscamos variadas opções como, o serviço ‘Árvore da Vida’, que utiliza as cinzas para o plantio de uma muda dentro do cemitério, onde a família poderá depositar quantas cinzas desejar, transformando o local em uma espécie de árvore familiar; o Relicário, caixa depositada embaixo da lápide onde podem ser guardados objetos pessoais e que lembrem o ente querido; cortejo de luxo com o Cadillac; entre tantos outros”, diz Vila, conforme informações da assessoria de imprensa.

De acordo com os dados do IBGE, em 2013 o número de falecimentos passou de um milhão no Brasil e existe uma grande dificuldade para encontrar espaços para a construção de novos cemitérios. Já no Recife, segundo a Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlurb), por mês são registrados 1.500 óbitos. De acordo com o diretor financeiro-administrativo da Emlurb, Adriano Freitas, a região apresenta crescimento representativo para suprir a demanda. “Os novos cemitérios conseguem, de certa forma, desafogar a demanda e isso é muito positivo. Sem contar que os moradores possuem mais opções de escolha”, relata.  

Atualmente, o Recife conta com cinco cemitérios. Veja no infográfico abaixo essa distribuição e a quantidade de jazigos:

Mesmo com essa quantidade de jazigos, há carência de espaços vagos nesses cemitérios. Ainda em entrevista ao Portal LeiJá, Adriano Freitas revelou que existe projetos para concessão de novos jazigos e a construção de uma área de cremação, ou no Cemitério de Santo Amaro ou no Parque das Flores. “Em relação aos valores, o preço vai seguir a tendência do mercado e ainda será autorizado pelo prefeito”, explica o gestor.

Observando essa carência, o diretor comercial do Memorial Guararapes - organização que existe há quatro anos, situada no município de Jaboatão dos Guararapes -, Ricardo Credidio, falou em entrevista a equipe de reportagem do Portal LeiaJá como surgiu o interesse em empreender nesse ramo. Assista ao vídeo abaixo:

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O diretor administrativo do empreendimento Guararapes, Heitor Laurentys, revelou quanto foi investido e apresentou os serviços, bem como o investimento para aquisição de um jazigo. “O Grupo investiu aproximadamente R$ 15 milhões. E atualmente estamos na fase de iniciação no negócio”, explica. Quanto à comercialização dos espaços, Laurentys enumera as opções: “Oferecemos jazigos a partir de quatro gavetas e os valores podem variar de R$ 7 mil a R$ 14 mil, dependendo da localização e o investimento também pode ser negociado em parcelas”, lembra o gestor.

Como todo mercado, o empreendedor ainda relata que a direção do Cemitério possui serviços diferenciados para atender a demanda e exigência dos clientes. “Sala de espera reservada, cremação e a câmara fria são alguns deles”, conclui Heitor. Com a demanda de oferta e procura, um novo estabelecimento será inaugurado, o Cemitério Vale da Saudade. Ele terá suas instalações erguidas próximo a cidade de Abreu e Lima, também na Região Metropolitana do Recife.

Funerárias

Outro segmento do ramo são as funerárias. Um delas é a Funerária Santa Paula, há 20 anos no mercado. A sócia da empresa, Eliana Veríssimo, considera que o mercado vem mudando nos últimos anos. “Hoje em dia o público de um modo geral tem outra visão. Considero, inclusive, que menos preconceituosa”, opina a gestora. A empreendedora, que arriscou tocar a área de farmácia, por ter sido assaltada diversas vezes, lembra que no início não teve a aprovação da família.

“Recordo-me como hoje, quando reuni a família para comunicar que mudaria de ramo e percebi a reticência deles. Hoje afirmo que amo o que faço, porque atuo com dedicação e amor”, declara de forma espontânea e sorridente. Seguindo os caminhos da matriarca, o seu filho e também sócio do negócio, João Paulo Veríssimo (foto à esquerda), fala que a principal preocupação da organização é o atendimento personalizado e de qualidade.

 “É um momento delicado. As famílias estão sensibilizadas e precisamos ouvir as suas necessidades e anseios para fornecer um serviço de qualidade”, ressalta João. Ele ainda relatou as novidades que o mercado funerário possui nos dias atuais. “Agora é possível oferecer véus de vários estilos, flores e inclusive veículos com design exclusivo para esse fim”, diz. Quanto ao valor, ele informa que pode variar de R$ 700 a R$ 16 mil. “Esses preços mudam de acordo com a urna funerária e os serviços agregados contratados pelos clientes. Lembramos que disponibilizamos urnas funerárias, providência do atestado de óbito, liberação do corpo, velório e traslados, sendo terrestre ou aéreo”, finaliza. 

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