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Um protesto diferente na tarde desta segunda-feira (30) no Marco Zero, Recife Antigo. Músicos da Orquestra Sinfônica Jovem, do Conservatório Pernambucano de Música (CPM), se reuniram no local para reivindicar fazendo aquilo que mais gostam: música. O concerto-manifestação teve objetivo de chamar atenção quanto à falta de investimento no ano de 2013 e a consequente queda no número de apresentações. Na ocasião, o grupo distribuiu uma carta aberta à população com as principais demandas.
##RECOMENDA##Neste ano, o grupo realizou apenas cinco espetáculos, enquanto em 2012 este número foi absolutamente superior: 35 concertos. A falta de assiduidade nas apresentações é resultado da falta de dinheiro. Apesar dos R$ 350 mil liberados pelo Governo do Estado, o CPM alegou que, por dificuldades burocráticas, apenas R$ 92 mil seriam liberados para shows em dezembro. Mesmo assim, uma apresentação marcada para esta segunda-feira em Moreno foi cancelada por falta de transporte.
“Foi a gota d’água. Fomos avisado só na última sexta-feira, de forma quase autoritária pelo Conservatório. A gente acredita que merece muito mais do que isso. A Orquestra é praticamente um patrimônio do Estado e mudou as vidas de muitos músicos”, afirmou o baixista Mateus Alves, um dos membros da comissão formada para discutir a problemática. Segundo ele, faltou competência ao CPM na hora de liberar os recursos já garantidos pelo Estado. O músico informou que a orquestra recebe por apresentação e a falta de concertos atinge diretamente a sustentabilidade econômica dos participantes.
É o caso do violinista Thiago Andrade. Tendo como única renda a Orquestra, este ano o jovem que veio da Orquestra Criança Cidadã do Coque precisou de alternativas para se manter. “Precisei tocar em casamentos, ganhar cachês dessas formas. É complicado porque temos a manutenção dos instrumentos, que é por nossa conta, pago as minhas passagens para ir ensaiar (duas vezes por semana) e neste ano não tivemos retorno”, revelou.
Maestro do grupo, José Renato Accioly diz que protesto simbólico é muito mais um pedido de ajuda. “Sabemos do esforço do Governo para prover o dinheiro, por isso é tão frustrante. Só exigimos a efetividade, a chegada do dinheiro à Orquestra. Eu não queria estar hoje aqui, mas estamos perdendo músicos por conta disso e precisamos ser escutados”. A reportagem do Portal LeiaJá entrou em contato com o Conservatório Pernambucano de Música, mas nenhum representante se encontrava no local para ceder entrevista.