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Em uma cerimônia de naturalização em massa realizada na última terça-feira, o lutador brasileiro Anderson Silva se tornou cidadão dos Estados Unidos. Além do atleta de 44 anos, os seus filhos Kaory, de 23 anos, e Kalyl, de 20, também viraram oficialmente norte-americanos no evento Los Angeles Convention Center, que contou com a participação de cerca de 8 mil imigrantes.

Os três fizeram o juramento de cidadania e cantaram o hino nacional dos EUA na cerimônia, na qual a grande maioria dos presentes era formada por pessoas do México, das Filipinas e da China, sendo que muitas delas agitaram bandeiras da nação que adotaram como o seu novo país. Ao lado dos filhos, Anderson recitou cada verso de "The Star-Spangled Banner" (A Bandeira Estrelada) com a mão sobre o seu coração.

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O brasileiro buscou a cidadania americana por uma década e comemorou por finalmente ter conseguido obtê-la. "Eu me sinto muito feliz, você sabe, é um grande momento para mim e para a minha família. Tudo o que os Estados Unidos (deram) a nós, agora é a hora de devolver", afirmou Anderson, em entrevista à agência de notícias The Associated Press.

E ele ainda surpreendeu ao dizer que respeita o seu país de nascimento, mas que se sente norte-americano atualmente. "Eu tenho minha família no Brasil. Eu tenho minha mãe e meus irmãos no Brasil, mas eu acho este (os EUA) é o meu país agora", completou, confiante também de que, em solo norte-americano, para onde levou os seus filhos há sete anos, a sua família tem acesso a melhores oportunidades para as suas vidas.

"Nós estávamos muito animados, especialmente com o aprendizado da língua, e eu estou indo para a faculdade", afirmou Kaory. A esposa de Anderson, Dayane, e os seus outros filhos (Gabriel, de 22 anos, Kauana, de 18, e João, de 14) também estiverem presentes na cerimônia desta terça-feira em Los Angeles, mas ainda não estão passando pelo processo de naturalização.

Ex-campeão dos pesos-médios do UFC, Anderson foi o lutador a sustentar por mais tempo um cinturão do UFC, tendo conquistado 16 vitórias consecutivas entre 2006 e 2013. Ele é atualmente o 15º colocado do ranking dos médios do UFC.

Antes de se consagrar como lutador de artes marciais mistas (MMA, na sigla em inglês), o brasileiro nasceu em São Paulo, mas cresceu em Curitiba com a sua tia e o seu tio, que era um oficial de polícia na capital paranaense.

Pela primeira vez, o governo concedeu a nacionalidade brasileira a duas apátridas que receberam o reconhecimento por parte do estado. O anúncio ocorreu nesta quinta-feira, em Genebra, e as beneficiadas foram as irmãs Maha e Souad Mamo.

A iniciativa foi mantida em sigilo e o governo usou um evento na Organização das Nações Unidas (ONU) para informar Maha sobre a decisão. Com uma bandeira brasileira enrolada orgulhosamente no pescoço, a nova cidadã brasileira com 30 anos de idade não conteve as lágrimas. "No Brasil, pela primeira vez, andei como uma pessoa, e não como uma sombra", disse Maha.

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A naturalização foi entregue pelo Coordenador-geral do Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), Bernardo Laferté, cujo avô era apátrida e foi acolhido no país. "O Brasil concede a nacionalidade a essas irmãs, reafirmando sua tradição de proteção de todos os imigrantes e seu compromisso de redução da apatridia no mundo", disse o representante do governo, que tampouco segurou as lágrimas.

Segundo ele, a iniciativa é resultado da nova Lei da Migração, que entrou vigor em novembro de 2017 e dedicou uma seção especial à proteção dos apátridas, garantindo residência e um processo de naturalização simplificada.

"A concessão de nacionalidade a Maha e Souad Mamo cumpre com o compromisso do Brasil de prevenir e erradicar a apatridia, conforme a Convenção da ONU sobre o Estatuto dos Apátridas e a Convenção da ONU para a Redução dos Casos de Apatridia - ambas promulgadas pelo País", indicou o governo, em um comunicado.

Dados do Alto Comissariado da ONU para Refugiados apontam para a existência de cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo que não possuem nacionalidade. Os resultados dessa situação levam muitos a não ter documentos de identidade e, portanto, não conseguem nem abrir uma conta bancária ou ter acesso ao sistema de saúde.

Apátridas do mundo

Em 2016, segundo levantamento da ONU, cerca de 60 mil pessoas apátridas que viviam em 31 países adquiriram nacionalidade. "A apatridia ocorre por várias razões, como discriminação contra minorias na legislação nacional, falha em reconhecer todos os residentes do país como cidadãos quando este país se torna independente e conflitos de leis entre países", explica o governo brasileiro.

O governo fez questão de qualificar como "histórica" a concessão da nacionalidade. "Ao conceder a nacionalidade brasileira às irmãs Maha e Souad Maho, o Brasil reafirma sua tradição de acolhimento aos vulneráveis e desassistidos e dá um exemplo ao mundo de que foi, e sempre será, um país comprometido com a erradicação da apatridia", disse o ministro da Justiça, Torquato Jardim.

O Brasil havia adotado um compromisso para ajudar um plano maior de redução da apátridas no mundo. "O compromisso teve início com a adoção das duas formas de nacionalidade originária, pelo solo e pelo sangue, e agora extensiva aos reconhecidamente apátridas por meio de um processo simplificado de naturalização", disse Laferté.

Apátridas do Brasil

As irmãs já tinham sido reconhecidas como apátridas pelo Brasil e foram acolhidas em 2014. De acordo com um comunicado do Ministério da Justiça, as duas pessoas beneficiadas e seus irmãos se encontravam "em um limbo jurídico que não os permitiu reconhecimento de nacionalidade no Líbano, país onde nasceram, nem na Síria, local de origem de seus pais".

"Pelo fato de serem de religiões diferentes, os pais não tiveram seu casamento registrado na Síria. Os filhos, que nasceram no Líbano, não foram reconhecidos como libaneses e nem como sírios", explicou.

"Sem pátria e documentação adequada, Maha e seus irmãos encontraram no Brasil o local onde puderam reivindicar seus direitos humanos básicos", disse o governo. Depois de passarem pela embaixada em Beirute, elas se mudaram ao Brasil em 2014 e, em 2016, foram reconhecidos como refugiados. Ainda não tinham nacionalidade, mas tinham pela primeira vez um documento de identidade.

Um dos irmãos de Maha e Souad acabou morrendo em um assalto no Brasil. Mas elas continuaram atuando como ativistas para a erradicação da apatridia e passaram a contar suas histórias pelo mundo.

Maha ainda tem tido um papel para ajudar a sensibilizar funcionários governamentais, parlamentares e equipes da ONU sobre o problema da apatridia e a importância de facilitar a naturalização de pessoas apátridas.

Em tempos de ânimos exaltados contra a presença de imigrantes no País, caso da reação aos venezuelanos que buscam oportunidades de vida por aqui, duas estrangeiras que também querem ser do Brasil estão a um passo de conseguir cidadania. As irmãs Maha Mamo, de 30 anos, e Souad Mamo, de 32, nascidas no Líbano, filhas de pais sírios de religiões diferentes - e, por isso, impedidas de ter uma pátria -, são as primeiras pessoas a conseguirem do governo brasileiro o reconhecimento oficial da condição de apátridas.

Depois de quase quatro anos no País, com status de refugiadas e, agora, na condição de apátridas, no dia 1.º de outubro elas devem completar os requisitos básicos exigidos pelo Ministério da Justiça para a naturalização. Nesta data, vão prestar o teste de proficiência na língua portuguesa. A partir da prova, poderão obter documentos brasileiros, ter residência garantida e, finalmente, deixar a apatridia - na qual passaram a vida toda. "Se Deus quiser, logo entro com pedido de naturalização", afirmou Maha, que mora em Belo Horizonte (MG) e trabalha com consultoria.

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Apátridas são pessoas impedidas de ter uma nacionalidade, em geral por razões políticas ou religiosas - caso de Maha e Souad. Elas são filhas de pai cristão e mãe muçulmana, proibidos de se casar na Síria. Para viver junto, o casal migrou para o Líbano, onde teve as crianças, que nunca tiveram um país. Já adultas, elas migraram para o Brasil. "O caso de Maha é uma novidade no Brasil", explicou André Furquim, do Departamento de Migrações do Ministério da Justiça.

Tragédia

Junto com Maha e Souad veio também o irmão, Edward, então com 26 anos. Os três foram acolhidos por famílias católicas de Belo Horizonte, onde passaram a viver. Eddy, como era chamado pelas irmãs, também era um sem pátria. Na noite de 29 de junho de 2016, ele foi vítima de uma tragédia: morreu em uma tentativa de assalto na capital mineira. A partir do episódio ocorrido com Eddy, Maha decidiu intensificar os esforços para deixar de ser uma "refugiada" no País e buscar a cidadania, condição com a qual o irmão sonhava.

Refugiados

No Brasil, segundo dados do Ministério da Justiça, 587 pessoas foram reconhecidas como refugiadas no ano passado, 310 delas da Síria. A ONU calcula que haja mais de dez milhões de refugiados pelo mundo. Em 2016, segundo levantamento do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), "60.800 pessoas apátridas que viviam em 31 países adquiriram nacionalidade". Com o reconhecimento da condição especial de refúgio e a posterior possível naturalização, ambas passarão a ter os direitos civis de brasileiros, como ter passaporte e acesso ao sistema público de saúde. As restrições para naturalizados são aquelas dos direitos reservados a brasileiros natos, como concorrer à Presidência dos três Poderes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Todo garoto sonha em um dia vestir a da seleção e disputar uma Copa do Mundo. Se ocorrer dentro do seu próprio país a imaginação chega a limites não calculados. Esse dia chegou para Diego Costa, mas de uma forma diferente. 

Por decisão dele, a estreia em Copas do Mundo foi na república onde nasceu, mas vestindo a camisa vermelha da monarquia que escolheu. Na Bahia, estado vizinho da seu natal Sergipe, teve que ouvir as vaias que vinham das arquibancadas, direcionadas a ele, que agora parece ser visto como inimigo, um traidor.

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Toda vez que tocava na bola era uma xingamento diferente. Por isso ou por uma opção tática tocava rapidamente sempre que recebia a bola. Porém, foi do pé dele que nasceu o primeiro gol da Espanha. Não empurrando para o fundo da rede como faz de costume, mas sendo arrastado por um pé adversário dentro da área. Pênalti que não foi suficiente para a vitória de sua nova naçaõ.

O tempo ia passando, a Holanda já havia virado o jogo, mas as vaias e xingamentos permaneciam e de certa forma iam irritando o sergipano. Nem mesmo após ser substituído as ofensas terminaram.

Diego afirma que já vinha se preparando para o momento de enfrentar a fúria de seus antigos compatriotas e acha a atitude deles compreensível, pois, segundo ele, da mesma forma que ele tem o direito de atuar por outra seleção, os torcedores tem o direito de vaiá-lo.

Provavelmente o agora jogador da Espanha terá a mesma recepção no Rio de Janeiro e em outros estádios por onde passar Brasil afora. Hoje é uma noite que o menino de Lagarto, no interior de Sergipe, nunca tinha sonhado em ter.

Não são só clubes que acertam contratações. Seleções também fazem isso, ainda mais na véspera de uma Copa do Mundo. Nesta terça-feira (18), os Estados Unidos anunciaram que o atacante Julian Green, revelação do Bayern de Munique, escolheu defender a seleção norte-americana e pode ser convocado para a Copa do Mundo.

Green, de 18 anos, filho de pai norte-americano, nasceu em Tampa, na Flórida. Mas ele foi criado na Alemanha, terra da sua mãe. As primeiras participações em torneios internacionais foi pelas categorias de base da Alemanha, mas recentemente ele esteve com a seleção sub-18 dos Estados Unidos.

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"Obviamente essa foi uma grande decisão, e eu gastei muito tempo discutindo isso com minha família. Nasci na Florida e meu pai ainda mora lá, então tenho raízes profundas nos Estados Unidos. Estou muito orgulhoso de representar os EUA", comentou Green.

Como jogou as Eliminatórias da Eurocopa sub-19 pela Alemanha, a Fifa entende que ele é jogador alemão. Mas, por não ter disputado torneios oficiais pela seleção adulta, Green ainda pode mudar de cidadania esportiva, bastando um pedido dele e da federação norte-americana (U.S. Soccer).

"Estamos absolutamente maravilhados que Julian escolheu fazer parte da seleção norte-americana. Ele é um talento muito especial. Queríamos que ele se sentisse confortável com nosso programa e ouvisse seu coração ao tomar a decisão. Eu pessoalmente quero agradecer ao Kalle Rummenigge e a todos no Bayern pelo suporte nesse processo. Ele é um jogador com um futuro tremendamente brilhante", elogiou o alemão Jurgen Klinsmann, que comanda a seleção norte-americana.

O treinador trabalhou com Green rapidamente, por dois dias, antes do amistoso contra a Ucrânia, realizado no começo do mês em Frankfurt. "Todos os jogadores foram super legais comigo e me receberam muito bem. O Clint Dempsey me deu uma jaqueta com meu nome e a forma como eles me apoiaram me deu muita segurança. O treinador mostrou muita confiança em mim e agora vou o dar o máximo de mim para estar na Copa."

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