Atualmente é quase impossível encontrar alguém que não tenha conhecido pelo menos uma pessoa através da internet. Seja pelos gostos em comum ou por puro acaso, muitos desses encontros originaram relacionamentos amorosos que ultrapassaram as barreiras online.
Com a ascensão das redes sociais o número de casais formados pela internet aumentou consideravelmente. Segundo uma pesquisa publicada nos Estados Unidos pela eHarmony mais de um terço dos casamentos no país se iniciam por namoros online. "Nós encontramos evidências de uma mudança dramática desde o advento da internet em como as pessoas estão encontrando seus cônjuges", revelou o chefe do estudo, John Cacioppo, do Departamento de Psicologia da Universidade de Chicago.
##RECOMENDA##Não é necessário procurar muito para ver o cenário se repetindo no Brasil. A secretária, Vanessa Riper, de 21 anos, conheceu o atual namorado há alguns anos quando ainda usava o Orkut. “Ele era conhecido de uma amiga minha e um dia viu minha foto num scrap que eu deixei na página do Orkut dela, gostou, e me mandou um oi na minha página de recados. Foi assim que tudo começou”. Vanessa acha que o contato pela internet facilita a aproximação entre as pessoas, pois ajuda a deixar de lado a timidez e possibilita um encontro no conforto do lar. “Como nós somos meio caseiros, a internet possibilitou o contato que provavelmente não teríamos pessoalmente em algum local público”. O casal já está junto há quatro anos.
O MSN, extinta rede de mensagens instantâneas, também serviu como palco de paquera para muitos casais. Foi lá que Mônica Quintelas, de 28 anos, conheceu o seu atual marido em 2004 justamente no Dia dos Namorados. “Ficamos conversando via MSN e ICQ por horas a fio até que ficou claro que estávamos começando a sentir algo especial um pelo outro. Confesso que tentei ao máximo resistir, ele morava longe, era um ano mais novo que eu, mas não deu. O coração falou mais alto”, lembrou.
A assistente administrativa, Thaynan Galhardo, de 25 anos, também utilizou o MSN para se aproximar do seu marido e, apesar de enxergar os benefícios, também aponta que é importante ter em mente os perigos dos relacionados pela rede. “No meu caso foi pura sorte ou destino. Infelizmente, não dá pra confiar muito em quem conhecemos na internet, existem muitas pessoas com más intenções. Sempre aconselho que se for encontrar alguém que conheceu pela internet marque em local público e leve alguém com você, por garantia”, opinou.
Uma mãozinha para diminuir a distância
Está claro que as redes sociais serviram como aproximação para muita gente, mas há também aqueles que se apoiam no contato online como principal alternativa para manter a aproximação.
Calleb Bezerra, de 24 anos, namorou à distância por quase quatro anos. Ambos recorriam constantemente ao Facebook para manter o vínculo aceso e costumavam se encontrar pessoalmente um final de semana a cada mês. “Quando estávamos separados, nos falávamos o tempo todo. Seja por mensagem no celular, ligações no skype, Facebook, Google Talk, enfim, qualquer meio de comunicação da internet”, comentou.
Segundo Calleb, a internet ajudou a encurtar a distância, mas acabou pesando no relacionamento que terminou pelos quilômetros que os separavam. “O lado positivo é que você pode conversar, interagir com outras pessoas mesmo distante. O negativo é que você ainda vai estar conversando e interagindo através de um computador, vai estar olhando para uma tela de computador ao invés da pessoa de verdade”, avaliou.
Para Geovanna Ferreira, de 18 anos, a falta de uma maior aproximação também foi determinante no término do relacionamento. “As circunstâncias pesaram. Continuo achando que ele é uma das pessoas mais incríveis que já conheci. Ainda hoje me pergunto se o término não foi uma decisão precipitada, pois a internet me aproximou de uma pessoa que realmente tinha muito a ver comigo. Mas é a vida, cheia de encontros e despedidas”, ressaltou.