Neste sábado (21), a Marcha da Maconha se mobiliza pela 15ª vez pela legalização da maconha no Brasil. A concentração iniciou às 14h na Praça do Derby, área central do Recife, e deve sair pelas ruas da capital a partir das 16h30 com o intuito de chamar a atenção da sociedade para as reivindicações.
Fran Silva, coordenadora da marcha, revela que a luta é diária e que, mesmo estando fora das ruas por dois anos devido a pandemia da Covid-19, o debate nunca parou. Agora, a expectativa é que essa retomada seja abraçada por um maior número de pessoas engajadas na causa.
##RECOMENDA##"Mais de vinte países já têm a legalização e a gente vê, em dados científicos, a redução tanto do encarceramento quanto do genocídio. Esse é o desafio: qual o modelo de legalização ideal aqui para o Brasil, porque tem muitos países que legalizaram, mas continuam favorecendo as pessoas que têm condições", explica.
A coordenadora assegura que essa burocracia "acaba fazendo com que o narcotráfico continue e, quando a gente vê, são as pessoas pretas que continuam sendo atingidas. A gente quer uma legalização aqui no Brasil que, inclusive, favoreça as periferias. Também queremos que ela seja pautada a partir da saúde, que infelizmente hoje ainda é muito discutida no âmbito polícia", fala.
"É importante essa luta diária para que a gente construa junto com a periferia, com o movimento antiproibicionista esse modelo de legalização que a gente quer", salienta.
Wesley Araújo, 27 anos, participa da marcha desde 2017 e acredita que essa movimentação é de fundamental importância. Para ele, só assim haveria uma redução de danos para a sociedade, possibilitando que muita gente saísse do tráfico de drogas. "Eu faço parte de vários coletivos que estão sempre na luta, batendo na mesma tecla para que o governo se ligue que isso aqui (a movimentação) é por um bem maior.
Tainá Leite, 27 anos, reforça que a guerra às drogas atinge mais a população preta que é morta e encarcerada em massa. "A gente precisa debater. Infelizmente, é uma realidade que a guerra às drogas só mata e encarcera a juventude negra e a maioria dela está ali [presa] por tráfico de drogas, que na realidade não era tráfico. É um racismo institucional que é a pior coisa", assevera Tainá, que participa da Marcha da Maconha pelo segundo ano.
A jovem revela que tem um amigo que foi preso por estar com duas porções de maconha e um baseado. "Estava encaminhado na vida, estudando, quase se formando, fazendo estágio. Mas pegaram ele com duas dolas de maconha e um baseado e por conta disso ele passou seis meses na cadeia. Ele perdeu tudo por conta de um baseado", pontua.
A Marcha da Maconha deve encerrar na Praça do Carmo, também área central do Recife, no início da noite deste sábado (21).
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