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Uma das guardiãs da cultura do coco de roda de Pernambuco ‘se encantou’. Mestra Aurinha do Coco faleceu, na madrugada desta quinta (27), em virtude de uma parada cardiorrespiratória, no Rio de Janeiro, onde estava morando com a filha, o genro e neto. Agora, os familiares pedem ajuda financeira aos fãs e amigos para providenciar o sepultamento da griô.

A morte da mestra foi informada através de suas redes sociais. Horas antes, uma outra postagem atualizou o seu estado de saúde. “Há 13 dias, nossa Mestra foi levada mais uma vez pelo SAMU para a UPA, com dor e não conseguindo se alimentar em casa, visto que precisava de uma sonda. Após 13 dias de internação, hoje nossa Mestra teve uma piora em seu quadro e foi levada para a sala vermelha, onde encontra-se entubada”. Também pelo Instagram, a filha da mestra, a cantora e percussionista Negadeza, lamentou a partida da mãe: “Seu grito silencioso. Meu Deus, que dor”. 

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Em quase 40 anos de carreira, Mestra Aurinha fez parcerias com nomes relevantes da música pernambucana, como Alceu Valença e Naná Vasconcelos; passou por grandes palcos, como o do Festival de Inverno de Garanhuns; e registrou parte de sua obra no álbum ‘Seu Grito’, disponível nas principais plataformas digitais. A coquista também fez história ao lado de Dona Selma do Coco, outra grande mestra desta tradição, com quem cantou por uma década até dar início à sua caminhada solo, nos anos 1990. 

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O extenso currículo, e os vários anos de trabalho prestados à manutenção e disseminação da cultura pernambucana, no entanto, não parecem suficientes para que a mestra tenha garantido um conforto mínimo em sua velhice. Com a saúde debilitada, e as limitações impostas pela pandemia, a coquista já não tinha condições de se apresentar, sendo assim, sem qualquer tipo de renda mensal, ela vinha dependendo da ajuda dos amigos, apoiadores e familiares para arcar com suas necessidades como exames, itens de higiene, consultas médicas, alimentação adequada e moradia.

Uma campanha permanente de financiamento coletivo foi criada para levantar fundos para o custeio das necessidades da mestra. Na descrição da vaquinha virtual, o texto denuncia o abandono e descaso com os quais ela e tantos outros mestres da cultura popular pernambucana costumam ser tratados. “E quando os mestres envelhecem/adoecem? Quem os auxilia?”, questionam os cridores da campanha. 

Sepultamento

Diante das dificuldades enfrentadas nos últimos tempos, a família de Aurinha do Coco precisa de ajuda, também, para dar um adeus digno à mestra. Através de seu perfil oficial no Instagram, eles pedem auxílio para custear as despesas do enterro da artista. “Nesse momento, além de tudo, precisamos entender como custear o sepultamento da mestra, visto que no momento a família não tem essa estrutura financeira”. Aqueles que quiserem contribuir podem fazê-lo através do PIX 21988621571, da produtora da griô, Dora Motta. 

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