Tópicos | Cemitério de Santo Amaro

O Cemitério de Santo Amaro, localizado no centro do Recife, é o lugar de descanso eterno de cerca de 30 mil pessoas. Entre milhares de anônimos, o espaço acolhe jazigos de famílias famosas e importantes para a história de Pernambuco, como políticos, artistas e figuras religiosas, e que são massivamente visitados todos os anos no Dia de Finados, celebrado nesta quinta-feira (2). Confira alguns dos nomes conhecidos que estão em Santo Amaro, e recebem visitantes o ano todo. 

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Menina Sem Nome 

Nenhum túmulo é mais famoso no Cemitério de Santo Amaro do que o da Menina Sem Nome. Enterrada como indigente (sem identificação), a garotinha foi vítima de uma morte violenta em 1970, na praia do Pina, zona Sul do Recife. Seu corpo foi enterrado sem identificação, e por não haver sinalização da família, a história correu a cidade. 

Memorial da Menina Sem Nome. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

Mais de 50 anos depois de seu falecimento, a Menina Sem Nome é conhecida por devotos, que fazem preces e agradecem as graças alcançadas levando brinquedos e doces para seu túmulo.  

Uma dessas é pessoas é Antônio Carlos Renovato, que faz parte do Santuário do Morro da Conceição, na zona Norte do Recife, e é devoto da garotinha anônima. “Todo dia 2 [de novembro] a gente tá aqui para reverenciar as maravilhas que ela fez na vida da gente. Eu chego aqui 5h30 da manhã, e a gente só sai daqui de noite, quando termina tudo”, disse. 

Antônio Carlos, devoto da Menina Sem Nome. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

“Os devotos, tudo que pedem a ela, alcançam. Eu alcancei muita graça com ela. A gente canta, a gente trabalha aqui o dia todo”, continuou Antônio. Os organizadores do memorial da Menina Sem Nome arrecadam doações de brinquedos, que são repassadas para a ala infantil do Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP). 

Atualmente é o sepulcro mais visitado no Cemitério de Santo Amaro, segundo Adriano Freitas, diretor administrativo e de finanças da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), órgão responsável pela gestão dos cemitérios públicos da capital pernambucana. “O túmulo da Menina Sem Nome, é indiscutível, que é o mais movimentado, o top 1 mesmo, bem distante do segundo. A gente até botou um toldo lá para receber mais pessoas, que vêm o dia todo lá, trazendo brinquedo, bolo, trazem doces. A população tem mesmo uma afeição muito grande pela Menina Sem Nome, um respeito muito grande”, contou. 

Adriano Freitas. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

Chico Science 

Francisco de Assis França teria 57 anos de idade se estivesse vivo, mas todos ainda lembram dos grandes feitos alcançados por Chico Science, como era conhecido no meio artístico. Um dos precursores do Movimento Manguebeat, em meados dos anos 1990, Chico faleceu em 97 em um acidente de carro em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Desde então, seu túmulo é visitado por fãs e admiradores da cultura de mangue levantada por ele. 

É o caso de Pereira Campos Júnior, artista do Recife, e fã de Chico Science, que visita seu túmulo não apenas no Dia de Finados, como também em outras datas relacionadas ao cantor. Para ele, a força do Movimento Manguebeat cresce com o passar do tempo. “Até então continua influenciando outras ‘figurinhas’ por aí. Chico dizia: ‘a gente ouve muito de fora, vamos pôr o que é nosso pra fora’, e tem muita coisa aqui para ser experimentada, com a ciência que Chico teve”, comenta, relembrando os ideais do artista. 

Pereira Campos homenageia Chico Science. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

O túmulo de Chico Science é ornamentado com imagens e frases de sua autoria, como trechos de músicas e mensagens de familiares e admiradores. 

Família Arraes-Campos 

Entre os ilustres políticos que descansam eternamente em Santo Amaro, os dois mais memoráveis são Miguel Arraes, falecido em 2005, e seu neto Eduardo Campos, que foi vítima de um acidente de avião em 2014, quando era pré-candidato à Presidência da República. 

Túmulos de Eduardo Campos e Miguel Arraes. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

Dois ex-governadores de Pernambuco, as famílias Arraes e Campos ainda se mantêm na política, sendo um dos filhos de Eduardo, João, prefeito do Recife, e outro, Pedro, deputado federal, todos filiados ao PSB. Da parte de Arraes, a neta Marília, foi candidata à prefeitura do Recife e ao governo do estado nas últimas eleições, e sua irmã, Maria, é deputada federal pelo Solidariedade.

Em 1850, Pernambuco e, principalmente, o Recife foram devastados pela febre amarela. Há quem afirme que a moléstia foi trazida ao estado por um marinheiro chamado Mário Icard, vindo já doente a bordo do brigue Alcyon, da Bahia, mas na época ninguém sabia exatamente como ocorria a transmissão. Com a doença se espalhando rapidamente, e entre todas as classes sociais, o Estado foi urgido a agir. Assim, o Conselho Geral de Salubridade Pública, atuando no governo de Francisco do Rego Barros, ordenou expurgos, quarentenas e o recolhimento de doentes a um hospital provisório na Ilha do Nogueira, atual bairro de Brasília Teimosa, zona sul da cidade e que, na época, não passava de um coqueiral pontilhado por choupanas de pescadores.

Com gente adoecendo e morrendo aos montes, passaram a se organizar Procissões de Penitência. É que o povo, desacreditado da ciência e dos médicos, começou a ir às ruas pedir a Deus e aos santos que fossem perdoados de faltas diversas, umas confessadas, outras tantas secretas, além de várias outras que ninguém sabia definir bem quais seriam, ainda mais que morriam da mesma forma adultos e crianças, justos e ímpios, ricos e pobres, nobres e plebeus, culpados e inocentes. Assim, tomavam as vias públicas os flagelados, homens arrastando pesadas cruzes e grossas correntes, aos prantos e pedindo aos céus pelo livramento daquela praga.

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Da Revista do Nordeste, 1945:

“O desfile realizou-se à meia-noite em ponto. Hora morta, hora pressaga, hora de súplicas pelas almas penadas na Terra. E, para aumentar o horror destes atos de mistério, em que os indivíduos se imprecavam mutuamente e mutuamente se torturavam, as irmandades avisavam que tais desfiles não podiam ser acompanhados de mulheres e crianças e, ainda mais, não deviam ser observados das varandas, como ‘infeliz e abusivamente se tem praticado’. E a febre ia devastando sem cessar. Até o Presidente da Província fora atacado. Até o Bispo Diocesano entrara para o rol dos amarelentos”.

Havia quem se aproveitasse do desespero das pessoas para comercializar imagens de santos e outros objetos, “advogados da peste”, como se dizia, que supostamente protegiam os crentes da doença. A epidemia ainda provocou uma curiosa guerra entre os curandeiros do Recife, com homeopatas e alopatas reivindicando para si os restabelecimentos que iam acontecendo. E havia até mesmo figuras públicas locais servindo como uma espécie de garotos-propaganda de um ou outro tratamento, garantindo sua eficácia. Uns defendiam tinturas milagrosas, outros vomitórios e clisteres. Este último procedimento era também conhecido como “chá de bico”, “cristel” ou “enema”.

Era uma espécie de lavagem intestinal caseira, receitada em casos de prisões de ventre persistentes, quando chás purgativos e outros laxantes não davam jeito. Fazia-se uso de um aparelho comum – ainda que, por motivos óbvios, pouco comentado - em algumas casas oitocentistas e mesmo de início do século XX. Consistia geralmente em um conjunto formado por penico, mangueira de borracha e um tipo de torneira. De uma ponta entrava a água, enquanto a outra era introduzida no reto do paciente, e assim se procedia à lavagem interna do enfermo. Para se curar, de constipação ou mais improvavelmente, de febre amarela, valia tudo mesmo.

O surto de febre amarela desorganizou a vida dos recifenses, em praticamente todas as suas esferas: as aulas foram suspensas e as escolas fecharam as portas. O tradicional desfile comemorando o aniversário da constituição do Império do Brasil precisou ser adiado. As igrejas já não tinham mais espaço para tantos mortos. E os jornais se enchiam de notícias de falecimento, notas de pesar ou sonetos fúnebres, estes não apenas escritos, mas também recitados às lágrimas junto às sepulturas que eram abertas e fechadas diariamente.

Foi aí, aliás, que o Estado, aliado às noções mais modernas e científicas de sanitarismo, venceu não só a poderosa Igreja, mas a indignação popular também. Passava-se enfim a proibir os sepultamentos dentro dos templos católicos ou qualquer outro, sob os protestos do povo, que não aceitava que seus mortos fossem enterrados fora da terra consagrada das igrejas. Apesar da gritaria, autorizou-se a construção do Cemitério de Santo Amaro, ao custo de 10 contos de réis à Câmara Municipal do Recife, com projeto do engenheiro José Mamede Alves Ferreira. O terreno foi abençoado em 25 de março de 1850 e, ao fim das obras no ano seguinte, era entregue à população, sob a égide do Senhor Bom Jesus da Redenção. As medidas ajudaram a debelar os novos casos, e a doença, aos poucos e a custo de muito sofrimento, foi afinal desaparecendo do Recife e do resto da província.

Assim, o surto de 1850 transformou a sociedade pernambucana, forçando medidas sanitárias que interrompiam o cotidiano e testavam a fé das pessoas, afetando até a cultura funerária que se praticava até então. E deixou – ou deveria ter deixado – lições preciosas acerca do papel do Estado na manutenção da saúde pública e da importância da ciência no enfrentamento de epidemias, em oposição a crendices e tratamentos infundados. Hoje, em tempos de covid-19 e exatos 170 anos desde que a febre amarela arrasou o Recife, esses ensinamentos precisam urgentemente ser postos em prática.

Por Frederico Toscano

Mestre em História Social do Nordeste pela UFPE, doutor em História Social pela USP

Especial para o LeiaJá

Desde a criação do Comitê de Resposta Rápida ao Coronavírus, Recife direcionou 2.556 vagas para sepultamento de vítimas da Covid-19 e da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Dois meses após os primeiros casos, 70% dessas vagas (1.756 enterros) já foram preenchidas e a prefeitura está preocupada com um eventual colapso funerário.

Para evitar a crise funerária, a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) informou que serão construídas mais 3,5 mil gavetas destinadas às vítimas de Covid-19 e Srag. Atualmente, o município tem sepultado as vítimas do novo coronavírus nos cemitérios de Santo Amaro, na área central do Recife, e Parque das Flores, na Zona Oeste. A princípio, as novas gavetas serão erguidas no Cemitério de Santo Amaro.

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Os últimos dados levantados pela Emlurb mostram que já havia aumento no número de enterros em março deste ano em comparação com o mesmo mês em 2019. Em março de 2020 foram 1.156 sepultamentos nos cemitérios municipais, enquanto no mesmo mês em 2019 houve registro de 1.047 enterros. 

Já era prevista a expansão nos cemitérios de Santo Amaro e Parque das Flores, mas as obras foram antecipadas devido à pandemia. Em abril e maio, os números de óbitos seguiram aumentando e, nos últimos dias, Pernambuco tem registrado mais de mil casos confirmados da doença por dia. 

As obras no Cemitério de Santo Amaro vão começar mediante contratação direta, ou seja, sem o rito prévio de licitação. Dessa forma, as vagas serão construídas de forma mais ágil.

Na noite da última segunda-feira (27), o radialista Edvaldo Morais, que tinha 69 anos, faleceu no hospital Santa Joana, localizado no Bairro das Graças, na Zona Norte do Recife, após dedicar 50 anos de sua vida ao rádio. Ele deixa três filhos e dois netos.

Edvaldo foi ao hospital para fazer exames após sentir dores abdominais, foi levado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas teve hemorragia e sofreu ataques cardíacos, e morrendo por volta das 22h. O velório teve início às 9h desta terça-feira (28), no Cemitério de Santo Amaro, onde também será realizado o enterro, às 14h. 

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Considerado um dos grandes nomes do radialismo em Pernambuco, Edvaldo era natural do Recife e estava, atualmente, trabalhando à frente do Show de Rádio, da Rádio Folha, onde fez seu último programa na manhã de segunda-feira (27) normalmente antes de ser socorrido.

Durante 10 anos à frente do Show de Rádio, Edvaldo abordava temas ligados diretamente aos sindicatos e às pautas da classe trabalhadora, ficando conhecido como um defensor de demandas das classes mais populares. 

Além disso, ele também passou pelo Escrete de Ouro, na Rádio Jornal, pela Rádio Clube e Rádio Olinda, onde trabalhou com programas de prestação de serviços e também com política. 

O falecimento de Edvaldo Morais gerou comoção e várias homenagens tanto de fãs que costumavam ouví-lo diariamente no rádio como de figuras públicas. O Governador de Pernambuco e candidato à reeleição, Paulo Câmara (PSB), afirmou que "o jornalismo pernambucano perdeu uma das suas vozes mais marcantes e conhecidas” com a morte de Edvaldo Morais.

Segundo ele, Edvaldo foi um profissional que “ao longo de sua vida, nunca perdeu suas raízes populares, em defesa daqueles que mais precisam. Quero me solidarizar com seus familiares, amigos e os milhares de admiradores que conquistou em todas emissoras que trabalhou".

O Prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), também se pronunciou sobre a morte de Edvaldo através de uma nota oficial, afirmando que a notícia o surpreendeu na manhã desta terça-feira (28).

“Uma voz importante da imprensa pernambucana que eu tive a oportunidade de conversar por diversas vezes. Um homem que sempre defendeu os mais necessitados e vai fazer muita falta. Lamento muito a morte do radialista e deixo meus pêsames aos familiares, amigos e a todos da Rádio Folha”, disse o prefeito.

O Cemitério de Santo Amaro, na área central do Recife, recebe a partir desta terça-feira (29) novos espaços para velórios. Oito novos ambientes estão funcionando na necrópole, sendo quatro climatizados. O local agora conta com 23 espaços disponíveis. As obras foram realizadas pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb). 

Além disso, foram construídos mais três banheiros e os demais também foram reformados, oferecendo acessibilidade a todos os usuários. Um dos banheiros acessíveis irá funcionar na capela central. A intervenção contou ainda com um serviço de paisagismo no velório principal. O investimento total nessas obras foi de R$ 693.792,73.

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PARQUE DAS FLORES

O Cemitério Parque das Flores também recebeu obras para a melhoria de suas instalações. Após ampliação e reforma dos velórios e da praça frontal, o local recebeu a implantação de seiscentos metros de passeios entre os setores de sepultamento para dar acessibilidade aos usuários no deslocamento aos túmulos ou para a visitação aos familiares. Além disso, a necrópole recebeu climatização da capela central e requalificação dos banheiros com acessibilidade para cadeirantes. O investimento nessas intervenções foi de aproximadamente R$ 1,1 milhão.

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Na manhã desta sexta-feira (28), servidores da Prefeitura do Recife utilizaram o Cemitério de Santo Amaro, na área central do Recife, para promoverem um ato contra a decisão da gestão quanto ao reajuste salarial. A mobilização consiste no enterro simbólico do prefeito Geraldo Julio. 

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Carregando um caixão com o nome do gestor, os servidores se reuniram desde as 9h40 no local e farão ato até por volta das 12h. De acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais do Recife, a manifestação é contra a proposta dada pelo prefeito de reajuste salarial de 2% a partir de outubro.

No entanto, a categoria pede reajuste de 14,77% (para quem recebeu 5% no ano passado) e 20,51% (para quem não recebeu 5%); vale refeição de R$ 20; vale transporte em pecúnia; implementação dos Planos de Cargos, Carreira, Desenvolvimento e Vencimentos (PCCDVs) aprovados; convocação dos concursados; Saúde Recife: abertura de novas adesões, ampliação da rede credenciada e fim da coparticipação. Além disso, eles pedem o reajuste da insalubridade de acordo com a remuneração.

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Nomes que ajudaram a escrever a história de Pernambuco estão enterrados no Cemitério de Santo Amaro, no Centro do Recife. Nesta quarta-feira (2), Dia de Finados, muitas pessoas compareceram ao local para prestar homenagens, levar flores e outros enfeites às sepulturas de pessoas famosas como políticos, artistas e religiosos. Entre os túmulos mais visitados estava o do percussionista Naná Vasconcelos, que morreu aos 71 anos no último mês de março, vítima de um câncer de pulmão.

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Na sepultura do percussionista, a integrante do Maracatu Estrela Brilhante, Jandira Pereira, de 67 anos, prestava sua homenagem ao grande ídolo e amigo. "O Carnaval do Recife não podia ficar sem Naná Vasconcelos. Ele tocava com a alma e até mesmo a água era instrumento para Naná. A falta dele é tão grande que não tenho como explicar, conta.

Outro tumulto muito visitado todos os anos é o do cantor pernambucano Chico Science, morto em um acidente de carro em 1997. Usando o tradicional chapéu que fazia parte do figurino do artista, o garçom Pereira Campos compareceu ao cemitério para prestar uma homenagem.

"Como bom fã, venho todos os anos fazer essa homenagem em datas importantes, como aniversario e data de morte. Sou fã dele desde 94 e admiro muito sua capacidade de ter mostrado ao mundo os ritmos de Pernambuco. Chico é inesquecível", disse. 

Em outra área do cemitério, o túmulo do ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em agosto de 2014, chamava atenção dos visitantes. Flores e outros enfeites repousavam sob o túmulo do político.

A aposentada Nivalda Burgos, 66, ascendia velas e orava diante da sepultura. "Rezo todos os dias por ele. Tenho uma admiração enorme pela pessoa simples que ele foi. Desde sua morre venho todos os anos ao cemitério para prestar homenagens ao melhor governador que já tivemos", ressalta.

Nesta terça-feira, 1° de novembro e véspera do feriado do Dia de Finados, o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco aprovou o pedido de tombamento do Cemitério Senhor Bom Jesus da Redenção, conhecido por Cemitério de Santo Amaro. O documento, assinado pela presidente do Conselho de Preservação Márcia Souto, solicita que o espaço conte com proteção e desenvolvimento de políticas públicas que estimulem atividades de utilização do espaço, como visitação turística, de estudos e pesquisas diversas.

"No mundo todo e no Brasil discute-se hoje sobre cemitérios como lugar de preservação do patrimônio, de salvaguarda da história de um povo. Estávamos, dentro do Conselho de Preservação, debatendo sobre garantir a proteção deste espaço tão importante que é o cemitério de Santo Amaro, o maior de Pernambuco, e certamente o que guarda valiosas obras de arte, em forma de esculturas belíssimas que também podem passar a fazer parte de um roteiro de turismo cultural, como acontece em cemitérios como o Pére Lachaise, em Paris, ou da Recoleta, em Buenos Aires", diz a presidente da Fundarpe e também do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco, Márcia Souto.

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Entre alguns destaques do patrimônio cultural do cemitério de Santo Amaro são citados o túmulo do abolicionista Joaquim Nabuco (escultura retrata a Emancipação do Elemento Escravo, em 13 de maio de 1888, formado por um grupo de ex-cativos levando sobre suas cabeças o sarcófago simbólico do grande abolicionista); o do governador Manuel Borba (com uma mulher de bronze com torre na cabeça, e em seus pés um grande leão); o mausoléu da Família Drummond (com um escudo de mármore, sobre uma pequena ampulheta, com uma caveira e uma foice); entre outros.

O processo de musealização do cemitério é apontado no documento que pede o tombamento do espaço. Durante a aprovação do tombamento, também foi lançado um guia que tem como proposta estimular a criação de visitas guiadas pelo Cemitério de Santo Amaro, que será distribuído pela Fundação do Patrimônio Histórico de Artístico de Pernambuco (Fundarpe), em instituições ligadas à educação patrimonial e ao turismo, em todo o Estado.

Uma rota diferente para os mais corajosos. Neste domingo (29), o projeto 'Olha! Recife' promove um passeio pelos 140 mil m² e milhares de túmulos de famosos e anônimos, do Cemitério de Santo Amaro - projeto do arquiteto francês Louis Léger Vauthier. No mesmo dia, haverá outro passeio, mas de bicicleta, pelos monumentos barrocos da cidade.

Para participar dos passeios é necessário se inscrever pelo site do projeto, a partir das 9h desta sexta-feira (27). Os passeios começam simultaneamente às 9h. Os pontos de encontro acontecem no portão do cemitério, para o passeio a pé, e o de bicicleta na Praça do Arsenal. Cada participante deve levar um quilo de alimento não perecível que será doado para instituições de caridade.

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Na Praça do Arsenal, o roteiro será dedicado aos monumentos barrocos da cidade, que formam um dos mais belos e ricos conjuntos arquitetônicos erguidos pela fé no Brasil. O passeio passará pela Capela Dourada, Basílica do Carmo e igreja de Santa Teresa D'Ávila.

História do cemitério - De acordo com os registros históricos, inicialmente, o cemitério acolheu pessoas vitimadas pelo surto da febre amarela e que não podiam ser sepultadas em igrejas, como era o costume da época. Atualmente, o cemitério dispõe de túmulos que se destacam pela suntuosidade, erguidos e trabalhados artisticamente, quase todos em mármore. Entre os mais visitados, está o da Menina sem Nome, que foi encontrada morta em 1970 no bairro do Pina, nunca foi identificada e passou a ser considerada milagrosa, atraindo milhares de pessoas todos os anos.

Olha! Recife a Pé

Tema: Cemitério de Santo Amaro

Quando: Domingo (29), às 9h

Saída: Portão principal do Cemitério de Santo Amaro (Rua do Pombal)          

Olha! Recife Pedalando

Tema: Conjunto monumental barroco do Recife

Quando: Domingo (29), às 9h

Saída: Praça do Arsenal – Posto de Informações Turísticas

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O túmulo onde estão enterrados os ex-governadores Eduardo Campos e Miguel Arraes tem sido o foco das atenções nesta quinta-feira (13), no cemitério de Santo Amaro, em bairro homônimo, no Recife. A data tem sido de homenagens por marcar o primeiro ano do falecimento de Campos, após um acidente aéreo no litoral de São Paulo, e dez anos da morte do seu avô. 

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Além dos líderes políticos e personalidades conhecidas, populares que admiravam os dois se revezam diante dos túmulos. “Perdi um filho quase na idade dele [de Eduardo Campos] e a morte dele me doeu igualmente. A mãe é quem sente mais do que qualquer pessoa”, frisou a aposentada Maria Moura, de 81 anos. Ela mora no Alto Santa Terezinha e disse ter ido ao cemitério escondido dos familiares só para visitar o local. 

>> Da tragédia ao recomeço: um ano sem Eduardo Campos

Alunos da Escola Estadual Ginásio Pernambucano também aproveitaram o dia para homenagear Eduardo Campos, com a banda marcial da unidade que tocou o hino nacional em frente ao túmulo do ex-governador. “Nada mais justo do que a gente vir aqui hoje. Eduardo foi um dos governadores que mais investiu em educação e um grande propulsor da música nas escolas”, disse o regente do grupo e professor de música, Waldirei Rodrigues. 

“Uma vez, quando estávamos na inauguração de uma EREM pouco antes dele deixar o governo, ele perguntou se a tuba era um instrumento pesado e pediu para tocar. Nós deixamos. Foi engraçado, ele não aguentou muito o peso”, acrescentou o professor, integrante do Ginásio Pernambucano desde 1990. 

Sempre rodeado de pessoas, mas sem tumulto, o túmulo onde Campos e Arraes estão enterrados está repleto de flores. Desde as coroas grandes, até uma singela rosa depositada unicamente no local. Fotografias e cartazes com uma das últimas frases dita pelo líder socialista: “Não vamos desistir do Brasil”. 

O corpo do vocalista do Patusco assassinado na madrugada da segunda para a terça-feira em Dois Irmãos, Região Metropolitana do Recife, foi enterrado na tarde desta quarta-feira (19), no Cemitério de Santo Amaro. Dyelson Lima tinha 25 anos e participava do Patusco desde criança com o projeto Patusquinho, cantando com o grupo há 10 anos. No enterro do cantor, muitos fãs e integrantes do grupo fizeram homenagens ao músico. "A tristeza é muito grande, não tenho nem como expressar", desabafou Robson Erick, também vocalista da banda.

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O DHPP ainda investiga a morte do músico, mas a família fala em "inveja" e que as pedras de crack encontradas no bolso de Dyelson foram implantadas. "Eu quero justiça. Meu filho não usava drogas, inclusive ele se preocupava muito para que os irmãos dele não usassem nenhuma droga também", afirmou Ivaneide Cardoso, mãe de artista. Segundo a irmã do cantor, a droga pode ter sido implantada para despistar a polícia. "Isso foi inveja! Ele não tinha motivo algum para usar drogas. Eu quero justiça!", falou Ivaneide.

Lembrança: a alegria do vocalista de Patusco em vídeo

A esposa de Dyelson, Lily Rocha, também esteve no enterro, mas passou mal. A jovem completou 26 anos na segunda-feira e esperava o marido no dia do crime. Segundo familiares, depois das 21h30 o celular da vítima não estava mais funcionando. O casal tinha uma filha de 4 anos.

Devido a morte do cantor, todas as atividades do Patusco estão paralisadas, incluindo o ensaio deste domingo. A banda volta a ensaiar no próximo dia 30 (domingo), no Marco Zero, às 17h.

 

O vocalista do grupo musical Patusco, Dyelson Lima, 25 anos, será sepultado às 14h dessa quarta-feira (19) no Cemitério de Santo Amaro, no Recife. O corpo do músico está sendo velado desde às 20h de terça-feira (18) na capela do cemitério. Dyelson Lima foi encontrado morto no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife.

A vítima estava sem a carteira e sem documentos. Por isso, embora a polícia acredite em execução, a investigação não descarta a possibilidade de latrocínio. O automóvel que dirigia, um Celta preto que pertence ao sogro, foi encontrado em Olinda. O carro foi levado para o pátio do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), para ser periciado pelo Institiuto de Criminalística (IML).

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De acordo com a polícia, uma pequena quantidade de crack foi encontrada no bolso do rapaz. Dyelson entrou no Grupo Patusco através do projeto social para crianças, Patusquinho. Caçula de quatro irmãos, Dyelson deixou uma filha de quatro anos.

O vocalista teve uma participação especial no LeiaJá, em uma das edições do programa "Aquecendo o Passo", no Carnaval deste ano. Relembre.

O grupo divulgou uma nota, lamentando a morte do cantor:

"É com profundo pesar que o Grupo Carnavalesco Patusco cumpre doloroso dever de comunicar a perda precoce de um dos nossos principais vocalistas Dyelson Lima, encontrado morto na manhã desta terça-feira, 18, no bairro de Dois Irmãos. Querido por todos, Dyelson deixa uma lacuna no samba pernambucano, que perde um jovem brilhante, sonhador e carismático. Solidarizamo-nos com todos os familiares, amigos e fãs nesse momento difícil e de insuportável dor. Somente Deus para confortar a todos nós. Acreditamos no bom trabalho dos órgãos competentes para esclarecer esta morte trágica".

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O cenário do mercado funerário no Recife e na Região Metropolitana mudou nos últimos dez anos. Essa realidade se dá devido à alteração do perfil do setor, principalmente em âmbito nacional, e que chega de forma destacada na capital pernambucana e nos municípios adjacentes. Segundo a Associação Brasileira Empresas do Setor de Informações Funerárias (Abrasif), em 2013, o ramo movimentou R$ 2,5 bilhões.

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Com o desenvolvimento do nicho de mercado e o crescimento da variedade dos serviços, a categoria espera o crescimento de ao menos 15% em 2014. Quem almejou esse aumento na Região Nordeste,com atuação no mercado há 65 anos, foi o Morada da Paz, localizado no município de Paulista. Representado pelo empresário Eduardo Vila e há dez anos atuando em terras pernambucanas, o empreendedor afirma que com a mudança do mercado, as funerárias também ampliaram as opções de serviços.

“Nosso trabalho é tentar amenizar o momento doloroso de perda e, para isso, buscamos variadas opções como, o serviço ‘Árvore da Vida’, que utiliza as cinzas para o plantio de uma muda dentro do cemitério, onde a família poderá depositar quantas cinzas desejar, transformando o local em uma espécie de árvore familiar; o Relicário, caixa depositada embaixo da lápide onde podem ser guardados objetos pessoais e que lembrem o ente querido; cortejo de luxo com o Cadillac; entre tantos outros”, diz Vila, conforme informações da assessoria de imprensa.

De acordo com os dados do IBGE, em 2013 o número de falecimentos passou de um milhão no Brasil e existe uma grande dificuldade para encontrar espaços para a construção de novos cemitérios. Já no Recife, segundo a Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlurb), por mês são registrados 1.500 óbitos. De acordo com o diretor financeiro-administrativo da Emlurb, Adriano Freitas, a região apresenta crescimento representativo para suprir a demanda. “Os novos cemitérios conseguem, de certa forma, desafogar a demanda e isso é muito positivo. Sem contar que os moradores possuem mais opções de escolha”, relata.  

Atualmente, o Recife conta com cinco cemitérios. Veja no infográfico abaixo essa distribuição e a quantidade de jazigos:

Mesmo com essa quantidade de jazigos, há carência de espaços vagos nesses cemitérios. Ainda em entrevista ao Portal LeiJá, Adriano Freitas revelou que existe projetos para concessão de novos jazigos e a construção de uma área de cremação, ou no Cemitério de Santo Amaro ou no Parque das Flores. “Em relação aos valores, o preço vai seguir a tendência do mercado e ainda será autorizado pelo prefeito”, explica o gestor.

Observando essa carência, o diretor comercial do Memorial Guararapes - organização que existe há quatro anos, situada no município de Jaboatão dos Guararapes -, Ricardo Credidio, falou em entrevista a equipe de reportagem do Portal LeiaJá como surgiu o interesse em empreender nesse ramo. Assista ao vídeo abaixo:

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O diretor administrativo do empreendimento Guararapes, Heitor Laurentys, revelou quanto foi investido e apresentou os serviços, bem como o investimento para aquisição de um jazigo. “O Grupo investiu aproximadamente R$ 15 milhões. E atualmente estamos na fase de iniciação no negócio”, explica. Quanto à comercialização dos espaços, Laurentys enumera as opções: “Oferecemos jazigos a partir de quatro gavetas e os valores podem variar de R$ 7 mil a R$ 14 mil, dependendo da localização e o investimento também pode ser negociado em parcelas”, lembra o gestor.

Como todo mercado, o empreendedor ainda relata que a direção do Cemitério possui serviços diferenciados para atender a demanda e exigência dos clientes. “Sala de espera reservada, cremação e a câmara fria são alguns deles”, conclui Heitor. Com a demanda de oferta e procura, um novo estabelecimento será inaugurado, o Cemitério Vale da Saudade. Ele terá suas instalações erguidas próximo a cidade de Abreu e Lima, também na Região Metropolitana do Recife.

Funerárias

Outro segmento do ramo são as funerárias. Um delas é a Funerária Santa Paula, há 20 anos no mercado. A sócia da empresa, Eliana Veríssimo, considera que o mercado vem mudando nos últimos anos. “Hoje em dia o público de um modo geral tem outra visão. Considero, inclusive, que menos preconceituosa”, opina a gestora. A empreendedora, que arriscou tocar a área de farmácia, por ter sido assaltada diversas vezes, lembra que no início não teve a aprovação da família.

“Recordo-me como hoje, quando reuni a família para comunicar que mudaria de ramo e percebi a reticência deles. Hoje afirmo que amo o que faço, porque atuo com dedicação e amor”, declara de forma espontânea e sorridente. Seguindo os caminhos da matriarca, o seu filho e também sócio do negócio, João Paulo Veríssimo (foto à esquerda), fala que a principal preocupação da organização é o atendimento personalizado e de qualidade.

 “É um momento delicado. As famílias estão sensibilizadas e precisamos ouvir as suas necessidades e anseios para fornecer um serviço de qualidade”, ressalta João. Ele ainda relatou as novidades que o mercado funerário possui nos dias atuais. “Agora é possível oferecer véus de vários estilos, flores e inclusive veículos com design exclusivo para esse fim”, diz. Quanto ao valor, ele informa que pode variar de R$ 700 a R$ 16 mil. “Esses preços mudam de acordo com a urna funerária e os serviços agregados contratados pelos clientes. Lembramos que disponibilizamos urnas funerárias, providência do atestado de óbito, liberação do corpo, velório e traslados, sendo terrestre ou aéreo”, finaliza. 

Abelardo da Hora, mestre de dezenas de artistas e inspiração para vários outros, foi enterrado no cemitério de Santo Amaro no início da tarde desta quarta-feira (24).  O velório do artista estava acontecendo desde o fim da tarde da última terça-feira (23) no Salão Nobre da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco (ALEPE), dia da morte de Abelardo.

As 11h foi realizada uma missa na ALEPE e às 11h40 o caixão do artista plástico chegou ao Cemitério de Santo Amaro em um carro dos bombeiros. 

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O momento reuniu famílias, amigos e admiradores e foi repleto de emoção. "Abelardo foi uma árvore que deixou frutos e esses frutos estão em toda a cidade, são suas obras e as pessoas que ele influenciou" falou o jornalista e poeta Marcelo Mário Melo na chega do caixão ao jazigo. "Abelardo conseguiu unir o compromisso político com a estética. Ele é um artista universal e estará sempre na memória do povo" concluiu. Depois da fala do poeta, foi feita uma oração, iniciada por uma das filhas de Abelardo, Sara. 

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No fim da cerimônia, Abelardo Filho falou com a imprensa sobre o pai. "A morte dele deixou Recife mais feia. Ele lutou pela cultura do Brasil e é um dos maiores expoentes dela."

Sobre o futuro das obras do pai, ele conta que Abelardo deixou pronto o projeto para a nova Torre Cinética do Recife (cujo projeto original foi erguido pelo artista em 1961 e foi derrubada pela ditadura) e o busto de Gregório Bezerra, que será implantado na Praça de Casa Forte. 

Sobre o Instituto Abelardo da Hora, Abelardo Filho afirma que todo o esforço da família será em construí-lo.

O velório do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, esteve repleta de políticos e autoridades, durante a madrugada deste domingo (17), no Palácio do Campo das Princesas – sede do Governo de Pernambuco. Mas poucos ficaram até o sepultamento, que ocorreu no Cemitério de Santo Amaro, no centro do Recife, no início da noite.

Entre os poucos políticos que compareceram: Rodrigo Rollemberg (senador de Brasília pelo PSB), o candidato ao Governo de Pernambuco e o vice, respectivamente, Paulo Câmara e Raul Henry. O prefeito do Recife, Geraldo Julio, também esteve presente junto com o candidato ao senado pelo PSB, Fernando Bezerra Coelho. Marina Silva chegou ao cemitério, com um buquê de flores nas mãos, na companhia da viúva de Eduardo, Renata Campos, dos quatro filhos, Maria Eduarda, Pedro, João e José Campos, e da mãe dele, Ana Arraes – Ministra do Tribunal de Contas da União.

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O deputado estadual pelo PSB, André Campos, foi o primeiro político a chegar no cemitério. “Eduardo era uma pessoa que corria atrás do que queria. A ficha só vai cair hoje, quando a vida recomeçar.” Comentou o deputado.

Perguntado sobre as vaias que o ex-presidente Lula e que a presidenta Dilma Rousseff receberem durante a missa campal, na manhã do domingo, Campos afirmou que em um momento como esse é necessário perdoar a população. “Eduardo era muito próximo de Lula, o que eles tinham era divergências políticas, nada pessoal. Foi um momento de muita emoção, as vaias não vieram da população, foi de parte dela.” Afirmou André.

Como medir o carinho do povo por um homem público? Talvez seja uma tarefa que não é possível de ser feita, porém, o Recife viveu neste domingo (17) um momento histórico e que mostrou a todos os cantos do Brasil os sentimentos das pessoas por um político: respeito, tristeza, agradecimento e saudade. Milhares de pessoas seguiram os restos mortais do ex-governador de Pernambuco e presidenciável, Eduardo Campos. Foram do Palácio do Campo das Princesas, área central da capital pernambucana, até o desfecho no Cemitério de Santo Amaro.

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Os relógios marcavam mais ou menos 16h30, quando o cortejo, conduzido pelo caminhão do Corpo de Bombeiros, saiu do Palácio com destino ao cemitério. Amigos, familiares e autoridades seguiram o percurso no veículo, todos movidos pela emoção de se despedir de Campos. Mas foi o povão, vindo de várias cidades nordestinas e em meio a muito aperto e calor, que deu com vigor o último adeus ao ex-governador. “Eduardo, guerreiro, do povo brasileiro” foi o grito entoado pelos admiradores. Questões políticas também incentivaram outro grito: “Fora PT!”.

Nas ruas do centro do Recife, tanto as pessoas que acompanharam o cortejo, quanto o público que aguardava o caixão com os restos mortais, acenaram e entoaram gritos de apoio à família Campos. Renata (esposa) era uma das mais acarinhadas pelo povo, além de João, de 20 anos, filho mais velho de Eduardo e cogitado para seguir os caminhos políticos do pai. O pedido a Marina Silva, até então candidata a vice, também foi destaque: “Marina presidente”. Crianças, jovens, idosos, negros, brancos, enfim, pessoas diversas formaram o “mar de admiradores”.

E nesse mar, em meio à multidão, dona Nazinha da Silva, cabeleireira do bairro de João de Barros, no Recife, teve a dura, porém honrada missão de conduzir sua filha, Natália Maria da Silva, 27 anos. A jovem tem deficiência física, causada por um problema de parto no seu nascimento. Natália é fã de Eduardo e pediu à mãe para acompanhar o cortejo. “Ela ama Eduardo. A morte dele nos deixou muito tristes mesmo. Eu não podia deixar de trazer ela. Nós tínhamos que nos despedir dele”, disse dona Nazinha.

Os cabelos brancos do aposentado Tomáz de Aquino, de 80 anos, se destacava entre a multidão que aguardava o fim do cortejo próximo à entrada principal do Cemitério de Santo Amaro. A idade não foi problema para ele, que, como um jovem atleta, percorreu todo o percurso a pé. “Eu gostava muito de Eduardo Campos e ele gostava muito do povo de Pernambuco. A tristeza no meu coração é enorme. Quase não acredito. Eduardo morreu, a família sofre e o Brasil perdeu”, falou o aposentado.

Na entrada do Cemitério, soldados da Polícia Militar de Pernambuco aguardavam a passagem do corpo para uma homenagem. A salva de tiros foi uma das homenagens prestadas pela PM, fato que orgulhou o cabo José Carlos Neves. “É um sentimento de tristeza que guardo em mim, mas, de muito orgulho também. Eu faço parte da história. É uma honra para mim”, relatou, antes dos tiros.

De portões abertos, o Cemitério de Santo Amaro aguardava a chegada do cortejo. Além da multidão que acompanhava o caminhão dos Bombeiros, outro grande número de populares ansiava para se despedir do corpo de Eduardo. Muita gente queria registrar o fato histórico e para isso foi necessário se agruparem em cima de altos túmulos para fotografar. Porém, por causa do grande número de pessoas, em alguns momentos, houve tumulto e alguns se machucaram.

Passava das 19h quando o corpo de Eduardo Campos foi colocado na cova, ao lado do corpo de seu avô, Miguel Arraes, sepultado em 2005. Os gritos de carinho por Campos foram somados ao barulho ensurdecedor de cerca de 20 minutos de fogos. Chegava ao fim a dolorosa despedida do homem que queria e sonhava em ser presidente da República, mas pode ter mudado - e sem dúvida marcou - a história do Brasil mesmo sem se eleger.

Um homem passou mal e teve de ser socorrido durante o enterro do ex-governador Eduardo Campos, no Cemitério de Santo Amaro, no Recife. O Corpo de Bombeiros levou o rapaz numa maca antes mesmo do sepultamento ser concluído. A identidade e a idade, nem para qual unidade de saúde que o homem não foram divulgadas.

No momento em que o caixão entrava no cemitério, outras pessoas também passaram mal devido ao tumulto. No entanto, o Corpo de Bombeiros não registrou mais ocorrências.

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Chegou ao fim o funeral do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Por volta as 18h30, os familiares e a multidão que se reuniu no cemitério de Santo Amaro para a despedida de Eduardo. Nos momentos finais do sepultamento, por cerca de 19 minutos, foram lançados uma grande queima de fogos de artifício em homenagem a Campos. 

A viúva Renata Campos e os filhos de Eduardo permaneceram unidos até o momento final do enterro. O filho mais velho, João Campos (20), ajudou os coveiros a enterrarem seu pai. Assim como Renata, João em um último sinal de carinho, beijou algumas flores e colocou em cima do caixão do pai. 

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Após a queima de fogos as pessoas que acompanhavam o sepultamento permaneceram no local cantando músicas de louvor e uma das frases de ordem mais esbravejadas durante o velório e enterro: "Eduardo, guerreiro, do povo brasileiro". 

Morte - O ex-governador morreu em um acidente aéreo na última quarta-feira (13), quando seguia para um compromisso de campanha em Santos, no litoral de São Paulo. No jato estavam quatro pessoas da equipe de campanha de Campos, além do piloto e copiloto.

Nas sacadas dos prédios, mãos e bandeiras acenavam e tremulavam. No chão, durante um trajeto que percorreu cinco vias do centro do Recife, uma imensidão de pessoas acompanhava o cortejo do corpo de Eduardo Campos até o Cemitério de Santo Amaro, na tarde deste histórico domingo (17).

Admiradores, eleitores e até mesmo pessoas que não compartilhavam da ideologia política do socialista: todos foram prestar homenagem ao ex-governador morto no acidente aéreo da última quarta-feira (13). De cima, o cenário rememorava carreatas de comemoração de equipes de futebol ou a visita de um papa. Fogos de artifício corroboravam a característica de uma celebração. 

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Sobre o caminhão do Corpo de Bombeiros, com a faixa estampando a frase que marcou o fim da vida de Campos (“Não vamos desistir do Brasil”), a viúva Renata Campos e os cinco filhos do ex-candidato à presidência da República foram acompanhados por parceiros políticos e amigos da família. Até o Cemitério de Santo Amaro, o percurso durou em torno de uma hora.

Mais cedo, familiares e amigos prestaram uma última homenagem ao assessor de Campos, Carlos Augusto Percol, também enterrado em Santo Amaro. Relembrando a paixão de Percol pelo Sport Club do Recife, diversos parentes e pessoas próximas ao jornalista foram vestidas com camisas do time rubro-negro, além do caixão também ter sido coberto com as bandeiras da equipe e do estado de Pernambuco. 

Os outros dois integrantes da equipe de Eduardo, Alexandre Severo e Marcelo Lyra, fotógrafo e cinegrafista respectivamente, também foram enterrados antes do ex-governador. Os corpos de ambos foram encaminhados ao Cemitério Morada da Paz, em Paulista, onde as cerimônias fúnebres já foram realizadas. 

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A movimentação no velório de Eduardo Campos continua intensa na área externa do Palácio do Campo das Princesas. No momento, apenas o corpo do ex-governador de Pernambuco permanece no local, já que os restos mortais de Carlos Percol e Alexandre Severo seguiram para os cemitérios de Santo Amaro e Morada da Paz, respectivamente.

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O clima no centro do Recife agora é de espera. Os populares aguardam o fim do velório, que deve se estender até às 16h, para seguir em cortejo até o Cemitério de Santo Amaro, onde o político será enterrado, no mesmo túmulo do avô Miguel Arraes.

Nas proximidades do Palácio, o camponês Milton José de Oliveira carrega um cartaz com a foto de Miguel Arraes e a frase “Vem com Deus meu neto”. Emocionado, ele lamenta a morte de Eduardo. “É um negócio sem tamanho, uma perda incalculável. Ainda não tive a oportunidade de passar pelo caixão, mas estou na fila esperando. Vou acompanhar o cortejo e seguir para o cemitério”, concluiu.

Com informações de Alexandre Cunha

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