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A indústria online está se preparando para o que parece um momento divisor de águas na história da internet, que foi marcado para hoje, dia 6 de junho - a data do lançamento mundial do IPv6. Nesse dia, os provedores de internet, fabricantes de roteadores e companhias web ao redor do mundo irão ativar permanentemente a sexta versão do esquema de endereçamento de IP em seus produtos e serviços, numa tentativa de começar uma transição global para o novo protocolo de internet.

Provedores como AT&T, Comcast e a rede educacional britânica Janet irão habilitar o IPv6 para uma quantidade suficiente de usuários para que pelo menos 1% de seus assinantes residenciais possam utilizar o protocolo. Enquanto isso, fabricantes de equipamentos de rede domésticos como Cisco e D-Link irão ativar o IPv6 com padrão através de seus roteadores, e companhias como Facebook, Google e Bing irão habilitar permanentemente o protocolo em seus sites.

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"Internet das coisas"
O IPv6 tem sido visto como essencial para o crescimento contínuo da internet, já que o protocolo atual, o IPv4 permite apenas 4.3 bilhões de endereços de IP, um número próximo da exaustão, devido à explosão de dispositivos conectados à web. Em comparação ao protocolo atual, o IPv6 suporta até 340 undecilhões de endereços (ou seja, 340 seguido de 36 dígitos). Além de acompanhar o crescimento da internet por um bom tempo, o novo protocolo também poderá permitir a chamada “Internet das Coisas”, dando condições para que seja possível que cada aparelho eletrônico possua um endereço de IP e compartilhe conteúdo com outros dispositivos, tudo isso sem intervenção humana.

Em fevereiro de 2011, a Icann (Autoridade para Atribuição de Números da Internet, em tradução livre) enviou a última leva de endereços de IPv4 para os Registros Regionais de Internet (RRIs, em inglês), que são responsáveis pela distribuição dos endereços de IP para empresas e provedores de conexão. Quando esses estoques acabam, o que já aconteceu na Ásia, por exemplo, os RRIs não terão outra escolha senão começar a distribuir endereços IPv6. Os protocolos antigo e atual podem coexistir, entretanto não podem se intercomunicar, o que significa que  funcionarão em paralelo por algum tempo, para evitar rupturas na rede. No entanto, isso depende muito da NAT (Transferência de Endereço de Rede, em tradução, processo responsável por reescrever endereços de IP), que limita a performance da Internet.

Voo de teste
Em junho do ano passado, o IPv6 foi testado, e gigantes como Facebook, Google e Yahoo habilitaram o novo protocolo em seus principais serviços por 24 horas. O experimento foi um sucesso, apesar de que um pequeno número de pessoas reportou que o carregamento de página estava mais lento. Contudo, um ano depois, a Internet Society decidiu que a indústria estava pronta para ativar o IPV6 permanentemente.

A relutância para ativar o IPv6 pode ser devido em partes ao investimento requerido, tanto em termos de custos operacionais quanto em atualizar os equipamentos físicos como modems de banda larga de set top boxes. Porém, grande parte das companhias têm comprado aparelhos nos últimos anos que suportam tanto protocolos IPv4 quanto IPv6.

Daniel Karrenberg, cientista-chefe da Ripe NCC, RRI do Reino Unido, afirma que não espera problemas em grande escala em seviços de Internet por causa do lançamento mundial do IPv6, já que muitos problemas do teste realizado em 2011 já foram resolvidos. Por exemplo, durante esse experimento foi diagnosticado que algumas redes parecem suportar o IPv6, quando na verdade não o fazem, pois alguns sistemas operacionais estão programados para tentarem se conectar através do IPv6 em um primeiro momento, antes de voltarem para o IPv4, o que causou atrasos consideráveis para alguns usuários.

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