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As campanhas dos três principais pré-candidatos ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB), enfrentam dificuldades para alinhar nomes ao Senado. Enquanto o petista e o ex-ministro da Infraestrutura articulam com aliados para que haja apenas um postulante para acompanhá-los na disputa, o tucano já admite que terá de apoiar mais de um candidato. Os três são os mais bem colocados em pesquisas de intenção de voto.

A retirada de duas candidaturas trouxe dificuldades a Haddad e Tarcísio. No caso do ex-prefeito, as negociações para a desistência de Márcio França (PSB) da corrida pelo Palácio dos Bandeirantes para concorrer ao Senado não pacificaram o palanque do PT. Agora, o PSOL reivindica a vaga de vice na chapa e ameaça lançar um nome ao Senado para disputar com o ex-governador.

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Tarcísio, por sua vez, tem de lidar, depois da desistência do apresentador José Luiz Datena, com uma disputa pela indicação ao Senado entre o ex-ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e os deputados Marco Feliciano e Carla Zambelli, ambos do PL. Além deles, o ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf (Republicanos) e a deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB) congestionam o bloco bolsonarista.

Na chapa de Garcia, que concorre à reeleição, ocorre um movimento diferente. PSDB e partidos aliados deixaram a escolha do candidato ao Senado em segundo plano enquanto travam uma disputa para emplacar o vice do tucano. Depois de romper e se reconciliar com o governador de São Paulo, o União Brasil reposicionou sua demanda e agora exige a vaga de vice, que inicialmente estava reservada ao MDB.

Confusão

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, em junho, que as coligações podem ter mais de um candidato ao Senado, de partidos diferentes, mas especialistas em pesquisas e líderes avaliam que essa solução pode confundir o eleitor e criar constrangimentos em uma disputa atípica.

Na chapa petista, o acordo firmado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e França resultou em queixas públicas do aliado PSOL. O partido anunciou que vai lançar candidatura própria ao Senado se não puder escolher o vice - ideia que é rechaçada no PT. Nas conversas com França, Lula prometeu que o ex-governador seria o único candidato a senador da coligação.

A movimentação do PSOL estressou as relações entre os partidos da frente de esquerda. Dirigentes das legendas decidiram, por enquanto, cessar as conversas para baixar a fervura, e voltar a negociar só na próxima semana.

Na coligação de Tarcísio, a disputa deve ser decidida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), fiador da candidatura de seu ex-ministro. Até agora, Bolsonaro não deu sinais claros de quem pretende apoiar. Segundo aliados, o presidente vai esperar a publicação de mais pesquisas para escolher seu representante "oficial" na corrida pelo Senado. A ideia é que os demais se acomodem em outras disputas.

Vice

A briga pela vaga de vice na chapa tucana ganhou mais relevância do que a indicação ao Senado e começou com a reaproximação do União Brasil com Garcia. "Inicialmente era o Senado, mas esse acordo foi lá atrás, quando o Datena estava no partido", disse o deputado Geninho Zuliani (SP), da Executiva estadual da sigla.

Depois de eleger a maioria dos senadores paulistas desde a redemocratização, sendo dois da atual legislatura, o PSDB, até agora, não tem um candidato natural e admite que pode ter mais de um postulante na coligação.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Garcia citou os nomes do vereador Milton Leite, do ex-ministro Henrique Meirelles e do médico Cláudio Lottenberg, todos do União Brasil, como potenciais candidatos. Há no PSDB, no entanto, disputa interna pela vaga entre o ex-senador José Aníbal e o presidente do partido na capital, Fernando Alfredo. "A perspectiva é de um acordo. Seria suicídio cada partido sair com um senador", disse Milton Leite ao Estadão. Já Aníbal pensa diferente. "FHC, por exemplo, disputou o Senado contra o Montoro."

Para o cientista político e pesquisador Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), a proliferação de candidaturas dificulta a vida do eleitor. "Ter mais de um candidato dentro da coligação dispersa o eleitor", disse.

O cientista político Rodrigo Prando, da Universidade Mackenzie, chamou atenção para o fato de o PSDB ter menos espaço a cada eleição. "O PSDB está perdendo protagonismo na política nacional e São Paulo é a ponta de lança. Não há um nome natural."

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