Tópicos | Parque do Cocó

Terminou de forma violenta a ocupação de 80 dias no Parque Ecológico do Cocó. Um manifestante foi preso e levado para Polícia Federal, um policial foi ferido na cabeça e um jornalista foi ferido com balas de borracha. Os cerca de 50 manifestantes ligados ao Psol e ao movimento Crítica Radical foram tirados à força pelo batalhão de choque na Polícia Militar do Ceará, na tarde desta sexta-feira (4).

A PM cumpria ordem da Justiça Federal, que mandou desocupar a área para construção, pela Prefeitura, de dois viadutos no cruzamento mais movimentado de Fortaleza, o das avenidas Engenheiro Santana Júnior e Antônio Sales. Os viadutos entrarão numa área de 15 metros do Cocó. Papara a obra seja realizada já foram derrubadas 96 árvores. O juiz da 6ª Vara Federal, Kepler Ribeiro ainda tentou negociar uma desocupação pacífica, apelando para o Hino de São Francisco, mas não foi atendido.

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A área virou um campo de guerra. Os policiais militares foram recebidos com pedras e fogos de artifício e revidaram com bombas de gás e balas de borracha. Todas as barracas dos ocupantes foram destruídas e seus pertences, recolhidos em um caminhão. Um manifestante subiu em uma árvore, mas ao descer foi detido. A área já está desocupada. As grades que protegiam o Parque foram substituídas por tapumes da obra. Todas as faixas, cartazes e a exposição de fotos dos manifestantes foram destruídos.

A Justiça Federal negou a medida cautelar pedida pelo Ministério Público Federal contra as obras de construção de viadutos no Parque Ecológico do Cocó. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (31) pelo juiz Marcos Mairton da Silva.

Também foi negado o pedido de proibição do acesso dos operários ao local. A medida tinha como objetivo impedir a derrubada das árvores que ainda restam no Parque até que a Prefeitura de Fortaleza apresentasse o licenciamento ambiental para prosseguir com as obras.

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Segundo o juiz, “não foi suficientemente demonstrada a materialidade do delito, nem tampouco os indícios de autoria ou o risco de reiteração de prática criminosa, com danos ao meio ambiente”. Já a Prefeitura alega possuir estudo e relatório de impacto ambiental (Eia/Rima) necessário à obra, e que foi aprovado pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente em março de 2003.

Grupos de ambientalistas e defensores da preservação do parque ocuparam a região, impedindo a derrubada do restante das árvores previstas para a obra. Até esta quarta-feira, 79 das 94 árvores já haviam sido cortadas.

Estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) lançaram nesta quarta-feira (17), através do grupo Direitos Urbanos – Fortaleza no Facebook, um concurso nacional para criação de projetos alternativos à construção dos viadutos das avenidas Antônio Sales e Engenheiro Santana Jr. O grupo surgiu inspirado nos fóruns de mesmo nome já existentes e como resultado das manifestações nacionais, e tem a intenção de fomentar discussões sobre as intervenções urbanas feitas na cidade de forma crítica e fundamentada.

“A partir das discussões do grupo vimos a necessidade de nos aprofundar nas pautas de maior urgência, como os projetos do Aquário e do viaduto (da Av. Antônio Sales com Engenheiro Santana Júnior)”, disse o estudante de arquitetura e urbanismo Victor Rocha, criador do grupo.

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O objetivo do concurso é juntar as propostas sustentáveis e evitar o desmatamento da região. As propostas devem ser enviadas até o dia 10 de agosto para o e-mail cacau@arquitetura.ufc.br, estando em arquivo PDF em tamanho A3, que serão encaminhadas para as Secretarias de Infraestrutura e Meio Ambiente.

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