O cardeal canadense Marc Ouellet negou veementemente ter cometido "gestos inapropriados" e "agressões sexuais" contra uma mulher em seu país e considera essas acusações "difamatórias", segundo uma declaração divulgada nesta sexta-feira (19) no site do Vaticano.
"Após ter conhecimento das falsas acusações feitas contra mim pela denunciante (F.), nego com firmeza ter cometido gestos inapropriados contra essa pessoa", declarou em nota.
"Considero difamatórias a divulgação e a interpretação dada as suas acusações", afirmou o religioso, de 78 anos, atual prefeito da Congregação para os bispos, um dos cargos mais importantes do governo do Vaticano.
"Se for aberta uma investigação civil, pretendo participar ativamente para que a verdade seja estabelecida e minha inocência seja reconhecida", afirmou.
As denúncias contra Ouellet foram feitas por uma mulher identificada pela letra "F.", que afirmou ter sofrido várias abusos por parte do cardeal.
Ouellet foi acusado de tocá-la de maneira inapropriada entre 2008 e 2010, enquanto era arcebispo de Quebec, segundo documentos judiciais recebido em maio pelo Tribunal Superior da cidade.
"F" foi identificada como agente da pastoral quando supostamente ocorreram os fatos. A acusação foi enviada diretamente ao Vaticano em janeiro de 2021, quando foi remetida ao padre jesuita Jacques Servais.
A denúncia contra Ouellet se soma aos depoimentos de 101 pessoas que afirmam terem sido "agredidas sexualmente" por mais de 80 membros do clero e funcionários laicos da diocese de Quebec desde junho de 1940, segundo os documentos judiciais.