Um estudo brasileiro confirma que as queimadas interferem na formação de nuvens de chuva na Amazônia. Segundo os estudiosos, as pequenas partículas sólidas ou líquidas liberadas na atmosfera pelas chamas dificultam o congelamento de gotas de nuvens quando a atmosfera está mais seca e isso altera o funcionamento natural das nuvens.
Para tal conclusão, os cientistas fizeram uma combinação de grande base de dados coletados durante 15 anos. Imagens de satélites dos Estados Unidos foram usados e dados que caracterizam propriedades da atmosfera, produzidos pela Europen Centre for Medium-Range Weather Forecasts, também.
##RECOMENDA##“Quanto maior a duração média de nuvens, mais radiação solar é refletida de volta para o espaço, contribuindo para o resfriamento do planeta”, explica Alexandre Correia, professor do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e primeiro autor do artigo divulgado na revista Communications Earth & Environment.
As queimadas emitem uma grande quantidade de fumaça que se espalha por toda a área e também é transportada pelo vento para outras localidades. “Eles produzem uma poluição muito pior do que a da região urbana da cidade de São Paulo, por exemplo”, conta Correia.